Aquilo que passou a ser um ritual que se repete todos os anos volta a acontecer hoje nos museus nacionais, com o nome pomposo de Dia Internacional dos Museus. Não vou aqui comentar as iniciativas agendadas, como lançamento de livros, visitas guiadas, ou outras mais discutíveis, como o kuduro no Museu Nacional do Traje ou DJ’s, mas sim falar das realidades que o público desconhece.
O maior problema, reside no financiamento e na autonomia para gerir o funcionamento regular dos museus. Note-se que nem sequer abordo a programação e outras actividades que têm de ser pensadas e projectadas com a devida antecedência como as exposições. É que não há programação que resista à preocupação constante com a falta de pessoal, à incerteza quanto às verbas disponíveis para os consumíveis de escritório ou quanto às autorizações para pequenas reparações eléctricas, ou substituição de vidros, passando até pelos arranjos das casas de banho ou lâmpadas. Para coisas tão essenciais como estas, é necessário obter autorizações que demoram e que, não poucas vezes, implicam insistências junto do sector competente ou até da direcção da tutela.
Pode parecer caricatural, mas é uma realidade vivida no dia-a-dia dos serviços dependentes do Ministério da Cultura. A penúria é real e por isso as decisões acabam por ser demasiado centralizadas, tornando os processos morosos e naturalmente difíceis.
Falar-se de contratos de manutenção e em equipas polivalentes para acudir dentro duma determinada área, tem sido uma constante e os resultados têm sido nulos.
Sem ser possível garantir-se o funcionamento, o desgaste daí resultante, bem como o tempo perdido nesta luta quase diária, como é que se podem ter Museus vivos, atractivos e actuantes?
O público tem razão em exigir mais, mas é bom que saibam também que há constrangimentos, e quais.
O maior problema, reside no financiamento e na autonomia para gerir o funcionamento regular dos museus. Note-se que nem sequer abordo a programação e outras actividades que têm de ser pensadas e projectadas com a devida antecedência como as exposições. É que não há programação que resista à preocupação constante com a falta de pessoal, à incerteza quanto às verbas disponíveis para os consumíveis de escritório ou quanto às autorizações para pequenas reparações eléctricas, ou substituição de vidros, passando até pelos arranjos das casas de banho ou lâmpadas. Para coisas tão essenciais como estas, é necessário obter autorizações que demoram e que, não poucas vezes, implicam insistências junto do sector competente ou até da direcção da tutela.
Pode parecer caricatural, mas é uma realidade vivida no dia-a-dia dos serviços dependentes do Ministério da Cultura. A penúria é real e por isso as decisões acabam por ser demasiado centralizadas, tornando os processos morosos e naturalmente difíceis.
Falar-se de contratos de manutenção e em equipas polivalentes para acudir dentro duma determinada área, tem sido uma constante e os resultados têm sido nulos.
Sem ser possível garantir-se o funcionamento, o desgaste daí resultante, bem como o tempo perdido nesta luta quase diária, como é que se podem ter Museus vivos, atractivos e actuantes?
O público tem razão em exigir mais, mas é bom que saibam também que há constrangimentos, e quais.
Dinheiro para Museus e Monumentos? O quase engº Sócrates vai mais pelas OTAs e TGVs. O Governo é Socialista? LOL
ResponderEliminarFui
Um dia em cheio, agora amanhã á noite há mais.
ResponderEliminarCaro amigo,
ResponderEliminarPeço desculpa, mas só pude moderar agora o teu comentário.
Não sei o que se passa que os teus comentários vão directos para o Akismet Spam do meu blog.
Já dei ordem para não irem para o Akismet Spam, mas está sempre a acontecer. Deve ser um bug do blog.
Caro Amigo peço mais uma vez desculpa pelo sucedido.
Um Abraço e bom Fim de Semana
Sempre que oiço falar em museus na tv é por greve, qq dia fecham e passamos a ter visitas virtuais em casa. Pelo menos em Portugal, já que quem os visitam são quase estrangeiros.
ResponderEliminarCaro Odysseus
ResponderEliminarSegundo afirmações da ministra da Cultura vão ser admitidos 500 vigilantes para garantir o normal funcionamento dos Museus até ao final de Setembro. Penso que agora todos percebem melhor porque é que havia tanto descontentamento e fica explicado o encerramento parcial de alguns serviço.
Veremos depois de Setembro o que acontece, quando acabarem estes contratos.
Abraço
Julgo que os tais 500 vigilantes poderão ser suficientes para passarmos o verão sem a vegonha de museus fechados quando em qualquer país civilizado estão abertos.
ResponderEliminarmaso problema não é apenas o da falta de vigilantes. É da ausência de uma política cultural que faça dos museus portugueses locais onde apetece ir, com pessoal qualificado (há tantos formados superiormente em história no desemprego!) e meios modernos de consulta e de explicação das obras expostas.
Muito é preciso, mas sem diheiro para a cultura...
um abraço.
Caro Sineiro
ResponderEliminarPrimeiro há que garantir o funcionamento e a abertura dos serviços, o que ainda não é garantido porque os lugares vão ser preenchidos por contratados até Setembro. Depois há que adequar os quadros de pessoal com as pessoas necessárias para as actividades próprias dos Museus, exposições, divulgação, conservação e investigação.
Abraço
Está feito, e muito bem, o diagnóstico por quem entende da matéria e com a autoridade dos seus 250 anos!
ResponderEliminarAbraço e bom-fim-de-semana!