sexta-feira, setembro 30, 2022

OS VISITANTES DIFÍCEIS...

A vida dos funcionários de vigilância dos museus é tudo menos fácil, e eis que me proponho a divulgar duas conversas bem elucidativas.

Entram dois casais com um ar distinto, usando aquele palavreado típico que irrita um santo, e depois de debitarem uma série de banalidades, eis que uma das senhoras se dirige a uma peça de porcelana, que até estava em zona de protecção das baias daquela sala, e pega nela virando-a ao contrário. A vigilante da sala dirige-se à senhora:

- Desculpe minha senhora, mas nas peças expostas não se pode tocar.
A resposta da senhora, olhando por cima dos óculos, veio de imediato.

- Eu sei, estava apenas a ver se tinha alguma marca de fábrica.

Outra que por acaso presenciei, foi a do senhor que atravessou o perímetro das baias de protecção de um coche e se preparava para subir para o seu interior, com o filho ao colo, no que foi impedido pelo funcionário, que se lhe dirigiu dizendo:

- O senhor não pode estar nessa zona, nem tão pouco tocar na viatura.

O senhor irritadíssimo, retorquiu:

- Não posso porquê? Onde é que isso está escrito? Isto também é meu, e quem é você para me proibir, e o que é que vai fazer?

Nem toda a gente tem estes comportamentos, mas mesmo assim estas situações são comuns nos nossos museus, infelizmente.
 
Republicação do post do Zé Povinho de 30 de Novembro de 2016


 

quinta-feira, setembro 29, 2022

ANTÓNIO COSTA HOJE NO PARLAMENTO

As mentiras de Costa são evidentes:
 
1º A inflação em Maio era de 8% nos dados do INE e tinham sido tornados público no dia 14/6, a semana anterior às declarações de cumprimento da lei.
 
2º A inflação na União Europeia em Maio ultrapassou os 8,8%, dados do Eurostat divulgados pelo Expresso em 17/6, portanto antes da data de 20/6 em que Costa fez a promessa.
 
3º Quando afirma que a Comissão Europeia tinha prevista (antes de 2076) uma inflação na ordem dos 4,4%, Costa pretendeu ignorar que o BCE já falava em 6,8% para a Europa e 5,9% para Portugal, segundo o BP de Centeno (expresso 5/6).
 
- Outra coisa que lhe fica mal, é pura demagogia, é que os aumentos das pensões são os maiores deste século, quando todos sabem que agora temos a maior inflação do século, e foi por isso que se fez a lei que o dr. Costa NÃO CUMPRIU.
 
Nota: O 1º ministro não pode dizer que desconhecia estes dados que eram de entidades credíveis.


 

segunda-feira, setembro 26, 2022

A CORRIDA AOS GESTORES DE FORTUNAS

A corrida a gestores de fortunas tem sido intensa nestes últimos dias, à medida que se aproxima a data em que muitos portugueses vão receber quantias "extraordinárias", verdadeiramente substanciais, que o Governo lhes vai atribuir para enfrentar a inflação.
 
Devido aos altos montantes, atribuídos a quem trabalha(e mesmo a quem não trabalha) a dificuldade dos cidadãos em gerir tais montantes levanta problemas que só especialistas conseguirão ajudar a gerir.
 
No caso dos pensionistas o "extra" é o adiantamento de metade das pensões, pelo que fazer a gestão desse montante durante os seguintes 14 meses, é um exercício desafiante mesmo para os melhores profissionais de gestão.


 

CITANDO D. FERNANDO II

«É pena que Portugal, criado verdadeiramente pelo céu para ser unicamente feliz, não chegue a compreender quão salutar lhe seria, nestes tempos, um pouco de sentido prático (...) Portugal com bom senso poderia ser tão feliz.»

D. Fernando II, 1836


 

quinta-feira, setembro 22, 2022

A TRISTE REALIDADE NESTE PAÍS...

Não sou um grande adepto das sondagens mas vivo no mundo real, contacto com bastantes pessoas e sei que a vida está difícil para muita gente, até porque grande parte dos salários é muito baixa e das pensões nem é preciso dizer nada, pelo que ouço muitas conversas sobre as dificuldades das pessoas.
 
Os baixos rendimentos, a inflação, e o preço das casas (aluguer ou prestações) são um tema obrigatório. A ida ao mercado ou ao supermercado dá sempre para registar aumentos de preços, a chefa das contas dá sempre dores de cabeça, e o dia de se receber o vencimento ou a pensão é sempre ansiado, mas depois fazem-se as contas e nesse mesmo dia fica-se teso.
 
Alguns ainda podem cortar alguma coisa extra, outros são obrigados a cortar na alimentação e nos medicamentos, e outros deixam de participar nas tertúlias pois nãp suportam a vergonha de estar na miséria.
 
Esta realidade passa muito ao lado de quem está no poder e tem o poder de decidir...



 

ERROS, MENTIRAS E CONSEQUÊNCIAS

O governo de António Costa "espetou-se" no assunto dos aumentos das pensões para o ano de 2023 e não o quer reconhecer.
 
Todos sabiam que existia uma lei, todos estavam a ver a inflação a subir, e mesmo assim o dr. Costa afirmou que iria cumprir a lei, no que foi secundado pelo presidente Marcelo que até mencionou o patamar acima dos 10% para os aumentos. 
 
Surpreendendo todos e dando o dito por não dito, o dr. Costa anuncia uma nova versão dos aumentos das pensões, sem sequer ter existido qualquer discussão pública (parece que os pensionistas não têm esse direito). Já não será um aumento ao nível da inflação calculada pelo governo (devia ser a de Novembro), mas sim de cerca de metade dessa percentagem, e que o montante em falta seria adiantado neste mês de Outubro (a que indevidamente chegaram a classificar de bónus).
 
Mergulhados no incumprimento da lei, continuaram a afirmar que a estavam a cumprir integralmente, quando questionados sobre a base de cálculo para os aumentos de 2024 cada um dizia a sua coisa pois estava descoberta a marosca.
 
Enredados nas próprias mentiras,  arranjaram duas desculpas para manterem a sua decisão (o dr. Costa nunca reconhece o erro), a da sustentabilidade da Segurança Social e a de a lei ser desadequada para tempos duma inflação alta.

Quando tentaram justificar a necessidade da sustentabilidade da SS, apresentaram os seus cálculos onde se dizia que a despesa punha em causa a sustentabilidade, mas do lado das receitas esqueceram-se de actualizar o valor das receitas dos impostos e do aumento das contribuições para o sistema neste ano, o que não foi por acaso. Quanto à possibilidade da alteração da lei pela sua desadequação em tempos de inflação muito alta, fica sempre sem resposta se outra lei responderia com justiça em tempos duma inflação baixa.
 
Palavra dada não cumprida é prejudicial para a confiança por parte dos cidadãos, e forçar uma perda de rendimentos aos pensionistas e aos funcionários públicos terá consequências, o que vai perturbar a paz social relativa que se vivia...
 
 
 


 

quarta-feira, setembro 14, 2022

PALAVRA DADA, PALAVRA HONRADA

António Costa apresentou-se ao eleitorado e depois confirmou com uma lei que prometeu cumprir, respeitante aos aumentos das pensões para o próximo ano, e chegada a altura não cumpriu essa lei e defraudou as expectativas dos pensionistas.


 

quarta-feira, setembro 07, 2022

O PORTUGAL EXCEPCIONAL

Poucos países se podem gabar de ter os dois mais importantes detentores de cargos públicos no panorama político tão concertados no discurso, dando o dito por não dito com um intervalo de pouco mais de 2 meses.
 
Em Portugal costumamos estar muito à frente em coisas das quais não nos devíamos orgulhar, mas também na matéria da maior importância para todos os pensionistas, a palavra dos dois mais relevantes políticos do momento conseguiram fazer o pleno.
 
A 19 de Junho Costa disse "Não há a mínima dúvida de que iremos cumprir a fórmula que existe desde a reforma de 2007. As leis existem para serem cumpridas" no programa O Princípio da Incerteza e isso mesmo foi plasmado no DN do dia seguinte, sem que houvesse algum desmentido posterior.
 
No mesmo dia Marcelo afirmou "Será porventura superior a 10%, equivale a ter mais um mês de pensões e reformas", confirmando as declarações de Costa, como se pode ler no Público do dia 20.
 
Todos sabemos agora que as medidas tomadas e transformadas em diploma do Governo foram anunciadas e promulgadas no mesmo dia, 5 de Setembro, e não preveem a aplicação da lei em vigor tal como tinha sido afirmado.
 
A expectativa dos pensionistas portugueses foram defraudadas, a lei não foi cumprida como tinha sido prometido, e os dois políticos acabaram por dar o dito por não dito, o que lhes fica muito mal e os descredibiliza.
 
Lamento que no meu país a palavra dos políticos não seja credível e ter que dizer que neste caso faltaram à verdade.
    


 

segunda-feira, setembro 05, 2022

ANDAM A ENGANAR-NOS

O governo de maioria do PS tem andado a faltar à verdade aos portugueses em várias formas e matérias, muitas vezes sem com isso ser confrontado quer pela oposição, quer pela comunicação social.

Começando pela redução do IVA nos produtos energéticos, quem não se lembra de ouvir governantes a dizer que isso não podia ser feito porque a UE não o permitia, mas como a mentira tem perna curta, passados uns meses vários países já baixaram o IVA nestes produtos e não se ouviu nenhuma rejeição por parte da Europa.

Governantes, incluindo o 1º ministro, e outros ligados ao PS foram contra taxar ganhos extraordinários das energéticas dizendo que já eram suficientemente taxadas, mas outros países fizeram-no (mesmo com impostos mais altos que os nossos), e até o FMI o aconselhou e agora veio insistir nessa taxação.

Com a ajuda do governador do BP, e pela voz de membros do governo era considerado que aumentos extraordinários ou ajudas mais robustas para obviar ao aumento da inflação eram medidas que só viriam a fazer a inflação subir ainda mais, ainda que as suas causas não residissem nos rendimentos do trabalho, mas sim numa guerra. Afinal vários países já deram ajudas substanciais a privados e empresas (alguns vão no 3º pacote), e mundo não implodiu.

A propaganda do PS fez quase todo o Portugal acreditar que o governo tinha dado um aumento extraordinário aos reformados e pensionistas no valor de 10€, nunca esclarecendo publicamente durante toda essa campanha, e mesmo depois, que a esses 10€ seriam subtraídos os aumentos efectuados a partir de Janeiro.

Mentindo ou omitindo o governo enganou muita gente e nunca pediu desculpas ou veio dar explicações sobre estes enganos. Governar não se pode basear no engano…


 

quinta-feira, setembro 01, 2022

SENSIBILIDADE SOCIALISTA

As declarações de hoje de António Costa sobre a "força vem da calma" são demonstradoras da falta de sensibilidade política do 1º ministro, quando os cidadãos enfrentam no seu dia-a-dia uma inflação crescente que já vem de antes da guerra na Ucrânia, com salários que ficaram estagnados em valores muito próximos dos de 2021. Depois destes meses todos a perder poder de compra os portugueses já não se contentam com a calma do dr. Costa, pois não será com ela que irão pagar as suas contas.
 
Como se não bastasse a falta de sensibilidade do 1º ministro os portugueses ainda tiveram que aturar as declarações do antigo ministro das Finanças e actual governador do BdP, que vem falar de evitar medidas pró-cíclicas, e em aumentos de 4% que só existem nas estatísticas e devido ao aumento do SMN e nos aumentos dos políticos e magistrados, já que para a maioria dos portugueses ficou apenas por 1% ou abaixo disso. Sei que estava a falar sob o tema de "capitalismo & sustentabilidade" e não de justiça social, mas mesmo assim fica-lhe mal...