Detesto abordar assuntos ligados à economia mas a crise que atravessamos é de cariz económico, porque falar de consciência cívica e preocupações sociais, para gente que apenas sabe lidar com dinheiro, é pura perda de tempo e de latim.
Teixeira dos Santos veio defender o negócio (?) entre a Caixa Geral de Depósitos e Manuel Fino, onde o banco do Estado perdeu um ror de dinheiro comprando as acções da Cimpor a um preço muito superior ao actual em bolsa, mantendo a outra parte o direito de recomprar, dentro de algum tempo, as mesmas acções ao preço actual mesmo que se tenham valorizado entretanto.
Para mim, e para muitos outros, isto é um negócio da China, em que a CGD “encaixa” com os prejuízos referentes à diferença entre o valor real e o que foi pago, e o devedor, Manuel Fino, sem correr qualquer risco ainda pode vir a lucrar, e muito, com esta “boa acção” do banco de todos nós.
A versão oficial diz que a CGD “beneficiou-se a si própria” e “defendeu o seu interesse”, evitando um dano maior se o devedor entrasse em incumprimento.
Não sei se estamos a falar línguas diferentes, eu e os responsáveis pela CGD e o senhor ministro, mas lá que é difícil entender esta operação, como também fora a outra com o comendador Berardo, isso não posso negar.