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domingo, setembro 27, 2020

FOI PERIGOSO TRADUZIR A BÍBLIA

John Wycliffe (1330-1384) foi um dos grandes pensadores ingleses do séc. XIV. Teólogo era a sua profissão e foi assessor do Parlamento nas negociações com Roma.

Wycliffe começou por se indignar com a corrupção e interesses pessoais que grassavam em Roma, e depois de publicar uns panfletos em que chegou a classificar o papa como “o anticristo, o sacerdote mundano de Roma e o mais amaldiçoado carteirista”, foi chamado ao bispo de Londres para se explicar.

Foi julgado numa audiência que mais não foi do que uma farsa, sendo mais tarde acusado de heresia e forçado a deixar de ensinar em Oxford.

Como as pessoas comuns não percebiam o latim, e só tinham acesso ao que dizia o clero, Wycliffe, que acreditava que todos deviam poder ler a Bíblia, acabou por produzir uma bíblia em inglês, resultado do trabalho de 13 anos com ajuda dos seus assistentes.

Ainda durante o trabalho de tradução o Parlamento votou um projecto de lei para proibir a tradução e mesmo a posse duma cópia da Bíblia, mas tal projecto não foi aprovado por influência de John de Gaunt.

A igreja voltou a perseguir Wycliffe mesmo depois deste já ter morrido, e por isso o papa Martinho V mandou exumar os seu ossos do túmulo para depois os queimar e jogar as suas cinzas num rio, em 1427, para que o seu túmulo não fosse reverenciado.

John Wycliffe entrega a tradução da Bíblia aos padres, que ficaram conhecidos como lolardos. (quadro de William Frederick Yeames) (Wikipédia)
 

quarta-feira, maio 04, 2016

O ASSÉDIO NO TRABALHO

É por demais conhecido o assédio no trabalho, uma realidade em muitos serviços e muitas empresas, mas que poucos se atrevem a denunciar, temendo ainda consequências piores.

Hoje lemos uma notícia sobre trabalhadores impedidos de trabalhar porque recusaram aceitar rescisões voluntárias, apenas uma das muitas variantes de assédio por parte do patronato, tendente a obter reacções pouco pensadas que justifiquem processos disciplinares e possíveis despedimentos daí decorrentes.

Conheço casos de trabalhadores remetidos a uma secretária sem absolutamente nada para fazer, outros obrigados a desempenhar funções em nada condizentes com as suas reais capacidades, e outros que são mandados para lugares que todos os outros recusam desempenhar.

Que dizer de chefias que constantemente discriminam trabalhadores em favor de outros, descarada e impunemente?


A intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho é um dos recursos possíveis para casos desta natureza, mas estes problemas não se reduzem aos trabalhadores do sector privado, porque no público a realidade é a mesma, e até talvez mais grave.


domingo, dezembro 21, 2014

LIBERDADE

Nos últimos dois anos, e nos países europeus onde a austeridade foi mais aguda, surgiram os naturais protestos, que os governos estão agora a combater com punho de ferro, passando a implementar legislação restritiva e medidas de dissuasão musculadas, o que nos faz relembrar regimes políticos do passado.

Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir.

George Orwell
A resistência e o exercício do direito à crítica e ao protesto, seja ao nível sindical, seja mesmo ao nível da blogosfera, tem custos que podem ser muito elevados, desde a estagnação ou mesmo o despedimento no emprego, podendo também revelar-se ao nível da perseguição, nas redes sociais e na vida particular.

A liberdade custa muito caro e temos ou de nos resignarmos a viver sem ela ou de nos decidirmos a pagar o seu preço.


José Marti

terça-feira, dezembro 27, 2011

BIZARRIAS

Ficámos todos a saber pela Lusa que a GNR de Braga já deteve 16 vezes o dono de uma pastelaria da cidade por alegadamente se encontrar dentro do estabelecimento uns minutos para além do horário de funcionamento.

Diz-se que uma infracção é sempre uma infracção e que a lei é para se respeitar, e eu até concordo, mas esta notícia não deixa por isso de ser completamente bizarra.

O senhor ministro da Administração Interna ao ler esta notícia deve reflectir bem, e pronunciar-se sobre este procedimento dos agentes que de si dependem, porque a levar a sério este tipo de infracção, então a maioria dos seus agentes anda a fingir que não vê e não sabe o que se passa por este país fora.

Imagine-se que os gerentes bancários eram detidos de cada vez que se vissem funcionários a trabalhar depois da hora? E podia continuar a enumerar empresas e mesmo serviços públicos onde isso acontece, sem que a autoridade manifeste a sua presença e tome qualquer medida.

Por este andar ainda haverá algum cívico mais zeloso que vá ao gabinete do Álvaro e lhe dê ordem de detenção por querer que se trabalhe mais meia hora diária sem remuneração, o que a Constituição naturalmente não permite. Afinal o liberalismo pode ser perverso, não é?

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Música - Solo do tema do Padrinho


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Humor Tirado da Cartola
By Lijara

sexta-feira, janeiro 18, 2008

FISCALIZAR A SAÚDE

A Lei do Tabaco continua a deitar imenso fumo para os olhos dos portugueses, e assistimos todos a um espectáculo lamentável, onde se percebe que afinal não é a Saúde que está em causa, mas sim os interesses económicos.
Achei curioso que o director-geral de Saúde Francisco George tivesse vindo a público dizer que os locais para fumadores devem ser fiscalizados em primeiro lugar para mostrarem que têm as «condições aceitáveis» para o cumprimento da lei. Sempre assumi que os fumadores sabem perfeitamente que o tabaco faz mal à saúde, e que lá por estarem confinados a um espaço expressamente destinado a fumadores, os malefícios não diminuem, pelo contrário.
Eu esperava algo muito diferente do director-geral da Saúde, como por exemplo que se detivesse sobre as condições de funcionamento dos hospitais, dos centros de saúde e de outros aspectos como as condições relativas à saúde nos locais de trabalho. Talvez eu seja muito ingénuo, mas continuo a achar que a Lei do Tabaco apenas visa fechar uma parte substancial de cafés e restaurantes, que parecem incomodar o senhor presidente da ASAE, deixando apenas espaço aos estabelecimentos “normalizados” e incaracterísticos, iguais e assépticos.
Afinal Francisco George apenas tem dúvidas quanto aos casinos, de resto está inteiramente empenhado na cruzada contra os fumadores.


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Desenhos de Cavalos

Footless by *Mutley-the-Cat

Shah by paperdragon1967

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Humor em Francês

Hic

Delize

quinta-feira, maio 31, 2007

O ALINHAMENTO JORNALÍSTICO

Não me vou deter sobre a importância que um jornal possa dar aos assuntos que trata, e ao maior ou menor destaque que dá a determinados assuntos, mas sim ao alinhamento com as posições do governo em funções. Umas vezes é feito dum modo discreto, outras vezes acaba por ir mais longe chegando a querer justificar aquilo que nem o governo se atreve a justificar.
Hoje falo a propósito da decisão da Comissão de Protecção de Dados e do Editorial do DN de 30 de Maio sobre a matéria. O autor refere logo no título que “protecção de Dados incentiva a falta de rigor”, o que me fez ir logo à procura do rigor a que se referia. Para meu espanto o artigo pretendia ir mais longe, ao considerar a decisão como “surpreendente, porque radica numa desconfiança de comportamento persecutório por parte das chefias do aparelho do Estado não provada no passado”.
Confesso que “fiquei passado” com tanta ignorância, ou indisfarçado apoio a governo numa medida por todos condenada. Senão vejamos: umas páginas à frente o mesmo jornal dá a notícia do caso Charrua e a justificação constante do próprio título é “cargo de Charrua era de confiança política”. Isto devia bastar para o autor deste texto nem sequer ter aludido à possibilidade do tal comportamento persecutório das chefias, pois é bem real e agora até é apoiado pelo incentivo à delação, como todos sabemos.
Mas no final cheguei ao problema da “falta de rigor”, que “incentiva às habituais tácticas para fazer greve sem perder um dia de ordenado”, o que não se verificaria com “uma técnica informática que separaria à velocidade da luz o trigo dos grevistas do joio dos outros faltosos”. Segundo o autor isto poupava dinheiro ao Estado.
Falar do que não se sabe ou fingir que se desconhece os processos habituais, é fatal e não abona nada a favor do jornal que publica um editorial destes, pois o procedimento já é feito informaticamente (à velocidade da luz), mas só pode ser fechado cinco dias úteis após o término duma greve, pois esse é o prazo máximo legal previsto para a entrega dos atestados por doença, e fazer-se um outro levantamento rigoroso e centralizado em menos tempo resultaria numa redundância, demoraria o mesmo tempo ou não forneceria os tais dados rigorosos.
Por fim registo que o próprio ministro das Finanças se demarcou dessa tal ”lista negra”, atirando com as responsabilidades para cima do senhor P. Macedo, que até está de saída. O editorialista não sabia ainda disto e quis dar uma mãozinha, mas não lhe vão agradecer porque se tratava penas duma ilegalidade flagrante.
Depois do Correio da Manhã só faltava agora o Diário de Notícias…

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A GREVE

Fiz greve como milhares de portugueses, em sinal de protesto pela política laboral deste governo. O meu blog, como muitos outros, exibiu uma imagem simples anunciando que também ele estava de greve, acompanhando um movimento solidário de muitos bloguistas. Fiquei admirado com a adesão verificada e apresento os parabéns aos seus impulsionadores e a todos os que "pregaram o letreiro nas suas portas".


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Imagens escolhidas

Para refrescar as ideias - Шкондина Татьяна (Tagi)

Contar carneirinhos by sonyka

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Humor Nacional