Não me vou deter sobre a importância que um jornal possa dar aos assuntos que trata, e ao maior ou menor destaque que dá a determinados assuntos, mas sim ao alinhamento com as posições do governo em funções. Umas vezes é feito dum modo discreto, outras vezes acaba por ir mais longe chegando a querer justificar aquilo que nem o governo se atreve a justificar.
Hoje falo a propósito da decisão da Comissão de Protecção de Dados e do Editorial do DN de 30 de Maio sobre a matéria. O autor refere logo no título que “protecção de Dados incentiva a falta de rigor”, o que me fez ir logo à procura do rigor a que se referia. Para meu espanto o artigo pretendia ir mais longe, ao considerar a decisão como “surpreendente, porque radica numa desconfiança de comportamento persecutório por parte das chefias do aparelho do Estado não provada no passado”.
Confesso que “fiquei passado” com tanta ignorância, ou indisfarçado apoio a governo numa medida por todos condenada. Senão vejamos: umas páginas à frente o mesmo jornal dá a notícia do caso Charrua e a justificação constante do próprio título é “cargo de Charrua era de confiança política”. Isto devia bastar para o autor deste texto nem sequer ter aludido à possibilidade do tal comportamento persecutório das chefias, pois é bem real e agora até é apoiado pelo incentivo à delação, como todos sabemos.
Mas no final cheguei ao problema da “falta de rigor”, que “incentiva às habituais tácticas para fazer greve sem perder um dia de ordenado”, o que não se verificaria com “uma técnica informática que separaria à velocidade da luz o trigo dos grevistas do joio dos outros faltosos”. Segundo o autor isto poupava dinheiro ao Estado.
Falar do que não se sabe ou fingir que se desconhece os processos habituais, é fatal e não abona nada a favor do jornal que publica um editorial destes, pois o procedimento já é feito informaticamente (à velocidade da luz), mas só pode ser fechado cinco dias úteis após o término duma greve, pois esse é o prazo máximo legal previsto para a entrega dos atestados por doença, e fazer-se um outro levantamento rigoroso e centralizado em menos tempo resultaria numa redundância, demoraria o mesmo tempo ou não forneceria os tais dados rigorosos.
Por fim registo que o próprio ministro das Finanças se demarcou dessa tal ”lista negra”, atirando com as responsabilidades para cima do senhor P. Macedo, que até está de saída. O editorialista não sabia ainda disto e quis dar uma mãozinha, mas não lhe vão agradecer porque se tratava penas duma ilegalidade flagrante.
Depois do Correio da Manhã só faltava agora o Diário de Notícias…
Hoje falo a propósito da decisão da Comissão de Protecção de Dados e do Editorial do DN de 30 de Maio sobre a matéria. O autor refere logo no título que “protecção de Dados incentiva a falta de rigor”, o que me fez ir logo à procura do rigor a que se referia. Para meu espanto o artigo pretendia ir mais longe, ao considerar a decisão como “surpreendente, porque radica numa desconfiança de comportamento persecutório por parte das chefias do aparelho do Estado não provada no passado”.
Confesso que “fiquei passado” com tanta ignorância, ou indisfarçado apoio a governo numa medida por todos condenada. Senão vejamos: umas páginas à frente o mesmo jornal dá a notícia do caso Charrua e a justificação constante do próprio título é “cargo de Charrua era de confiança política”. Isto devia bastar para o autor deste texto nem sequer ter aludido à possibilidade do tal comportamento persecutório das chefias, pois é bem real e agora até é apoiado pelo incentivo à delação, como todos sabemos.
Mas no final cheguei ao problema da “falta de rigor”, que “incentiva às habituais tácticas para fazer greve sem perder um dia de ordenado”, o que não se verificaria com “uma técnica informática que separaria à velocidade da luz o trigo dos grevistas do joio dos outros faltosos”. Segundo o autor isto poupava dinheiro ao Estado.
Falar do que não se sabe ou fingir que se desconhece os processos habituais, é fatal e não abona nada a favor do jornal que publica um editorial destes, pois o procedimento já é feito informaticamente (à velocidade da luz), mas só pode ser fechado cinco dias úteis após o término duma greve, pois esse é o prazo máximo legal previsto para a entrega dos atestados por doença, e fazer-se um outro levantamento rigoroso e centralizado em menos tempo resultaria numa redundância, demoraria o mesmo tempo ou não forneceria os tais dados rigorosos.
Por fim registo que o próprio ministro das Finanças se demarcou dessa tal ”lista negra”, atirando com as responsabilidades para cima do senhor P. Macedo, que até está de saída. O editorialista não sabia ainda disto e quis dar uma mãozinha, mas não lhe vão agradecer porque se tratava penas duma ilegalidade flagrante.
Depois do Correio da Manhã só faltava agora o Diário de Notícias…
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A GREVE
Fiz greve como milhares de portugueses, em sinal de protesto pela política laboral deste governo. O meu blog, como muitos outros, exibiu uma imagem simples anunciando que também ele estava de greve, acompanhando um movimento solidário de muitos bloguistas. Fiquei admirado com a adesão verificada e apresento os parabéns aos seus impulsionadores e a todos os que "pregaram o letreiro nas suas portas".
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Imagens escolhidas