domingo, janeiro 24, 2021

A DIREITA QUE SE CUIDE

Quando saíram as primeiras projecções de resultados das eleições presidenciais recebi umas mensagens de amigos de diversos quadrantes políticos, e todos tinham a sua interpretação das projecções, e todos tinham a opinião de que ganhou quem se esperava e que depois havia o campeonato dos outros, onde cada um lutava pela sua sobrevivência.

Não se pode discutir a victória de Marcelo Rebelo de Sousa, que era esperada, mas os resultados das sondagens dão quase como certos os lugares, em segundo Ana Gomes, em terceiro André Ventura, em quarto Marisa Matias, em quinto João Ferreira, em sexto Tiago Mayan, e em sétimo Vitorino Silva.

Admito todas as opiniões, e os meus amigos têm diversas, mas permito-me divulgar as minhas sem medo do julgamento dos que discordam agora de mim.

Na minha análise a direita ficou refém de André Ventura e será quem mais terá a perder a médio prazo, porque o PSD não teve candidato seu (Marcelo concorreu sem pedir o apoio do PSD), o CDS desapareceu nos rankings porque o candidato do Chega obteve uma percentagem superior à do CDS, e a extrema-direita afirma-se como indispensável para qualquer governo ou maioria de direita.

A esquerda, apesar dos seus números pouco inspiradores, marcou a sua posição (à excepção do PS), e transformou esses resultados na única esperança do PS para poder governar à esquerda.

Os campos políticos ficam definidos e creio que a direita fica com a fava, porque só alcançará o poder com acordos à extrema-direita de André Ventura.  


 

3 comentários:

  1. Concordo com quase tudo, mas não admito, nos tempos mais próximos, que uma eventual junção do Chega com o PSD lhes permita alcançar o poder. O CDS é pouco mais do que um partido sem expressão eleitoral e os seus votantes transferiram-se em grande parte para o Chega que almeja liderar a direita, mas acredito que o PSD não desça assim tanto. Mas que tem de se afirmar com outra conviccão, tem, e não deixar o Chega penetrar ainda mais no Alentejo e no norte transmontano.~
    A chamada direita democrática tem de se afastar da direita anti-democrática, extremista e xenófoba, e nunca uniri forças com ela. Rio cometeu, nos Açores, um erro histórico que o partido, certamente, não irá repetir.

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  2. Luís Conceição12:07 da manhã

    Se o PSD quiser formar governo ou criar alguma maioria só pode contar com o Chega, que o CDS apagou-se de todo, e não vejo o PSD com força para conquistar eleitorado com a chefia do Rio ou dos seus críticos internos. Marcelo também terá muitas dificuldades para manter o governo de Costa, porque será ele que terá que mediar os apoios com o BE e o PCP. O Costa também vai ter dificuldades pois deseja ser o próximo PR e só o conseguirá se as coisas lhe correrem bem, o que é mais do que difícil na situação que vivemos.

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  3. Limitei-me a ler a sua interpretação, bem como a do Jorge e do Luís. Não percebo nada de política, mas tenho para mim que a esquerda fez o jogo do Ventura, quando tentou pô-lo à margem, e quando protagonizou cenas de tentativa de apedrejamento etc. Deu-lhe uma áurea de mártir e o povo reagiu votando nele. Aconteceu com o Mário Soares há muitos anos, aconteceu com o Bolsonaro no Brasil e de certa forma com o Trump.
    Abraço, saúde e boa semana

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