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quarta-feira, março 13, 2019
A PRIORIDADE É A BANCA
terça-feira, dezembro 12, 2017
sábado, novembro 18, 2017
CULTURA E DINHEIRO
sábado, fevereiro 25, 2017
A PENÚRIA DA CULTURA
quarta-feira, fevereiro 03, 2016
CULTURA – MAIS OLHOS QUE BARRIGA
domingo, janeiro 10, 2016
CULTURA DO MILAGRE
segunda-feira, abril 29, 2013
O DINHEIRO E O PODER POLÍTICO
domingo, dezembro 02, 2012
DINHEIRO
A jarra onde, inteira, caiba alguma flor!
Ai dos que têm filhos, mas não têm herdeiro!
— Dinheiro! Dinheiro!
Ó canção de Amor!
As noivas sorriem, talvez, aos vinte anos.
Os amantes sonham... Sonho passageiro!
Música de estrelas: Ética de enganos;
Ilusões, perdidas depois dos vinte anos..
E logo outras nascem: Dinheiro! Dinheiro!
Teus pais, teus irmãos e tua mulher
Cercarão teu leito de herói derradeiro
(Ai de quem, ouvindo-os, nada lhes trouxer!)
E hão-de ali pedir-te o que o mundo quer:
— Dinheiro! Dinheiro!
Deixa-lhes os versos que um dia fizeste,
Amarrado ao lodo, porém verdadeiro.
E eles te dirão: — Pássaro celeste,
Morreste? Morrendo, que bem que fizeste!
Ó canção de amor!
Dinheiro! Dinheiro!
Pedro Homem de Mello
segunda-feira, julho 23, 2012
OS RICOS E O SEU DINHEIRO
sábado, março 10, 2012
O DINHEIRO
O dinheiro é tão bonito,
Tão bonito, o maganão!
Tem tanta graça, o maldito,
Tem tanto chiste, o ladrão!
O falar, fala de um modo...
Todo ele, aquele todo...
E elas acham-no tão guapo!
Velhinha ou moça que veja,
Por mais esquiva que seja,
Tlim!
Papo.
E a cegueira da justiça
Como ele a tira num ai!
Sem lhe tocar com a pinça;
E só dizer-lhe: «Aí vai...»
Operação melindrosa,
Que não é lá qualquer coisa;
Catarata, tome conta!
Pois não faz mais do que isto,
Diz-me um juiz que o tem visto:
Tlim!
Pronta.
Nessas espécies de exames
Que a gente faz em rapaz,
São milagres aos enxames
O que aquele demo faz!
Sem saber nem patavina
De gramática latina,
Quer-se um rapaz dali fora?
Vai ele com tais falinhas,
Tais gaifonas, tais coisinhas...
Tlim!
Ora...
Aquela fisionomia
É lábia que o demo tem!
Mas numa secretaria
Aí é que é vê-lo bem!
Quando ele de grande gala,
Entra o ministro na sala,
Aproveita a ocasião:
«Conhece este amigo antigo?»
— Oh, meu tão antigo amigo!
(Tlim!)
Pois não!
João de Deus, in 'Campo de Flores'
