quarta-feira, setembro 02, 2015

OS REFUGIADOS



Todo e qualquer humano na condição de refugiado merece-me o maior respeito, e não me passaria pela cabeça escorraçar quem passa por essa terrível situação, que em determinada altura da vida também eu me encontrei, pelo que conheço bem o desespero que se sente nessas alturas.

Há quem faça a distinção entre refugiados de guerra e refugiados económicos, ainda que eu pense que não faz grande sentido, porque se a vida é um valor maior, a miséria e o desespero são igualmente motivos para qualquer pessoa migrar para um local onde possa viver decentemente como devia acontecer com todos os seres humanos.

No meio desta crise de refugiados que a Europa atravessa por estes dias, tenho assistido a muita hipocrisia, muito oportunismo e ainda uma boa dose de ingenuidade, em doses desiguais.

Na política reina a hipocrisia e o oportunismo, especialmente porque receber refugiados é feito a troco de ajudas monetárias, e é usado como propaganda política. As coisas ficam mais claras quando se discutem quotas de refugiados a aceitar, enquanto que se constroem mais uns muros e umas vedações que impeçam a sua entrada em solo europeu.

Também falo de ingenuidade de alguns, que aplaudem a senhora Merkel pela sua posição favorável, mas que é baseada na concertação com os parceiros europeus, querendo que estes respondam na mesma medida. Todos sabem que a Alemanha e a Inglaterra são os destinos mais ambicionados por esta onda de refugiados, facto que não é alheio a factores económicos, transformando o sucesso económico destes países numa maldição que os pode afectar, daí quererem partilhar o fardo, ainda que os outros parceiros não tenham condições materiais para o fazer.
 



segunda-feira, agosto 31, 2015

SÉRGIO GODINHO

E vão 70 anos de vida deste trovador que continua a dar-nos a sua música. 
Obrigado Sérgio

sábado, agosto 29, 2015

RANGEL DE DENTES



As campanhas eleitorais, mesmo num estágio muito inicial, são férteis em tiradas que nos proporcionam bons momentos de gozo, porque rir só faz bem.

Hoje foi alvo de chacota cá pelo burgo a pergunta do euro-deputado Rangel – “alguém acredita que um primeiro-ministro seria investigado se o PS fosse governo?”.

Estou em crer que o emagrecimento notório afectou o discernimento de Rangel, pois acabou por atribuir ao governo funções e competências que não são suas, acabando por confundir a Justiça com a coligação, o que não devia, diga-se em abono da verdade.

Voltou à baila Paulo Portas que atribuiu à descida do IRC uma melhoria para a economia, com o aumento do investimento, que está em níveis extremamente baixos, diga-se, esquecendo-se de dizer que baixando outros impostos também podia melhorar a economia, como o provam os chumbos do Tribunal Constitucional.

Apetece perguntar a estes políticos, com visões bastante limitadas, se com outro governo no poder, os preços da energia e dos combustíveis não teriam baixado muito mais, acompanhando as descidas extraordinárias do preço do crude, porque a situação actual é simplesmente vergonhosa. Pois é, eu não sou político…



quinta-feira, agosto 27, 2015

PREVENÇÃO: ESTÁ TUDO LOUCO



Nos últimos anos têm surgido na vida política indivíduos com evidentes perturbações mentais, tais os dislates que proferem, já  para não falar das bizarras atitudes que demonstram.

Li hoje num jornal que um político britânico, de seu nome Jeremy Corbyn, defende as “carruagens sem homens” para combater o assédio sexual no Reino Unido.

Não se julgue que este senhor, do Partido Trabalhista britânico, não tem outras ideias igualmente “brilhantes” para o problema do assédio feminino, porque também apresentou outras, como a criação de uma linha de apoio 24 horas, só para mulheres, e um banco de dados das matrículas dos veículos de homens que gritam piropos nas estradas.

O ridículo não mata, pois caso contrário teríamos uma verdadeira mortandade por este mundo fora nesta classe, que outrora era prestigiada e respeitada, mas que hoje começa a ser um alvo apetecível de chacota…



terça-feira, agosto 25, 2015

NOTÍCIAS RELEVANTES EM AGOSTO

Pela manhã fui bombardeado com a notícia importante, do cancelamento do debate final nas televisões por falta de acordo entre os partidos, já que Passos exigia a presença de Porta e a oposição não aceitava. Se as televisões decidiam desistir desse debate, surgia outra notícia do contentamento de Portas em debater com Heloísa Apolónia.

Se por cá a política nos vai presenteando com estas pérolas noticiosas, lá de fora veio a notícia de que os chocalhos do gado bovino poderão estar a prejudicar a audição dos animais, pelo que há quem peça a sua proibição.

No campo económico soube-se que a Finlândia, que há uns tempos nos brindou com um vídeo sobre o seu sucesso económico, está a enfrentar uma crise aguda, que os leva para além do défice de 3%, está a aumentar o desemprego e a colocar em perigo a dívida pública.


Para não continuar a falar em tolices dessas talvez seja melhor relatar que as vindimas prometem bom vinho em todas as zonas do país, e que o tempo vai continuar a ser agradável no próximo mês, o que será bom para o turismo e para a hotelaria. Valha-nos a realidade… 

domingo, agosto 23, 2015

“IMPOSTO” “QUERIDO” E “ODIADO”



Tive a oportunidade de ler umartigo do Observador em que se diz que “imposto” e “querido” são palavras homónimas, na Dinamarca, e que o ministério dos Impostos, ao contrário do que acontece por cá com o ministério da Finanças, não é odiado mas sim muito respeitado.

No artigo referido tenta-se fazer algum tipo de comparação entre Portugal e a Dinamarca, e mesmo coma “bondade” dum jornal de direita, Portugal sai muito mal na comparação.

É conhecido o baixo grau de incumprimento fiscal na Dinamarca, a alta taxa de tributação que lá vigora, e a independência do Skatteministeriet relativamente ao ministério da Finanças.

O que se perde um pouco nesta leitura, feita por muitos dos que me rodeiam, é que existe um grande grau de confiança no retorno que dá o pagamento dos impostos devido, do facto de muitos dinamarqueses sentirem que o facto de não respeitar os deveres fiscais é um sinal de exclusão, e sobretudo a atitude do fisco deles partir sempre do pressuposto de que qualquer falha do cidadão foi um erro e não uma acção deliberada.

Podia também citar outros factos tão ou mais importantes do que os referidos, como a educação e a cultura baseadas no respeito pela lei, e pelo civismo, bem como a certeza de que os impostos servem para esbater desigualdades, assegurando a todos o acesso a uma vida digna, mesmo na adversidade.

Com esta óptica, os dinamarqueses, consideram que o ministério dos Impostos não serve para castigar o cidadão, mas sim é um grande serviço público de que todos beneficiam. Por cá o fisco é apenas uma repartição governamental que serve para zurzir nos cidadãos cumpridores, que pagam cada vez mais porque alguns, impunemente, teimam em não cumprir os seus deveres fiscais.



sexta-feira, agosto 21, 2015

quarta-feira, agosto 19, 2015

REALIDADES DO TURISMO

Já ouvi enaltecer muitas razões para o crescimento do turismo em Portugal, já li muitos inquéritos feitos a turistas onde se questionam as razões da sua satisfação, mas tenho constatado que todos os inquéritos, entrevistas e análises têm sempre na origem uma encomenda de um player nesta matéria.

Os políticos puxam a brasa à sua sardinha, e enaltecem as suas acções, a classe hoteleira realça os seus investimentos e o seu sector, o governo fala do factor segurança e divulgação, e todos ficam muito contentes com os seus feitos.

É evidente que existe sempre um conjunto de factores que dão uma boa ajuda ao crescimento do turismo e à satisfação de quem nos visita, mas mesmo em todas as abordagens que consultei, existem impressões muito elogiosas que se repetem e que não são propriedade de nenhum sector em particular.


O tempo é um factor que é quase sempre referido, as paisagens também, e os espaços culturais idem, mas a simpatia dos portugueses faz o pleno, bem como a gastronomia, e isso é algo que tem sido pouco valorizado, mesmo sabendo-se que o turismo cada vez mais massificado prejudica, e muito, bem como encarece, a vida dos residentes em muitos locais deste país.


domingo, agosto 16, 2015

FRASES DE CAMPANHA

A frase mais famosa alguma vez proferida numa campanha eleitoral, em Portugal, será a de Humberto Delgado em 1958.na campanha para a presidência, que era “obviamente demito-o”.

Desde então foram muitos os políticos que tentaram criar slogans durante os seus discursos, mas quase todos têm caído no esquecimento, porque as palavras depois não se enquadram com a acção, ou porque a mensagem não colou com a pessoas que a utilizou.

Esta semana Passos Coelho teve uma tirada que pode vir a ficar na memória de muita gente, porque poderá a vir a confirmar-se depois das eleições, a menos que os resultados eleitorais coloquem a coligação com uma votação muito colada aos números do PS.


Na minha óptica “um resultado politicamente inequívoco” será a clara derrota desta coligação de direita que nos tem desgovernado nos últimos anos.

sexta-feira, agosto 14, 2015

MÁ-FÉ E BOTIJAS DE GÁS



Os comerciantes que revendem as garrafas de gás são, em princípio, pessoas honestas e honradas, é evidente, mas por causa duma medida do governo, discutível como muitas outras, deitou a perder muita da consideração que os consumidores neles deviam depositar.

Decidiu o executivo que os comerciantes deviam descontar o valor do gás não consumido, quando se devolvem as garrafas, efectuando assim a pesagem das ditas, para se calcular o que não foi consumido pelo cliente.

A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC), que os representa, veio a público anunciar a apresentação de uma providência cautelar, porque a medida pode vir a causar mortes.

A explicação da ANAREC parte do princípio da má-fé dos consumidores, pois hipoteticamente estes poderiam querer colocar outro tipo de líquido nas garrafas, em vez do gás, para daí obterem vantagem. O argumento da má-fé dos consumidores cai muito mal, porque não me recordo de ouvir por parte dos consumidores vozes a exigir pesar a botijas entregues como cheias, e muito menos ouvi um só sugerir que os revendedores poderiam acrescentar peso às garrafas, para poderem vender menos gás pelo mesmo preço, podendo assim obter lucros indevidos.

Atenção que o feitiço bem pode voltar-se contra o feiticeiro...