Ouvimos quase todos os dias falar
da criação de hospitais improvisados em edifícios vários com capacidade para
tal, para acorrer a uma situação de emergência derivada da infecção crescente
pelo vírus Covid-19, e pensamos em situações igualmente extraordinárias que
levaram a soluções idênticas.
Em 1916 decorria a I Guerra
Mundial, em que Portugal acabou por estar envolvido, quando foi solicitada à
Fazenda Pública a cedência de uma parte do percurso museológico do Palácio de
Mafra para a instalação dum Hospital provisório que ficaria sob a
responsabilidade da Escola de Tiro.
À data já existia um Hospital
Militar a funcionar neste monumento, em zonas não visitáveis, mas agora
pretendia-se aumentar a sua capacidade, prevendo baixas elevadas no conflito em
curso, e foram pedidas as salas situadas entre os aposentos reais (agora
aposentos da rainha), e a Biblioteca, causando assim problemas ao funcionamento
do monumento.
As cedências na altura foram
autorizadas e não se limitaram a estes espaços, com todos os inconvenientes que
daí resultaram, mas os tempos eram de emergência…
João Ninguém : soldado da Grande Guerra : impressões humorísticas do C.E.P.