Com a abertura dos mercados internacionais a economia passou a ser a preocupação primeira da maioria dos governos, e o liberalismo económico assentou arraiais. Para alguns esta abertura dos mercados é considerada um manancial de novas oportunidades de investimento, exactamente porque têm capital financeiro para investir e porque têm um mercado mais vasto para explorar. Para outros, depara-se uma situação muito negativa, onde terão que competir com realidades sociais muito diversas que acabam por distorcer essa competição.
Num mercado globalizado e sem regras minimamente definidas, o capital trabalho é sempre o mais afectado, especialmente nos países mais desenvolvidos e onde os direitos laborais e sociais são respeitados. Como o movimento de capitais é muito mais célere do que o movimento das populações, e como a economia privilegia o grande capital, a tendência de quem realmente detém o poder é sempre a de nivelar por baixo os custos de produção, mesmo sabendo que isso não resolve a situação em muitos casos.
Na Europa tecnocrática e comandada economicamente por uma instituição cada vez mais longe da realidade vivida pelos cidadãos, as soluções preconizadas são cada vez mais padronizadas, como se as economias dos países, os sistemas de protecção social e os salários fossem em todo o lado semelhantes. Claro que esta não é a realidade, mas todos temos de enfrentar os mesmos preços das matérias primas, dos produtos aos mesmos preços do mercado internacional e das consequências que derivam dos mercados de capitais perfeitamente globalizados.
As consequências para os portugueses, pelo menos para a grande maioria, têm sido um crecimento do desemprego, a diminuição dos salários reais, o aumento do trabalho precário, o aumento da inflação sempre superior aos cálculos dos governos, o aumento dos impostos, a saúde mais cara, a educação cada vez mais cara, e uma protecção social também mais frágil. Com tudo isto, e perante a inoperância dos governos na tarefa de proceder à redistribuição dos rendimentos, temos que Portugal tem o pior índice de justiça social dos membros da União Europeia, o que não há estatística que possa desmentir.
Numa sociedade injusta não há motivação nem esperança em melhores dias, mas há com certeza muita indignação, revolta e vontade de mudar, assim apareçam alternativas ou quem mobilize vontades para alterar este estado de coisas de um modo talvez mais radical e pouco ortodoxo.
Num mercado globalizado e sem regras minimamente definidas, o capital trabalho é sempre o mais afectado, especialmente nos países mais desenvolvidos e onde os direitos laborais e sociais são respeitados. Como o movimento de capitais é muito mais célere do que o movimento das populações, e como a economia privilegia o grande capital, a tendência de quem realmente detém o poder é sempre a de nivelar por baixo os custos de produção, mesmo sabendo que isso não resolve a situação em muitos casos.
Na Europa tecnocrática e comandada economicamente por uma instituição cada vez mais longe da realidade vivida pelos cidadãos, as soluções preconizadas são cada vez mais padronizadas, como se as economias dos países, os sistemas de protecção social e os salários fossem em todo o lado semelhantes. Claro que esta não é a realidade, mas todos temos de enfrentar os mesmos preços das matérias primas, dos produtos aos mesmos preços do mercado internacional e das consequências que derivam dos mercados de capitais perfeitamente globalizados.
As consequências para os portugueses, pelo menos para a grande maioria, têm sido um crecimento do desemprego, a diminuição dos salários reais, o aumento do trabalho precário, o aumento da inflação sempre superior aos cálculos dos governos, o aumento dos impostos, a saúde mais cara, a educação cada vez mais cara, e uma protecção social também mais frágil. Com tudo isto, e perante a inoperância dos governos na tarefa de proceder à redistribuição dos rendimentos, temos que Portugal tem o pior índice de justiça social dos membros da União Europeia, o que não há estatística que possa desmentir.
Numa sociedade injusta não há motivação nem esperança em melhores dias, mas há com certeza muita indignação, revolta e vontade de mudar, assim apareçam alternativas ou quem mobilize vontades para alterar este estado de coisas de um modo talvez mais radical e pouco ortodoxo.
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Humor Nacional
Olá Guardião,
ResponderEliminarQue excelente síntese conseguiu fazer do estado de coisas em que actualmente nos encontramos!
Senti uma certa amargura, talvez desânimo seja palavra mais certa, nesta frase muito bonita com que termina o texto :" numa sociedade injusta não há motivação nem esperança em dias melhores..."
Sabe : é verdade que motivos de esperança não os temos, mas motivação para a luta , estou certa que sim.
Lendo textos como o que hoje aqui escreveu, acredito que continuamos motivamos em alcançar uma vida melhor.
E dias melhores seguramente ainda virão ...
Adorei ouvir o Variações nesse tema aqui tão a propósito.
Claro, as imagens são fascinantes.
Diria mesmo que se superou nessa ideia luminosa-suína...
Um beijinho amigo
Um domingo feliz
Maria
Quis dizer "motivados" (apesar de cansados...)
ResponderEliminarUm bj
Com governos relapsos e dependentes do poder económico, com um Estado ajoelhado perante os grandes e arrogante para os pequenos o espírito predominante é o de revolta. Junte-se a estes males uma justiça inoperante e que se cinge à letra em vez de respeitar o espírito da lei, e temos o rol de pecados da nossa sociedade mais (mal)composto.
ResponderEliminarDemocracia e socialismo são quimeras em sociedades injustas.
Fui
Joca
Gostei particularmente desta fonte de energia alternativa. Com os porcos que temos, poderia ser uma óptima solução para a redução no consumo da energia eléctrica.
ResponderEliminarQuanto ao artigo, muito lúcido e esclarecido, toca no ponto nevrálgico que só não vê quem não quiser: a padronização de preços nas matérias primas implica maiores custos para os cidadãos dos países mais pobres. É uma evidência que apenas uma mais equitativa redistribuição dos dinheiros poderá atenuar.
Para que tal aconteça, em Portugal, só estou a ver de momento um caminho (não trilhado por este governo): aumentar os impostos a quem aufere mais rendimentos e diminuir a quem recebe menos, combatendo-se a fuga ao fisco de forma transparente e eficaz.
Jorge G.
Cumps.
e assim se fez a luz..lol
ResponderEliminarboa semana
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarUma excelente análise da globalização de tipo neoliberal a que estamos a assistir neste início de século. O capital, especialmente o das grandes corporações, circula livremente, com o apoio dos regimes políticos, mesmo os supostamente mais de esquerda. E são as populações que saem mais sacrificadas no meio deste tipo de globalização.
ResponderEliminarA falta de vontade dos povos em revoltar-se terá a ver, possivelmente, com toda uma campanha bem orquestrada pelo poder de que não existem alternativas. E existem!
É preciso despertar vontades
Um abraço amigo
Existe, com efeito hoje em dia uma grande desesperança numa sociedade mais justa, onde haja uma eficaz e verdadeira redistribuição da riqueza. Mas se todos qisermos, se todos nos propusermos lutar contra uma globalização desenfreada e contra a cegueira brutal, dos que se julgam senhores do mundo talvez as coisas mudem. Apesar de tudo eu ainda não perdi a esperança.
ResponderEliminarUm abraço
Guardião!
ResponderEliminarInfelizmente esta é a política neoliberal que se apresenta neste mundo "globalizado"! Trata-se igualmente os desiguais.
Abraços.
Muito bem estruturado este teu poste.
ResponderEliminarTocaste no essencial mostrando porquê das coisas. E apontaste o caminho.
Que passes um resto de domingo (bem frio, por sinal)feliz e boa semana.
Abraço
Gostei de ler estas palavras acertadas!
ResponderEliminarObrigado pelo reflexão!
Um abraço com o nariz cheio de energia