quarta-feira, agosto 30, 2017
segunda-feira, agosto 28, 2017
O MÉRITO E A MOTIVAÇÃO
Não devia ser preciso repetir que
a produtividade de qualquer trabalhador, ou equipa de trabalho, depende e muito
da motivação que lhes é incutida e do reconhecimento do mérito, por parte das
chefias e da entidade empregadora.
Quando se ouve agora falar no
descongelamento das carreiras da função pública, confesso que me dá vontade de
rir, porque não passa de discurso para entreter, ou como diria Jerónimo de
Sousa, encanar a perna à rã.
Na função pública existem
basicamente 3 categorias profissionais, a saber os técnicos superiores, os
assistentes técnicos e os assistentes operacionais. Para além destas categorias
só temos as posições de chefia de cada grupo profissional, lugares a que nem
todos podem aceder, como é evidente.
Deixei de lado as carreiras
específicas, bem poucas como se sabe, e que têm particularidades mais difíceis
de explicar.
Começo por dizer que foi uma
asneira transformar o que existia no passado, simplificando de tal modo as
coisas que agora é praticamente impossível premiar o mérito, criando diferenças
entre quem entra na carreira e quem mostrou consistentemente a sua competência,
e que não tem que, forçosamente, ter características ou perfil de liderança
para chefiar grupos de trabalho.
Chegados a isto, resta como
prémio de consolação, o descongelamento dos escalões, onde na realidade conta
mais a antiguidade, e a graxa, do que o mérito, porque as classificações de
serviço continuam a ser uma farsa.
Querem motivação? Assim não vamos
lá!...
sábado, agosto 26, 2017
O PRIMEIRO LIVRO DE RECLAMAÇÕES ERA VERDE
Como se sabe o rei D. Pedro V foi
um rei bastante popular por diversas razões, sendo que as mais conhecidas são o
interesse pelo ensino, as muitas visitas aos doentes por altura das epidemias
de cólera e de febre-amarela, pelo interesse mostrado pela abolição da
escravatura, pela inauguração do primeiro telégrafo, ou pela inauguração do caminho-de-ferro
entre Lisboa e o Carregado.
Existe um pormenor menos
conhecido da vida deste monarca, que teve que reconciliar o povo com a família
real depois da guerra civil, que foi o ter mandado colocar uma caixa verde à
porta do Palácio da Ajuda, cuja chave estava na sua posse, para que os
portugueses pudessem, com toda a liberdade, depositar lá as suas queixas e as
suas esperanças.
quinta-feira, agosto 24, 2017
D, PEDRO V
Estando a reunir dados sobre D. Pedro V, eis que descobri algumas imagens pelos meus arquivos, que hoje vos deixo por aqui, pois também alguém os partilhou algures para meu deleite.
D. Pedro V e seu irmão D. Luís brincando na Sala dos Cisnes do Paço de Sintra - William Barclay Jr., 1843
Retrato de D. Pedro V em 1860 - Palácio Nacional de Mafra
Navio negreiro francês Charles et Georges, apreendido por Portugal em 1859 junto à costa de Moçambique
terça-feira, agosto 22, 2017
SINTO-ME MUITO VELHO
Quando andava no ensino primário,
na escola os rapazes e raparigas estavam em turmas separadas, e isso nunca
incomodou ninguém. Quando entrei no liceu, e a partir do sexto ano, as turmas
passaram a ser mistas e também isso não parecia incomodar as pessoas.
Na actualidade é recriminado quem
diga, ou classifique, um determinado brinquedo como destinado a rapazes ou a
raparigas, e quem faça livros de exercícios expressamente para rapazes ou
raparigas, pois será inevitavelmente acusado de discriminação.
As opções sexuais de cada um são
do foro pessoal, e nada me preocupam as suas escolhas, estou mais preocupado
com tarados e com extremistas, e esses continuarão a esconder os seus
desvios da normalidade, seja lá isso o que for.
Espero que gostar de mulheres, da
minha muito em especial, e de preferir cães a gatos, não me transforme num ser
intolerante aos olhos da sociedade, mas já tenho algum receio…
Idade by Palaciano
domingo, agosto 20, 2017
BIBLIOTECAS - CURIOSIDADES
No mês de Julho o Público
anunciava que Portugal vai ser o país tema da Feira Internacional do Livro de
Guadalajara em 2018, e que o orçamento disponibilizado para a participação
portuguesa vai ser de 2,5 milhões de euros.
Neste mês de Agosto a revista do
Expresso de dia 19 voltava ao assunto, fazendo referência à falta de
investimento e de atenção dada à Biblioteca da Ajuda, onde os leitores rapam
frio no Inverno, e tudo escasseia para um funcionamento digno desse nome.
Podia falar-se da Biblioteca
Joanina da Universidade de Coimbra, que parece estar a cavalgar a crista da
onda do aumento das visitas, mas que todos sabem estar a ser colocado em risco
o seu espólio, exactamente por causa do excesso de visitantes, que alteram o
ambiente do espaço, facto que não parece incomodar os responsáveis pela
biblioteca.
Falar da Biblioteca do Convento
de Mafra também é uma possibilidade, pois no Inverno gela-se lá dentro, que o
digam os guardas do espaço, que nem se podem aquecer porque não existem
aquecedores nem tomadas.
Porque na Cultura a segurança é
tratada com demasiada ligeireza, e não apenas nos monumentos, o que foi feito
nestas bibliotecas em termos de segurança contra incêndios? Quais os
dispositivos existentes?
As nossas bibliotecas são maravilhosas e deviam orgulhar-nos, mas a política miserabilista que tem sido seguida não condiz mesmo nada com o anúncio de despesas de 2,5 milhões num certame internacional, por muito prestigiante que seja.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, com o
ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes e pelo presidente da
FIL, Raúl Padilla López no início da cerimónia de formalização da
participação de Portugal como país convidado de honra na Feira
Internacional do Livro de Guadalajara. Lusa/António Pedro Santos
sexta-feira, agosto 18, 2017
SUPREMACIA MORAL
Está cada vez mais na moda ouvir
uns iluminados que resolvem demonizar o que os portugueses fizeram desde o
tempo das descobertas até ao 25 de Abril, como se devêssemos estar
envergonhados com a nossa História, e não raras vezes socorrem-se dos piores
argumentos, a raça ou a cor.
Os portugueses são, todos o
sabem, o resultado de um vasto cocktail de raças, umas que por cá se
instalaram, outras que ciclicamente nos invadiram e dominaram, e outras com
quem voluntariamente nos fomos mesclando após a época das descobertas. Como se
percebe são muitos séculos de História e de miscigenação.
Os contactos com outros povos nem
sempre foram do tipo que hoje consideramos moralmente correctos, mas à luz dos
tempos foram idênticos e proporcionais aos que se praticavam pelas paragens por
onde andámos, pelo que não os podemos julgar pelos padrões morais, ou
religiosos dos nossos dias.
Uma frase do tipo, “Portugal não
é branco, nem em primeiro lugar dos brancos”, explica bem o que mais detesto nesta
gente que se exibe como supremacista moral. Será que algum deles se imaginou,
por um segundo que fosse, nos sapatos de quem criticam, na mesma época e nas
mesmas condições?
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