sábado, dezembro 29, 2012

RESPONSABILIZAR EX-POLÍTICOS



Portugal é conhecido como um país de brandos costumes, o que não sendo inteiramente verdade, não deixa de ter alguma razão de ser.

Na realidade se nos debruçar-mos sobre o aspecto da Justiça, os brandos costumes são uma realidade para alguns, que invariavelmente são os mais poderosos.

Falando em brandos costumes, veja-se o que se passa com a infeliz novela BPN, onde vemos variados nomes de gente que já esteve ligada ao poder político do tempo do consulado de Cavaco Silva, que terão beneficiado de empréstimos desse banco, e que agora deixaram de cumprir as suas obrigações, deixando os calotes para serem pagos pelos nossos impostos.

Políticos e ex-políticos que desbarataram dinheiros públicos, fizeram negócios ruinosos que prejudicaram claramente o Estado, e os que usaram os seus poderes em benefício deles próprios e de outrem deviam poder ser responsabilizados criminalmente, o que não acontece.

Porque será que não se consegue que se faça Justiça com essa gente? Será que há muitos telhados de vidro na classe política?



quinta-feira, dezembro 27, 2012

CUIDADO COM AS APARÊNCIAS

Com a peripécia do consultor da ONU, que não o era, e com os doutoramentos que terá ostentado e que não devem ser verdadeiros, fica de novo posta em causa a validade de muitos títulos indevidamente referidos em vários currículos de muito boa gente.
Já tinham sido conhecidos títulos conseguidos indevidamente, e outros mais do que duvidosos, mas como eram de pessoas ligadas à política, ficou em algumas mentes a ideia de que se trataria de perseguição política, e de jogos de bastidores, mas na realidade há muito título por aí de origem mais do que duvidosa.

By Yuriy-Kosobukin

segunda-feira, dezembro 17, 2012

CONVERSAS DA TRETA



Apesar do que dizem os nossos governantes o país está de rastos, a fome é uma dolorosa realidade, o desemprego é galopante, os hospitais já não conseguem responder às necessidades, os salários dos que ainda têm trabalho já não garantem uma vida decente, e as empresas fecham às dezenas a cada dia que passa.


Este Natal vai ser um Natal sem presentes para muita gente, e os que ainda têm algum dinheiro gastam-no em roupas, comida e outros bens essenciais, porque o ano que se segue promete ser ainda pior.


Vamos no bom caminho diz Passos Coelho, mas não é isso que sentem a maioria dos cidadãos deste país. Esperança, a que se refere Cavaco Silva, não existe, pelo menos para os tempos mais próximos e com estes governantes.


Caminho by Slawomir-Luckzynsk

sábado, dezembro 15, 2012

SOBERANIA



Foi com repulsa que li que o governo se compromete a apresentar a proposta dos parceiros para o salário mínimo do próximo ano. Na mesma notícia podia ler-se que o governo garantiu que não há margem no memorando de entendimento para se aumentar o salário mínimo nacional.


Portugal é um país soberano e, que se saiba, o memorando de entendimento como todos os acordos aliás, é passível de sofrer alterações, como aliás já se verificou anteriormente. Não é admissível ver os dirigente máximos do país, ajoelhados perante uma troika que apenas está interessada em fazer-nos pagar o dinheiro emprestado, no mais curto espaço de tempo, sem se preocupar minimamente com o estado em que está o país.


Agora não se ouve Passos Coelho invocar nenhum estudo que compare o nosso salário mínimo com a média europeia, talvez porque a troika já lhe tenha dito que era inconveniente.

Não se pode servir dois senhores...

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Humor Miserável

quinta-feira, dezembro 13, 2012

ESPÍRITO DE NATAL

 POEMA DE NATAL
Vinícius de morais

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.



terça-feira, dezembro 11, 2012

ÁLVARO O ESTRANGEIRADO



O Álvaro até já estava quase a ficar sintonizado com o país e com o continente europeu, mas a mudança de ares e as más companhias fizeram-no descarrilar.

A última do ministro de importação é suportada pela ideia de «flexibilizar” as regras ambientais para promover a «reindustrialização da Europa». Segundo o Álvaro, a Europa está a ser naif, e para dar um passo inteligente terá que flexibilizar as regras fundamentalistas no que diz respeito à política ambiental.

Claro que a ideia do Álvaro é um retrocesso civilizacional, e um completo absurdo, mas ele não é capaz de o descortinar. Então não pode a Europa taxar produtos oriundos de países que não respeitam o ambiente? Será que só fazendo o que consideramos errado é que podemos competir, ou será que devemos fazer com que os nossos concorrentes cumpram as boas regras ambientais, se querem competir isentos de taxas penalizadoras?



quinta-feira, dezembro 06, 2012

SECRETAS AO SERVIÇO DE EMPRESAS PRIVADAS



Há algum tempo houve um escândalo quando se soube que as secretas portuguesas andavam a dar informações a entidades externas, usando contactos de antigos membros das tais secretas, e abriram-se inquéritos dos quais ainda nem existem conclusões, pelo menos que sejam públicas.

Os portugueses foram, na altura, informados de que as secretas estavam ao serviço do Estado e não estavam permeáveis a interesses privados. Ouviu dizer-se que até tinham sido afastadas pessoas desses serviços por conduta imprópria.

Hoje li no Diário Económico que as «secretas “podem e devem” informar empresas sobre mercados», segundo o próprio Passos Coelho.

Creio que as empresas podem necessitar de informações sobre os mercados externos, mas também creio que essas informações têm custos, que no caso das secretas são arcados por todos os contribuintes e não pelas tais empresas, que ainda por cima não serão todas, como é mais do que evidente. Será que o Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), passará a ser subsidiado pelas ditas empresas, ou irá cobrar pelas informações prestadas às empresas?