Chegou ao fim a campanha de
angariação de fundos para a aquisição do quadro de Domingos Sequeira, Adoração
dos Magos, que poderá agora ser adquirido e entregue ao Museu Nacional de Arte
Antiga.
Não quero discutir a compra desta
obra, até agora na posse de um colecionador privado nacional, mas sim registar
a mobilização da sociedade para contribuir para um propósito cultural, que não
terá sido acompanhado na mesma proporção pelas grandes empresas.
Conhecemos outros países onde o
mecenato funciona e é praticado duma forma bastante frequente, não só na área
da Cultura, mas também noutras como a Educação e a Saúde, para dar apenas
alguns exemplos.
Será que o problema português reside nas leis, ou é apenas devido à diferença de mentalidades?
O antigo Paço Real de Sintra foi palco de inúmeras visitas de membros da realeza europeia, de chefes de Estado de todo o mundo, bem como altos dignatários de todo o mundo. Talvez alguns de vós tenham visto gorada a intenção de visitar este monumento nacional, precisamente por este estar a ser usado numa destas recepções, cada vez mais raras nos últimos anos.
O Palácio Nacional de Sintra já é visitável há muitos anos, e nem sempre os preços foram quase proibitivos para os cidadãos nacionais como hoje. Uma das críticas mais razoáveis feitas pelos portugueses que se deslocam a Sintra, prende-se precisamente com os preços elevados das visitas, para quem tem bolsas modestas, e creio que algo podia ser feito para os satisfazer, como sejam dias grátis para nacionais na época baixa (de Novembro a finais de Fevereiro).
Os tão invejados funcionários
públicos, são afinal, tanto para a direita como para a esquerda, os alvos
preferenciais e imediatos para se garantir a consolidação orçamental, em
Portugal.
Antes de António Costa estar no
governo, tanto o PS como o BE e o PCP, afirmavam à boca cheia que o
funcionalismo público não podia continuar a ser o bombo da festa, quando as
exigências da União Europeia, teimam em obrigar a uma maior consolidação
orçamental e a um menor défice.
Está a ficar cada vez mais claro
que não foi apenas um tique da direita, o ataque cerrado aos funcionários
públicos, pois a esquerda que apoia este governo do PS também parece ignorar o
que disse anteriormente.
Era já claro que este ataque por
parte da esquerda parlamentar estava iminente, quando a comunicação social
começo a publicar títulos que levaram muito boa gente a pensar, erradamente,
que os funcionários iam ser aumentados 25% a partir deste ano, quando apenas
havia uma redução dos cortes anteriormente efectuados. A comunicação social
anda sempre um pouco à frente do poder instituído.
Agora já é possível contabilizar
alguns valores que deviam fazer corar toda a esquerda, como por exemplo o facto
de serem os funcionários públicos a garantir quase 40% da consolidação, que as
pensões dos servidores do Estado encolheram em média 23% em dois anos, e que
durante este ano terão que sair 10 mil funcionários públicos para se assegurar
a poupança prevista.
Infelizmente não existe diferença
nenhuma entre a direita e a esquerda no que concerne à maior incidência dos
esforços da consolidação orçamental, nem da falta de palavra dos políticos,
dextros ou canhotos.
Costa e os que suportam o seu
governo que se cuidem, pois o descrédito vem aí…
Nos últimos dias, mais
precisamente no dia 28 de Março, comemorou-se o Dia Internacional dos
Monumentos e Sítios, e foi ver entradas grátis em museus e monumentos, uns na
véspera, outros no próprio dia, o que causou alguma estranheza e confusão,
sobretudo nos visitantes nacionais.
Aproxima-se o Dia Internacional
dos Museus, no próximo dia 28 de Abril, e já se esperam mais entradas grátis nos
museus, quem sabe em alguns monumentos, e pouco mais.
A acrescer às borlas podem ver-se
nos programas umas visitas guiadas em alguns serviços, uns ateliers para
crianças e uma ou outra exposição menor, que não terá qualquer impacto na
opinião pública.
Note-se que falei sobretudo de
museus e monumentos estatais, ou municipais, porque outros, talvez por terem
gestão privada, ou por serem mesmo privados, não se sentirem vocacionados para
borlas.
Nada tenho contra as entradas
grátis em ocasiões especiais, até porque os preços praticados são muitas vezes
incomportáveis para algumas famílias portuguesas, mas acho que é muito pouco.
Não seria possível haver uma exposição com impacto num dos museus ou monumentos
nacionais, ou programas mais apelativos do que as entradas grátis?
Acho que há pouca criatividade nestas ocasiões, pouca
vontade de arriscar, pouco investimento e pouca imaginação por parte dos
responsáveis culturais…
Como ao domingo costumo estar mais bem disposto, os maiores disparates que eu possa ler na nossa imprensa só podem mesmo fazer-me sorrir, porque não vale a pena ficar mal disposto só porque existem muitos néscios por aí.
O que dizer duma Igreja do Monstro do Esparguete Voador? Eu confesso que gozei à brava com a notícia, por isso só posso recomendar a vossa leitura deste artigo...
Em Portugal temos diversos
problemas no que diz respeito ao trabalho, à produtividade, às qualificações e
ao desemprego.
Em geral os governos e os
empresários olham para estes problemas com uma preocupação de muito curto prazo,
e pedem ou implementam soluções que visam a poupança imediata, sem qualquer
visão do futuro a médio e longo prazo, o que tem sido prejudicial para todos e
tem gerado tensões desnecessárias.
O Estado e muitas empresas de
grande e média dimensão, têm quadros demasiadamente envelhecidos, sendo mais os
que estão em fim de carreira do que os que dão nela os primeiros passos. A
experiência é muito importante em todas as actividades, mas a inovação e a
necessidade de afirmação das novas gerações é o combustível para a renovação.
Enquanto as grandes empresas
estrangeiras preferem facilitar as rescisões voluntárias dos seus funcionários
mais velhos e com mais anos de serviço, arcando com os encargos dessas saídas,
até à idade de reforma com todos os direitos, por cá dificultam-se e
penalizam-se as saídas de pessoas com grandes carreiras contributivas, como se
isso fosse benéfico para a Segurança Social.
Encontrar o equilíbrio entre a
experiência e a juventude é um processo difícil e controverso, mas ter uma juventude
qualificada desempregada, e trabalhadores em fim de carreira, com saúde muitas
vezes frágil, quantas vezes já desmotivados e a contar os dias para a reforma,
não será a melhor política laboral.
É óbvio que o ónus da mudança não
pode ficar apenas para o Estado e para a Segurança Social, porque os próprios
empregadores que também são beneficiários desta mudança, também devem
contribuir para cobrir os encargos que daí possam advir, na renovação dos seus
quadros.
PAWLA KUCZYNSKIEGO was born in Poland in 1976, where she studied at the Academy of Belle Arts in Warsaw. At a young age Pawl developed an interest in the political cartoon format. She has received over ninety awards since her work got noticed due to the strong social content depicted on her cartoons which gives you the sensation of being the work of an old time cartoonist and not of such a young artist. Her themes are still issues that have not yet been resolved in her society and across the world in many countries.
O país está de tanga, como dizia
o outro, o povo sofreu e ainda sofre com o aumento brutal dos impostos, com os
cortes nos salários e nos direitos, mas a dívida pública aumentou brutalmente,
e os problemas continuam.
A banca deu sucessivos estoiros,
e os governos injectaram lá mais de 14 mil milhões de euros, e parece que os
contribuintes só recuperaram 14% desse dinheiro, o que demonstra bem que os
lucros fabulosos que a banca apresentava nos anos anteriores a 2008, eram uma
grande mentira, que serviu para encher os bolsos de accionistas e gestores,
deixando os “buracos” para os contribuintes, como se viu.
O 1º ministro vem agora dizer que
se devia criar um Bad Bank para “limpar” os activos tóxicos da banca nacional,
mas ainda não conseguiu explicar como é que isso pode ser feito sem ficar o
fardo final para os contribuintes.
Com tanta austeridade que incidiu
em grande parte sobre os rendimentos do trabalho, a verdade é que o crédito
malparado dos particulares é relativamente baixo, e resultante sobretudo do
desemprego que resultou destas políticas. Apesar de terem sido mais poupadas
pela austeridade e com uma redução clara do IRC, e com outros incentivos
fiscais conhecidos, as empresas privadas e públicas são responsáveis por mais
de 70% do crédito malparado.
É possível que eu não perceba
nada de economia, mas não devo ser o único, porque eu não tenho créditos
nenhuns, neste momento, e afinal os grandes empresários e os grandes gestores,
ou pelo menos boa parte deles, não podem dizer o mesmo das suas empresas…