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terça-feira, janeiro 09, 2024

DUALIDADES

 Nos últimos tempos alguns amigos têm vindo a encher a minha caixa de correio, que não é pública, com críticas por eu não estar a apoiar a Palestina, e por eu criticar abertamente o Putin.

Eu respeito todas as opiniões, mesmo as que são contrárias das minhas, e só não gosto que me acusem de dualidade de critérios, quando nestas duas guerras é absolutamente difícil esse argumento não ser reversível e poder ser usado também contra os que disso me acusam.

No caso da Palestina é óbvio que sou contra o massacre de civis inocentes, ainda que em alguns casos seja difícil distinguir quem é quem, uma vez que não estamos a falar dum exército regular e duma guerra convencional. Sou contra o massacre de civis na Palestina, como também sou contra o massacre de civis na Ucrânia, onde estamos numa guerra convencional e onde é mais fácil distinguir tropas e civis.


Nestas duas guerra, na Palestina e na Ucrânia estamos perante uma desigualdade entre os beligerantes, logo não posso condenar Israel e não condenar a Rússia, que além de tudo o mais é o agressor que atacou sem aviso (pelo contrário, até o negou até ao dia da invasão), e agora até já diz pretender anexar definitivamente territórios legalmente pertencentes à Ucrânia.

Estes factos são evidentemente opostos aos dos amigos que me criticaram, mas são verdadeiros e facilmente comprováveis. 

Outra crítica foi sobre quem ganharia a guerra, e na minha opinião nesra duas guerras todos perdem, não só por causa das baixas elevadas que sofrem, mas também porque as cicatrizes e os ódios vão durar muitas décadas, independentemente dos resultados militares.

domingo, dezembro 03, 2023

ESCLARECIMENTO

Em mensagem privada fui informado que um amigo com muitos anos da blogosfera me iria bloquear porque eu me tinha tornado num “direitolas xenófobo”, por ter criticado um advogado representante duma família brasileira cujas filhas gémeas tiveram acesso ao medicamento mais caro do mundo.

Lamento a atitude deste meu amigo, continuo a classificá-lo como tal apesar das diferenças de opinião, e desejo enquadrar a minha crítica ao dito causídico, para esclarecer a minha opinião, que pelos vistos foi encarada como de direita e xenófoba.

Em primeiro lugar o senhor advogado faltou à verdade pois a sua constituinte afirmo claramente, quando devidamente questionada, que tinha recorrido ao “pistolão” (cunha em português), para conseguir os seus intentos. Não condenei o recurso a este expediente uma mãe na defesa da saúde das suas filhas, pois entendo o desespero dos pais, mesmo que utilizando meios menos lícitos.

A minha condenação foi sempre para com quem utilizou a sua posição política, social, ou laboral para tornar este processo tão expedito em contraste com o que acontece normalmente em situações idênticas. Esta opinião é sobre o processo de obtenção de nacionalidade, de marcação de consultas, de obtenção do tratamento e também dos meios auxiliares de locomoção (cadeiras de rodas).

Quanto à qualificação de “xenófobo”, que creio se deva ao facto da origem brasileira das meninas, é lógico que a repudio completamente, e critiquei os pais e o advogado pela utilização desse classificativo, pois é infundado uma vez que existem crianças à espera de alguns meios concedidos a esta meninas há muito tempo, e não são apenas de origem portuguesa mas também de origem brasileira como aliás é público. Esta acusação é completamente descabida vinda do representante daquela família, uma vez que terá recorrido a Portugal para obter este tratamento que, pelos vistos, não teria acesso no Brasil.

O termo “direitolas” não me atinge minimamente, uma vez que não tenho qualquer filiação partidária, mantendo a minha equidistância dos partidos, sendo livre para os criticar sempre que ache que as suas acções o merecem.

Lamento que a diferença de opinião seja um obstáculo à amizade, e com ela interfira, mas isso nunca me irá impedir de manifestar as minhas ideias, nem que para isso tenha que recorrer a pseudónimo, como aliás é o caso.


 

sábado, maio 07, 2022

DIFERENTES OPINIÕES E ALGUNS MIMOS

Portugal ainda é um país democrático onde cada um pode exprimir as suas opiniões, felizmente, mas este caso da invasão da Ucrânia pelos russos, está a causar bastantes divergências entre os apoiantes do lado ucraniano e os que sendo contra a Ucrânia não querem admitir que isso é, de facto, a favor da Rússia.
 
O desejo de paz, é comum a quase todos (pelo menos afirmam-no) mas a maior divergência é nos meios advogados para atingir essa paz.
 
Como acontece em todas as guerras existe sempre um agressor e um agredido, e neste caso isso é bastante claro, como clara é a superioridade de forças do agressor relativamente ao agredido. Sendo evidentes estes dois factos os países ocidentais só tinham duas opções, ou ajudar a Ucrânia, ou deixar que fossem completamente esmagados. É precisamente a segunda opção que alguns condenam, mas nunca por nunca mostram alguma alternativa equilibrada.
  


 

quarta-feira, janeiro 13, 2021

CONFINAR E CRITÉRIOS

A partir da próxima sexta feira Portugal vai, mais uma vez, entrar em confinamento devido à grave situação sanitária que enfrenta devido à pandemia de Covid 19.

A decisão do Governo vem agora tentar inverter uma situação que resulta da abertura inoportuna que permitiu no Natal, que nos levou a tristes recordes de infectados, hospitalizados e mortos.

Costa defendeu-se quanto ao atraso no confinamento, com a necessidade de ouvir os especialistas, mas depois acabou por tomar medidas políticas, como aliás lhe competia.

Na generalidade as medidas são as esperadas, atendendo ao que houve no passado e aquilo que se tem dito nos últimos dias, mas existem decisões muito discutíveis e até incompreensíveis.

O não encerramento das escolas, especialmente dos níveis etários mais altos, é absolutamente incompreensível. A maioria dos especialistas indicaram claramente que quanto mais se confinar, melhores e mais rápidos seriam os resultados, mas Costa ignorou isso. Dizer que “até agora as escolas têm tido um funcionamento exemplar” carece de fundamento científico, e está em absoluta contradição com outra afirmação, também do 1º ministro “quanto mais isolados estivéssemos menos transmitimos. Se todos fizessem isso de forma espontânea não teríamos de estar aqui hoje.”

É discutível que se permitam os serviços religiosos e não se permitam espectáculos culturais, que obedecem às mesmas restrições por parte da DGS, ou que se proíbam os desportos amadores e não os profissionais.

As críticas são legítimas e muitas absolutamente fundadas,  mas como a decisão é política, a responsabilidade também é dos decisores, e não vale a pena tentar desviar as responsabilidade para os portugueses, como tem acontecido.

                                                         Regra é ficar em casa”. António Costa anuncia confinamento geral a partir  de 00h00 de sexta-feira – O Jornal Económico

quarta-feira, novembro 07, 2018

PALAVRAS E TOUROS

Afirmar que se não gosta de touradas, e que elas não passam dum espectáculo bárbaro, não é bem aceite por muitos, que dizem que faz parte da sua cultura, , sem nunca reconhecer o sofrimento que é infligido aos touros.

Defender cães, gatos, e outros animais de companhia, é aceite, já defender os touros, ou as lebres, não parece ser aceitável, por alguns.

Não sei se foi por ter sido uma ministra a anunciar que os IVA das touradas não ia baixar para os 6%, ou por falar em civilização, que surgiram as notícias de contestação, mas até o poeta de serviço do PS, Manuel Alegre, decidiu escrever uma carta aberta a António Costa, como se estivesse em causa a liberdade de quem gosta de touradas e de caça.

Não vale a pena tão inflamadas palavras, porque a ministra apenas falou do IVA dos espectáculos taurinos, e não me consta que no Orçamento de Estado esteja inscrito alguma proibição desse tipo de espectáculos, que acabarão naturalmente num futuro próximo, como afirma o colega de Manuel Alegre, Ascenso Simões, num artigo no mesmo jornal e no mesmo dia. 


sexta-feira, setembro 21, 2018

EXPOSIÇÃO DE MAPPLETHORPE

Decorre em Serralves a anunciada exposição de fotografias de Robert Mapplethorpe, um fotógrafo muito polémico, que explora muito a sexualidade do corpo masculino, o auto retrato, e a fotografia de flores.
Como já se esperava, em Serralves existem restrições, pelo menos em duas salas, a menores de 18 anos, estando isso mesmo indicado à entrada das salas.

Não foi isso que tinha sido anunciado por João Ribas, o director do museu, mas podia ser pior, como nos EUA onde algumas exposições chegaram mesmo a ser canceladas.

Vamos ver como serão as reacções a esta exposição.

Fotografia do Público

quarta-feira, novembro 08, 2017

MUSEUS E FACTOS



Quando escrevi o post “Museus – reclamações mais habituais”, foi com o intuito de alertar os responsáveis dos museus e o público em geral, para a realidade a que nunca se dá eco na comunicação.

É evidente que se dá mais relevância a uma greve, ou a um qualquer caso de mau atendimento, mas isso não consegue esconder os principais motivos de desagrado, ainda que muito desse desagrado não seja traduzido em reclamações no Livro Amarelo.

Um senhor com responsabilidades num museu, resolveu considerar que o post era ofensivo, e que denegria o seu trabalho enquanto técnico superior, e o dos seus colegas, que fazem tudo o que é possível com os meios que têm à disposição.

Claro que o senhor tem direito à sua opinião, tal como eu, mas não conseguiu negar nenhum dos pontos que eu, e o público, consideramos mais susceptíveis de reclamação. Já que se afirmou como responsável pelo pessoal de vigilância deixo-lhe duas questões, embora conheça as respostas:

- Quais as acções de formação que recomendou fossem ministradas aos vigilantes?
- Quanto tempo empregou a “ajudar” os seus subordinados a desempenhar as suas funções com maior eficiência?

Não tenho qualquer vontade de criticar por criticar, mas é por isso mesmo que acho que para resolver os problemas e encontrar as devidas soluções, é necessário envolver todos, independentemente das suas funções e categorias.



segunda-feira, novembro 06, 2017

MUSEUS – RECLAMAÇÕES MAIS HABITUAIS

Fala-se muito de visitas a museus, palácios e monumentos, do encantamento e das desilusões dos visitantes, dos preços dos bilhetes, das gratuitidades, e de muitas outras coisas, mas nem sempre nos debruçamos sobre o que dizem os visitantes durante as visitas, talvez porque os seus responsáveis não encontram tempo para falar com o público.

Uma das grandes dificuldades encontradas pelos visitantes é a de encontrar informações fidedignas quando programam as suas deslocações, uns porque não vão aos sítios oficiais dos locais a visitar, outros porque confiam em roteiros de anos anteriores. Deixei para segundo plano a ineficácia de quem gere as informações online dos serviços que muitas vezes não prestam muita atenção às alterações e não as anunciam com a antecedência devida.

Outra grave lacuna que aborrece qualquer visitante é a falta de indicações simples, à entrada dos museus, palácios e monumentos, sobre horários, preços e serviços como bilheteiras, lojas, wc’s, cafetarias, acessibilidades, ou locais de descanso.

Durante a visita não há nada mais desagradável do que a falta de indicações sobre o percurso recomendado, sobre as salas, colecções ou objectos, que deixam os visitantes às aranhas e sem possibilidade de aproveitamento devido da visita. Claro que nem dou grande relevo às condições do edifício (limpeza, preservação e conservação), ao modo como estão dispostas as colecções, e aos cuidados com a segurança das instalações, dos visitantes e dos funcionários, de que tenho falado.


Existem coisas que só se conseguem perceber verdadeiramente no contacto directo com os visitantes ou na audição de quem com eles interage diariamente, e isso não é feito pelos responsáveis dos museus, palácios e monumentos, que se contentam com inquéritos programados e com perguntas por eles selecionadas, a que responde geralmente um público mais disponível a perder tempo a ajudar, mais culto e mais conhecedor, que não representa outros públicos, menos conhecedores, menos disponíveis e mais numerosos.


sexta-feira, agosto 04, 2017

COISAS DO TURISMO



Para uns o aumento do número de turistas é uma bênção, para outros pode ser um verdadeiro problema.

Para quem vive, ou pretende viver nos bairros típicos de Lisboa, coloca-se um problema grave com o preço das casas, e consequentemente das rendas. O comércio também é ameaçado, exactamente pelos mesmos motivos, e a Câmara de Lisboa pouco faz para resolver este problema.

As agências que trabalham com turistas, fornecendo serviços como visitas guiadas, também encontram um mar de dificuldades, porque a circulação de autocarros e o estacionamento dos mesmos é um bico-de-obra, afectando com isso não só as agências mas também os guias turísticos que para elas trabalham.

Os moradores dos locais mais visitados sofrem com a falta de lugares de estacionamento, e também com a poluição causada por toda a frota de veículos que transporta turistas por esses locais.

As lojas de artesanato português já quase não existem, porque os produtos genuínos são caros e os turistas (de baixa qualidade) contentam-se com as imitações orientais que são iguais em todo o lado. Os restaurantes com comida genuinamente portuguesa não sobrevivem, e proliferam os restaurantes que fornecem pratos exactamente iguais aos que podemos encontrar em qualquer cidade turística em qualquer cidade europeia.

Será que eu sou contra o turismo que tanto ajuda a economia portuguesa? Evidentemente que não, porque eu próprio estou ligado à actividade turística.

Onde eu discordo com a política seguida e apoiada por algumas câmaras e pelo Turismo de Portugal, é na aposta na quantidade, em vez de se apostar na qualidade, fornecendo um melhor serviço e apostando no que de genuíno e melhor temos para oferecer.

Para os distraídos lembro que o turismo é uma indústria muito instável, que tão depressa nos beneficia como depois nos esquece e se muda para outras paragens num piscar de olhos. Quando nada de novo tivermos para oferecer, o mercado de massas foge para outras paragens mais exóticas e com preços mais competitivos.