quinta-feira, maio 31, 2007

O ALINHAMENTO JORNALÍSTICO

Não me vou deter sobre a importância que um jornal possa dar aos assuntos que trata, e ao maior ou menor destaque que dá a determinados assuntos, mas sim ao alinhamento com as posições do governo em funções. Umas vezes é feito dum modo discreto, outras vezes acaba por ir mais longe chegando a querer justificar aquilo que nem o governo se atreve a justificar.
Hoje falo a propósito da decisão da Comissão de Protecção de Dados e do Editorial do DN de 30 de Maio sobre a matéria. O autor refere logo no título que “protecção de Dados incentiva a falta de rigor”, o que me fez ir logo à procura do rigor a que se referia. Para meu espanto o artigo pretendia ir mais longe, ao considerar a decisão como “surpreendente, porque radica numa desconfiança de comportamento persecutório por parte das chefias do aparelho do Estado não provada no passado”.
Confesso que “fiquei passado” com tanta ignorância, ou indisfarçado apoio a governo numa medida por todos condenada. Senão vejamos: umas páginas à frente o mesmo jornal dá a notícia do caso Charrua e a justificação constante do próprio título é “cargo de Charrua era de confiança política”. Isto devia bastar para o autor deste texto nem sequer ter aludido à possibilidade do tal comportamento persecutório das chefias, pois é bem real e agora até é apoiado pelo incentivo à delação, como todos sabemos.
Mas no final cheguei ao problema da “falta de rigor”, que “incentiva às habituais tácticas para fazer greve sem perder um dia de ordenado”, o que não se verificaria com “uma técnica informática que separaria à velocidade da luz o trigo dos grevistas do joio dos outros faltosos”. Segundo o autor isto poupava dinheiro ao Estado.
Falar do que não se sabe ou fingir que se desconhece os processos habituais, é fatal e não abona nada a favor do jornal que publica um editorial destes, pois o procedimento já é feito informaticamente (à velocidade da luz), mas só pode ser fechado cinco dias úteis após o término duma greve, pois esse é o prazo máximo legal previsto para a entrega dos atestados por doença, e fazer-se um outro levantamento rigoroso e centralizado em menos tempo resultaria numa redundância, demoraria o mesmo tempo ou não forneceria os tais dados rigorosos.
Por fim registo que o próprio ministro das Finanças se demarcou dessa tal ”lista negra”, atirando com as responsabilidades para cima do senhor P. Macedo, que até está de saída. O editorialista não sabia ainda disto e quis dar uma mãozinha, mas não lhe vão agradecer porque se tratava penas duma ilegalidade flagrante.
Depois do Correio da Manhã só faltava agora o Diário de Notícias…

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A GREVE

Fiz greve como milhares de portugueses, em sinal de protesto pela política laboral deste governo. O meu blog, como muitos outros, exibiu uma imagem simples anunciando que também ele estava de greve, acompanhando um movimento solidário de muitos bloguistas. Fiquei admirado com a adesão verificada e apresento os parabéns aos seus impulsionadores e a todos os que "pregaram o letreiro nas suas portas".


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Imagens escolhidas

Para refrescar as ideias - Шкондина Татьяна (Tagi)

Contar carneirinhos by sonyka

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Humor Nacional

terça-feira, maio 29, 2007

COMO ERA PREVISÍVEL

A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) anunciou que proibiu o tratamento autónomo de dados pessoais dos trabalhadores ausentes por greve, por considerar que é um procedimento discriminatório.
Não foi uma surpresa para ninguém, nem sequer para o governo que pretendeu pura e simplesmente intimidar os funcionários públicos. A Constituição é absolutamente clara e não posso crer que o governo tivesse qualquer dúvida acerca do assunto, e da violação que seria o tratamento destes dados de forma autónoma, com a criação duma base de dados só para este efeito e que permitisse a identificação dos trabalhadores.
Já que o motivo invocado era a necessidade de efectuar os de imediato os respectivos descontos, esperamos que da mesma maneira e com a mesma celeridade sejam efectuados os pagamentos devidos aos funcionários pelo trabalho extraordinário e em dias de folga e feriados, como demonstração de que apenas está em causa a melhoria da eficiência da máquina do Estado. O ministro Teixeira dos Santos está obrigado por via do despacho de dia 15 de Maio, a observar o mesmo rigor e o mesmo critério também nas obrigações assumidas para com os trabalhadores, sob pena de demonstrar ter dois pesos e duas medidas consoante seja para pagar ou descontar aos funcionários públicos.

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Cartoon Informático
Bill Gates et l'utilisateur…

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Fotos - Natureza

bernt

lisbeth

segunda-feira, maio 28, 2007

LEGALIZAR O ÓPIO

Li que Portugal se prepara para apoiar a legalização do ópio afegão. Esta posição puramente política como se percebe, visa retirar os proventos e o apoio aos talibãs afegãos.
Agora o Ocidente reconhece o interesse em legalizar a plantação das papoilas, pois de uma assentada resolve dois problemas, o do financiamento do terrorismo e do embaratecimento dos medicamentos opiáceos.
Talvez seja uma boa ideia, já aventada há anos por muita gente, mas resta ver como vai ser implementada no terreno.
Não se iludam os “agarrados” que o paraíso é lá longe, por cá até fumar um simples cigarro é considerado um crime contra a humanidade, a menos que vivam a sul do Tejo, no deserto do Lino.

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Humor
Muammer Olcay
Alfredo Martirena Hernandez

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Fotografia

Per-Magnus Hedén

sábado, maio 26, 2007

EXPLICAR O INEXPLICÁVEL

O senhor Paulo Macedo vem hoje explicar a razão da criação duma Base de Dados para as situações de greve. Depois de já termos ouvido outras explicações, vem agora este senhor dizer que esta servirá para efectuar de imediato os respectivos descontos pois isso não estava a ser feito dum modo expedito, demorando por vezes alguns meses até que os descontos fossem efectuados.
O senhor Paulo Macedo, a quem alguns teceram rasgados elogios nos últimos meses, ao pretender justificar esta medida de cariz político e repressivo, está a menosprzar a inteligência dos portugueses. Podia e devia sair em beleza, sem se enredar nesta trama injustificável.
Argumentar com o atraso nos respectivos descontos, sugerindo que a base de dados o evitaria, leva-nos a pensar que o tão competente senhor desconhece a realidade da maioria dos serviços, onde os descontos e os pagamentos do trabalho extraordinário são efectuados apenas no mês seguinte aquele a que dizem respeito. Esta situação é normal pois há que validar as faltas e os seus justificativos, bem como justificar o trabalho extraordinário. Há serviços onde este processamento não é feito dentro destes prazos, mas isso deve-se à crónica falta de verbas, que é um outro problema recorrente, de que se queixam os trabalhadores mas que Paulo Macedo finge ignorar.
Por último, mas talvez ainda mais importante, é o facto dos pagamentos e dos descontos serem feitos em cada serviço ou ministério, em sistemas informáticos diferentes, pelo que a dita base de dados em nada irá agilizar os processos.
Está bem claro para todos nós que este registo é ilegal, pois a sua única utilidade será a de ter um cadastro completo dos trabalhadores que aderem a greves. É muito grave o que se está a passar e revela bem a intenção do governo de intimidar os trabalhadores que possam optar por um direito que está consagrado na Constituição.

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Fotografia
Hriack
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Cartoon Internacional

A ignorância informática - Hugo by Laerte

A visão de Almeida Santos

sexta-feira, maio 25, 2007

DESCOBERTA UMA NOVA BACTÉRIA

Vai ser publicado na próxima edição da revista Ciência Lusa um estudo da autoria de cientistas nacionais, onde se desvenda a descoberta de uma nova bactéria, responsável por causar efeitos degenerativos nas células cinzentas do cérebro. A descoberta, feita por acaso depois da análise do ar e das poeiras num edifício situado no Largo do Rato, revelou esta perigosa bactéria, que embora tenha origem em sítios extremamente secos, desérticos até, se transforma num agente altamente infeccioso com efeitos devastadores para os cérebros dos humanos.
Consta que os dois jovens cientistas, prestes a terminar a sua bolsa de investigação, viram já renovada a mesma, para descobrirem uma vacina eficaz. Segundo um dos jovens, um dos sintomas mais evidente da infecção causada pela nova bactéria, é a sensação de secura nos lábios, alguma euforia com propensão às piadas de mau gosto e à mentira, para além de um medo compulsivo de atentados bombistas.
Sabe-se que um ministro responsável pelas doenças do país, já contactou diversos laboratórios dedicados ao fabrico de genéricos, para estarem de prevenção para o fabrico imediato das vacinas, logo que estas estejam prontas, dispensando-se a abertura de concursos públicos que só iriam atrasar todo o processo.
Pelas bandas do Largo do Rato o nervosismo é bem patente em todos os que por ordens superiores se mantêm em quarentena, não podendo ser dispensados da sua actividade mesmo que demonstrem sintomas agudos desta infecção.

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Cartoon "O Areias"

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Convidando Mário Lino

Prova de sobrevivência no deserto do Sul do Tejo

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Foto de escultura

Сергей Е

quinta-feira, maio 24, 2007

PRÉMIO BLOG COM TOMATES

Foi-me atribuido, pel' O Sino da Aldeia o prémio Blog com Tomates, que agradeço. Como estímulo para uns e/ou castigo para outros, retribuo com as nomeações que me cumprem fazer:
Compreenderei que não agrade a todos, mas procurei não repetir nomeações feitas por outros. Muitos outros ficaram por nomear, mas outros o farão com toda a certeza.

quarta-feira, maio 23, 2007

EXCESSO DE ZELO?

Alguns socialistas, comentadores políticos e até alguma comunicação social com simpatia pelo partido do governo, têm preferido classificar o caso do processo disciplinar levantado a um professor, por ter proferido uma piada sobre o primeiro-ministro, como um mero excesso de zelo duma directora geral. Não partilho dessa opinião, até porque o caso é muito grave e interfere com o direito à liberdade de expressão que não pode ser posto em causa.
O que uns consideram “excesso de zelo” é apenas uma consequência duma atitude disparatada e democraticamente inqualificável de quem se propôs a aliciar a delação, e isto foi feito por alguém com altas responsabilidades de Estado. Foi um monumental erro político com consequências bem espelhadas no caso vertente.
É preciso que se retirem conclusões sobre este caso e que se atribuam as responsabilidades a quem as tem. Já não bastava termos uma função pública instrumentalizada partidariamente, que afecta a confiança de quem lá trabalha, pois sabe que o mérito de que tanto se fala, tem cor e depende mais disso e dos “améns” que se dêem aos chefes, mesmo que estejam redondamente enganados. Agora também têm que olhar para todos os lados antes de abrirem a boca, pois pode estar presente algum delator que vá comunicar à chefia qualquer frase ou piada que possa ser interpretada como crítica ao poder instituido.
Este tipo de sociedade foi repudiada com o 25 de Abril, mas há quem se esqueça disso, faça vista grossa porque acontece aos outros ou minimize para estar bem com quem manda.
Repudiar este tipo de comportamentos é um dever cívico, e não se podem poupar palavras na crítica a quem pactua ou alicia estas acções aberrantes.

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Fotografias
jådd

koltsov

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Cartoon

Stavro

terça-feira, maio 22, 2007

NÃO GOZEM COM O CHEFE

Começou pelo Ministério da Educação e ameaça espalhar-se por todo o lado, o espírito de bufaria e a repressão arbitrária, sobre quem emite opiniões ou comentários considerados inconvenientes.
Um comentário jocoso sobre a licenciatura do primeiro-ministro feito na presença dum colega já originou uma suspensão e a abertura dum processo disciplinar. A dúvida que paira na cabeça de muitos portugueses, sobre a tal licenciatura, afinal pode ser considerada “um insulto” ou uma situação “extremamente grave e inaceitável”? Será que quem vier a manifestar tais dúvidas ou contar uma anedota sobre o caso pode vir a ser punido?
A liberdade de expressão pode estar em causa se esta situação não for aclarada e a atitude da DREN não for condenada. Não é só a liberdade de expressão que está em causa, temos também o direito de defesa que não foi respeitado e uma decisão persecutória e opressora sem fundamentação legal.
Para mim, fiquei ainda com mais dúvidas ainda sobre a licenciatura de José Sócrates, e fiquei com a certeza de que a partidarização da função pública, bem como o incentivo à delação, vão acabar por descambar num clima de intimidação que pode ser explosivo.

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Cartoon's aprovados pela censura

By Ferreira dos Santos

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Fotografia

By nordre

segunda-feira, maio 21, 2007

BREVES

Câmara de Lisboa – Segundo Paula Teixeira da Cruz, presidente da assembleia municipal de Lisboa, “há uma cultura de interesses em Lisboa. Calculo que sim, mas estou muito distante para aquilatar o facto, mas se a senhora presidente o diz, que está bem dentro dos meandros do problema, porque é que só agora o tornou público? Por muito menos, diz-se que por uma piada jocosa sobre as habilitações do 1º ministro, um professor foi suspenso e viu-lhe levantado um processo disciplinar. Bem sei que Paula Teixeira da Cruz não fez esta afirmação enquanto funcionária pública, que talvez não se considere embora sirva a causa pública, mas podia especificar melhor, pois fiquei curioso em conhecer a tal “cultura de interesses”.
Será que não se importa de explicar, para nós entendermos?

Dia da Marinha – Ontem, 20 de Maio, comemorou-se o Dia da Marinha, 509 anos depois da chegada de Vasco da Gama à Índia. As cerimónias decorreram em Ponta Delgada e, o chefe do Estado-Maior da Armada pediu ao ministro da Defesa, para os marinheiros, que compreendem o “rigor financeiro”, não serem sujeitos a mais cortes orçamentais. No fundo a Marinha não quer mais cortes orçamentais, para poder cumprir as missões que lhe estão confiadas. O ministro ouviu, não sei é se o outro ministro, o das Finanças, ouviu ou leu este recado. Consta que é um pouco duro … de ouvido, claro!

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Cartoon Internacional
Falta de verbas? By Andrzej Graniak - Poland

Mégalomane ?

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Fotografia
Dreamy water#1 by willy marthinussen

domingo, maio 20, 2007

RELAXEM, QUE É DOMINGO

Porque hoje é domingo e o tempo não ajuda as actividades ao ar livre, deixo aos meus visitantes apenas umas imagens.
Não se cansem e não pensem muito. A ordem de hoje é para relaxar, porque amanhã é um novo dia de trabalho.
Para os doentes do futebol, muitas felicidades e que a minha Académica se porte bem, porque perdendo ou ganhando eu continuarei a ter sempre a minha simpatia pela briosa.
Fiquem bem.
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Fotografia
Dive In by ~smileyno1

fantasi over kinahibisk by Tone Brenna

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Humor

Comodista by Andrzej Graniak

Produtividade by Ferreira dos Santos

sábado, maio 19, 2007

O POLÍTICAMENTE INCORRECTO

Neste sábado o Editorial do Expresso veio confirmar o que já tinha sido dito na blogosfera, a comunicação social está cada vez mais alinhada. Com o título simples «Museus» o editorial atacava dois directores de museus por se queixarem da falta de dinheiro, de falta de gente e do organismo que os tutela, terminando com a frase, “com directores tão motivados não espanta que se transformem (os Museus) em autênticos túmulos, com a arte enterrada sete palmos abaixo da terra”.
Não é habitual ouvir-se da boca de responsáveis de serviços do Estado, referências aos constrangimentos no funcionamento das unidades que dirigem, por muitos é até considerado politicamente incorrecto este procedimento, mas quando é um retrato perfeito da realidade é um acto de coragem e um desafio saudável à tutela política de que dependem.
Nos Museus, Palácios e Monumentos tem-se pedido apenas o essencial para o regular funcionamento dos serviços, para que as energias se possam voltar para as actividades de investigação, manutenção e divulgação do Património. No próprio semanário em questão é notícia (pequenina) de 1ª página a admissão de 500 vigilantes para assegurar a abertura dos serviços durante o Verão, facto que demonstra o estado depauperado em que se encontram os quadros do pessoal destas instituições. Terá o autor do Editorial a noção de que, neste momento, não existem sequer 500 vigilantes nos quadros destes serviços, para aquilatar o grau das dificuldades?
Em Portugal quase que é considerado crime dizer-se que não há condições para se desempenhar na plenitude uma função, especialmente em serviços da Administração Pública, porque se instituiu, parece que por decreto do governo e da comunicação social, que só há preguiçosos, incompetentes e funcionários a roçar o traseiro pelas paredes. A verdade, nem sempre é essa, e afirmar isso na praça pública, pelo menos para o editorialista deve ser um crime de lesa-majestade.
O Expresso errou o alvo, por muito! Pode procurar muito acima, que encontrará o que não buscou com empenho ...
Colaboração do Palaciano

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Fotos
Fast and Furious by Skog

Entornar o café by Tatiana-Arts (OMELA)

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Cartoon

Até os poderosos vão às cordas

sexta-feira, maio 18, 2007

DIA INTERNACIONAL DOS MUSEUS

Aquilo que passou a ser um ritual que se repete todos os anos volta a acontecer hoje nos museus nacionais, com o nome pomposo de Dia Internacional dos Museus. Não vou aqui comentar as iniciativas agendadas, como lançamento de livros, visitas guiadas, ou outras mais discutíveis, como o kuduro no Museu Nacional do Traje ou DJ’s, mas sim falar das realidades que o público desconhece.
O maior problema, reside no financiamento e na autonomia para gerir o funcionamento regular dos museus. Note-se que nem sequer abordo a programação e outras actividades que têm de ser pensadas e projectadas com a devida antecedência como as exposições. É que não há programação que resista à preocupação constante com a falta de pessoal, à incerteza quanto às verbas disponíveis para os consumíveis de escritório ou quanto às autorizações para pequenas reparações eléctricas, ou substituição de vidros, passando até pelos arranjos das casas de banho ou lâmpadas. Para coisas tão essenciais como estas, é necessário obter autorizações que demoram e que, não poucas vezes, implicam insistências junto do sector competente ou até da direcção da tutela.
Pode parecer caricatural, mas é uma realidade vivida no dia-a-dia dos serviços dependentes do Ministério da Cultura. A penúria é real e por isso as decisões acabam por ser demasiado centralizadas, tornando os processos morosos e naturalmente difíceis.
Falar-se de contratos de manutenção e em equipas polivalentes para acudir dentro duma determinada área, tem sido uma constante e os resultados têm sido nulos.
Sem ser possível garantir-se o funcionamento, o desgaste daí resultante, bem como o tempo perdido nesta luta quase diária, como é que se podem ter Museus vivos, atractivos e actuantes?
O público tem razão em exigir mais, mas é bom que saibam também que há constrangimentos, e quais.

O Cartaz, porque gostei dele
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Fotos

Peterskirken Roma by John Aavitsland

Fonte de Trevi

quinta-feira, maio 17, 2007

COMPORTAMENTOS

Há alguns dias fui surpreendido por uma senhora professora, que acompanhava uma turma de meninos com 8 ou 9 anos, que acabavam de sair de um monumento. Em alto e bom som a mestra dirige-se aos seus meninos dizendo: estes senhores estão a fumar aqui mesmo ao pé de crianças, isto devia ser proibido, não é? Em coro os meninos respondem um estridente SIIIMM.
Confesso que isto me chamou a atenção, porque apesar de não estar na altura a fumar, sou fumador, e também porque os visados eram estrangeiros e estavam a fazê-lo ao ar livre num passeio fronteiro ao dito monumento. Os meus olhos acompanharam a senhora professora durante algum tempo e fui reparando no que fazia bem como os barulhentos petizes.
A jovem professora, já que teria uns vinte e tantos anos, mascava a sua pastilha elástica enquanto ía gritando aos seus meninos para se sentarem a tomar o seu lanche na escadaria fronteira ao palácio. Os meninos e meninas lá se sentaram a comer e a beber, ocupando grande parte da escadaria, enquanto a diligente mestra passava um saco pretendendo recolher o lixo causado. De repente atira a sua pastilha para o chão, dizendo à turma que está na hora de ir para o autocarro. A petizada arruma as suas coisas apressadamente, enquanto a jovem mestra aproveita o compasso de espera para fazer uma festinha a um cão que por ali circulava e que, imediatamente a seguir, alçou uma das patas traseiras e marcou a sua presença na parede do monumento.
Por fim lá segue o grupo o seu caminho, sempre com ordens ditadas em alta voz, e eis que a senhora professora joga numa papeleira o lixo que tinha recolhido. Por coincidência os contentores do lixo estavam a cerca de dez metros e eram bem visíveis.
Não conheço a senhora professora, mas embora apreciando alguns dos seus gestos, posso dizer que não terá reparado em alguns outros que não foram correctos. Começando pela pastilha elástica, que é um dos flagelos dos museus e monumentos, passando pelo local onde colocou os meninos a lanchar, rodeados por turistas que os iam contornando procurando entrar ou sair do palácio, ou ao cãozinho que andava sem trela e sem a presença próxima do dono, mas que merece certamente uma festinha, terminando com a colocação do lixo num local não adequado para o efeito.
Certamente não teria reparado nisto tudo, se a dita mestra não tivesse feito o tal comentário dirigido aos fumadores, reprovando publicamente o seu (e meu) vício. A atitude era escusada, e os exemplos seguintes também não foram os melhores.
Quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele.

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Foto - Cuidado com a loiça
Kaffekopp by Anette1974
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Oportunidade de recordar
Porque ainda não me esqueci

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Cartoon
Bill Schorr

quarta-feira, maio 16, 2007

A POLUIÇÃO E O PATRIMÓNIO


Um dos maiores perigos que afectam os monumentos em todo o mundo é a poluição. A poluição atmosférica é causa de degradação dos materiais, nomeadamente da pedra onde provoca reacções químicas irreversíveis.
Segundo a Reuters, a poluição está a tornar amarelado o Taj Mahal, apesar dos esforços do governo indiano em controlar a contaminação do ar em torno deste monumento do séc XVII. As partículas transportadas pelo vento depositam-se sobre o mármore branco do monumento dando-lhe este ton amarelado, apesar de todos os esforços de limpeza já efectuados.
Este monumento atrai cerca de 20.000 visitantes por dia e levou cerca de 17 anos a ser construído, tendo trabalhado na sua construção cerca de 20.000 pessoas.

Mais em: http://www.reuters.com/article/scienceNews/idUSDEL5881920070515


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Foto manipulada

Fat Bird go Home by Stig Håvard Dirdal

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Humor amarelado

Relatórios às resmas ...

terça-feira, maio 15, 2007

COMPRO O QUE É NOSSO?

A ideia desta promoção é interessante, haverá quem a considere louvável, e envolve cerca de 180 empresas que representam mais de 700 marcas portuguesas. É uma iniciativa da Associação Empresarial de Portugal (AEP) que está a dinamizar a divulgação do projecto em cooperação com outras entidades.
Os portugueses vão poder ver cada vez mais artigos coma indicação e o logótipo identificativo nas pequenas lojas e até nas grandes superfícies, mesmo em algumas de origem estrangeira.
Claro que uma boa ideia como esta, tem pela frente alguns problemas que terá de ultrapassar. O mais evidente é o da perda de poder de compra da maioria dos portugueses, que provoca uma natural diminuição do consumo. Outro é naturalmente a relação preço/qualidade que estará em causa quando falamos de racionalidade no consumo.
Os empresários portugueses têm de tomar consciência de que é cada vez mais difícil promover o aumento do consumo, ao mesmo tempo que se exige mão-de-obra barata e sem estabilidade. O argumento da produtividade também já não colhe adeptos, pois mesmo com as reduções reais nos salários, os custos do trabalho apresentados pelos patrões aumentaram, o que fez com que a produtividade tivesse estagnado. Todos sabemos que os constrangimentos estão do lado do investimento, que é marginal e da modernização que também não é suficiente.
Do lado dos salários já não é prudente avançar mais, portanto resta aos nossos empresários começarem a investir e a modernizar, tal como está a ser feito nos outros países europeus, isto se querem que nós valorizemos o produto nacional.
COMPRO O QUE É NOSSO, SE PUDER…

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Fotos
korka & Ko

me69

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Humor - Efeitos da privação

segunda-feira, maio 14, 2007

Macroscopio: Judite de Sousa apresenta Seara em Lisboa e Marcelo d�uma ajudinha. Valha-me Deus..

Macroscopio: Judite de Sousa apresenta Seara em Lisboa e Marcelo d�uma ajudinha. Valha-me Deus..

M DE MAQUIAVEL

Marcelo Rebelo de Sousa é um consagrado comentador político, que pontua semanalmente um espaço televisivo com as suas opiniões e comentários para um vasto auditório de telespectadores. Esta faceta do professor é talvez mais relevante que o seu trajecto político.
Não sou o primeiro a invocar Maquiavel, a propósito de Marcelo, nem serei provavelmente o último, porque como eu, muitos outros há que desconfiam que ele ainda tem projectos políticos, que o próprio não revela.
A propósito da Câmara de Lisboa, com ou sem segundas intenções, o comentador sugere como nomes mais fortes nas candidaturas do PS e do PSD, António Costa e Fernando Seara. Sabe MRS e sabemos todos, que a eventual candidatura de António Costa e uma possível vitória, ainda que com coligações à esquerda, acarreta fragilidades ao governo, com a sua substituição (disse-o), mas periga ainda mais a posição e a posição incontestada de José Sócrates. A vitória do PS na autarquia pode transformar-se numa vitória de Pirro.
Do lado do PSD, com a possível candidatura de Fernando Seara, cuja acção Marcelo exagerou considerável mente ao afirmar que “fez Sintra e fez bem!”, o panorama também não é famoso. Primeiro porque a sua saída de Sintra, um dos maiores e mais populosos concelhos do país, para se candidatar a Lisboa, pode ser interpretado pelos eleitores de Sintra como uma quebra do compromisso assumido e como sendo algo desvalorizada pelo PSD, o que é um erro. Segundo, porque em caso de derrota em Lisboa, o partido se arrisca a perder as duas câmaras em próximas eleições e a queimar a imagem do seu candidato. Em terceiro lugar, porque neste cenário Marques Mendes fica em maus lençóis, dentro e fora do PSD.
Marcelo Rebelo de Sousa, disse o óbvio perante os nomes que estavam na praça pública, mas não disse todos os inconvenientes destas possíveis escolhas, porquê?
O futuro dirá se ainda tem ou não ambições políticas, e eu espero cá estar para o verificar.

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A beleza da fotografia
Inger Anne

Audhild

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Humor

Pintar ao vivo

domingo, maio 13, 2007

AO DOMINGO

CONFLITO DE DIREITOS
Hoje foi mais uma vez cometido um atentado aos direitos dos clientes da TV Cabo em detrimento dos direitos da Sport TV. Em causa estavam os direitos televisivos, a nível nacional das provas de Fórmula 1, que a Sport TV terá comprado para o território nacional.
Eu sou um admirador da Fórmula 1 e sou também um consumidor da TV Cabo que não aderiu ao pacote da Sport TV, mas que tenho direito a ver quando bem entender a RAI Uno e a RTL, pois sou assinante do pacote da TV Cabo que inclui estes dois canais. Este ano, devido aos interesses legítimos (?) da Sport TV fui ilegitimamente impedido de aceder a dois canais, que pago, enquanto decorrem as provas de Fórmula 1,
Estamos portanto perante um conflito de interesses e de direitos da responsabilidade da TV Cabo que defendendo os interesses privados da Sport TV e da própria TV Cabo, interfere directamente com os direitos dos subscritores dos pacotes que diz disponibilizar mediante um tarifário que cobra religiosamente.
Respeito escrupulosamente as minhas obrigações pagando os serviços da TV Cabo e não tenho nenhuma boxe pirata, mas acho que se há piratas por estas bandas, não são apenas os que “martelam” as tais caixinhas. Podem até haver letras miudinhas, ou clausulas manhosas no contrato que assinei, não as encontrei numa segunda e atenta leitura, mas acho que os meus direitos merecem o mesmo respeito legal que os direitos da Sport TV, a menos que o meu fornecedor esteja disposto a compensar-me pelos inconvenientes causados pela venda do exclusivo do qual obterá eventuais lucros.
Onde pára uma Alta Autoridade que acabe com este abuso?
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HOJE DESTAQUEI ESTA
By Odysseus
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Fotos - Variações sobre o tema Kassandra

Kassandra
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Obesidade em Cartoon
John Cole