Em tempos difíceis como este, em que enfrentamos uma pandemia, quem governa tem que saber dar sinais claros aos cidadãos, saber passar a mensagem sendo assertivo, e acima de tudo dando o exemplo.
O Governo tem falhado imenso nos últimos tempos e isso foi óbvio em muitos momentos e causado ruído que se dispensava.
O caso do afrouxamento das medidas no Natal foi mal interpretado pelos cidadãos, quer por cansaço, quer por saudades, ou mesmo por inconsciência, e o resultado foi o que se viu. Depois veio o fecho do comércio e serviços não essenciais, e quando quase todos esperavam o fecho das escolas, lá veio o Governo achar que não era necessário. Os números subiram enormemente e Costa embrulhou-se naquela da estirpe britânica e depois fechou todas as escolas e jardins-de-infância (mais do que tinha sido pedido), e até proibiu o ensino à distância, o que ninguém compreendeu.
Com a situação completamente fora de controlo, os hospitais esticaram tudo ao máximo, com o prejuízo de outras patologias, e os sinais de ruptura aumentaram, até que surgiu o caso do problema de fornecimento de oxigénio no Hospital Amadora Sintra, que o ministério tentou minimizar, apesar da evidente gravidade.
Falou-se no pedido de ajuda aos parceiros da UE e logo veio a afirmação de que não era necessário, porque ainda havia alguma margem de manobra. Felizmente alguém decidiu fazer o pedido (à cautela, e bem), mas mesmo assim tiveram que acrescentar que o pedido ainda não tinha sido formalizado.
No campo da vacinação foi elaborado um plano de vacinação dividido em três grupos, validado pelo Governo, mas com os números a disparar lá se veio a dizer que os altos responsáveis deviam ser vacinados de imediato, embora tanto Costa como Marcelo tenham dito há pouco tempo que esperavam pela sua vez, mas tudo mudou repentinamente e até há listas de prioridade dos políticos (e são muitos, chegando aos autarcas) para serem vacinados na 1ª fase.
Falou-se sobre o uso das máscaras comunitárias que já foram proibidas em várias situações noutros países, e lá veio a resposta de que Portugal estava à espera de instruções das autoridades de saúde europeias, mas os governantes começaram logo a aparecer com as bico-de-pato, em vez das habituais máscaras comunitárias.
Estes são apenas alguns exemplos dos sinais confusos que o Governo está a dar aos cidadãos, e isso é prejudicial numa situação de emergência como a que vivemos. As críticas não deviam ser chamadas de criminosas, deviam isso sim, ser consideradas sérias e construtivas, goste-se ou não de algumas delas.
A incomodidade de quase toda a esquerda é evidente e as críticas são sempre rotuladas de propaganda da direita, mas os problemas são evidentes e há que melhorar.
ResponderEliminarXamuar