quinta-feira, julho 31, 2014

RATOS E RATAZANAS

Acabei de ler uma notícia curiosa, onde se dizia que o Jardim da Tulherias, junto ao Museu do Louvre, em Paris, está infestado de ratos, que têm afugentado turistas deste célebre museu.

Esta praga de ratos está a preocupar os responsáveis pela manutenção dos jardins e do Louvre, que estão já a efectuar desratizações periódicas, para evitar a proliferação dos roedores.

Parece-me que por cá serão necessárias medidas idênticas, porque há por aí ratazanas a deambular pelos bancos nacionais, destruindo à sua passagem a riqueza nacional, ameaçando também a saúde colectiva dos portugueses…


Não sei se as coisas vão ao lugar com desratizações, mas é preciso começar por algum lado…

terça-feira, julho 29, 2014

OS DOGMAS DA ECONOMIA

Os economistas e a elite da nossa economia, e também da política, e do comentário económico, criaram um dogma que tem prevalecido, segundo o qual a iniciativa privada saberia gerir muito melhor do que o sector público.

A evidente má qualidade que se tem manifestado na política nacional terá contribuído para que o dogma tenha vindo a ser aceite pela opinião pública, sem grandes resistências, tal a campanha de intoxicação mediática.

Como devia ser evidente para todos, a gestão depende mais de quem é responsável pela dita e não se estamos a falar deste ou daquele sector.

O que já aconteceu e está ainda a acontecer com os bancos privados nacionais, acaba por provar que o que é privado também pode ser mal gerido, e sobretudo que um Estado fraco não pode exercer a supervisão necessária para supervisionar os negócios privados, o que acaba por ser mau para a economia nacional.


Não podemos continuar a ser reféns dos economistas, principalmente daqueles que defendem interesses da entidades a que estão ligados, perdendo a isenção para formarem a opinião pública, como tem acontecido.


sexta-feira, julho 25, 2014

OS ALVOS PREFERIDOS



Os partidos que sustentam o actual governo, PSD/CDS, aprovaram esta sexta-feira a reintrodução dos cortes entre 3,5% e 10% nos salários do sector público acima dos 1.500 euros.

Como já vem sendo hábito os alvos preferidos do governo, funcionários públicos e aposentados, foram “escolhidos” para continuar a pagar a crise causada por outrem.

Desde 2008 os governos têm recorrido aos cortes de salários e pensões, como se não existissem outras despesas do Estado onde se pudessem fazer poupanças, e das quais os governantes fogem como o diabo da cruz.

Sabemos que há quem se ofenda quando se fala em “roubos nos salários e nas pensões”, mas a “fixação” nesta “solução” e o abuso da “excepcionalidade” destes cortes só podem ser consideradas como roubo ou confisco.


quinta-feira, julho 24, 2014

NATUREZA



"O que é o homem na natureza? Um nada em relação ao infinito, um tudo em relação ao nada, um ponto a meio entre nada e tudo."

Blaise Pascal


By Palaciano

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terça-feira, julho 22, 2014

ECONOMIA?

Por facilidade fala-se muito em economia mesmo, quando o assunto é mais próximo da especulação capitalista ou até da fraude de colarinho branco. O objectivo é geralmente o de branquear procedimentos criminosos, ou de minimizar as suas consequências nas vidas de todos nós, e do país.

O que tem acontecido nas instituições bancárias não se resume apenas à má gestão financeira, mas tem sido também ocultação de dados relevantes por parte dos banqueiros, e dos seus homens de mão, manipulação de entidades permeáveis ao suborno, quer na economia quer na política, criando uma rede de cumplicidades e de favores que ajudam a encobrir muitas irregularidades.


O que tem sido a consequência mais dramática, e menos referida, é a subtracção de capitais que deviam ser canalizados para investimento produtivo, e para a criação de emprego, usando a riqueza criada para recapitalizar os bancos, muitos deles coniventes nas más práticas que nos conduziram a esta situação de crise. 
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Foto

By Palaciano

domingo, julho 20, 2014

FLOR QUE NÃO DURA

Flor que não dura 
Mais do que a sombra dum momento 
Tua frescura 
Persiste no meu pensamento. 

Não te perdi 
No que sou eu, 
Só nunca mais, ó flor, te vi 
Onde não sou senão a terra e o céu.
 


Fernando Pessoa
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Fotos do Palaciano
By Palaciano

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sexta-feira, julho 18, 2014

FARTO…

Há dias em que simplesmente nos apetece fugir da realidade, ignorar as notícias, fugir de gente chata e aproveitar um pouco a natureza.

O tempo não estava grande espingarda, as nuvens escondiam o sol por largos minutos e corria uma aragem que convidava ao passeio.

A máquina fotográfica ajuda-nos a ver o mundo de outro modo, e fica-nos sempre a vontade de capturar o que de mais belo encontramos por onde andamos.


Farto de tudo o resto, aqui ficam duas de muitas fotos que tirei nestes últimos dias…
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Fotos

O bichinho estava lá e ficou no boneco...

Muito perto de Sintra

quarta-feira, julho 16, 2014

O VÓTIMO

O vómito da semana é:

“As pessoas que não são pobres acham que aquilo (aumento do salário mínimo) tem impacto benéfico sobre os pobres, mas a pobreza é muito traiçoeira”
Vejam só o que o sermão esconde...

segunda-feira, julho 14, 2014

MERCADOS E PREDADORES

É curioso que seja agora uma família de banqueiros, e os seu negócios, que estejam a experimentar a "ditadura dos mercados" que tanto prezavam. Tenho pena que esses tais "mercados" pouco se importem em castigar inocentes na sua voragem, como culpados e predadores da mesma espécie. Uns nada fizeram para merecer a má sorte, outros pelo contrário têm inúmeras culpas no cartório, e apenas experimentam um pouco do seu próprio remédio...


sábado, julho 12, 2014

LIBERALIDADES



Quantas vezes oferecemos ou recebemos presentes simbólicos da parte de pessoas com quem temos negócios ou qualquer tipo de relações profissionais, que na generalidade dos casos se limitam a uma garrafa de whisky ou uma caixa de garrafas de vinho, no caso dos homens, que é o que eu conheço melhor.

As ofertas simbólicas começaram, recentemente, a ser condenadas no sector público, por poderem configurar casos de corrupção, mais ou menos graves. Não me consta que no sector privado se verifiquem este tipo de proibições, pelo menos vertidas em em lei, para ofertas simbólicas.

Vem a este propósito o presente de 14 milhões de euros recebidos por Ricardo Salgado, o banqueiro do regime recentemente caído em desgraça, da parte do construtor José Guilherme, que não é considerado crime, mas sim uma oferta em dinheiro com o enquadramento jurídico e com o nome “liberalidade”.

Fiquei a saber que a tal garrafa de whisky dada a um funcionário público pode ser considerada crime, apesar de ser uma oferta simbólica, e que o “presente” de 14 milhões de euros dados a um banqueiro, é uma ” liberalidade” prevista na lei. Ajudem-me a descodificar esta coisa, que eu tenho muita dificuldade em entender…



sexta-feira, julho 11, 2014

VIRTUDES EXCLUSIVAS



Nas últimas duas décadas tem vingado em Portugal a teoria de que o que é público é mal gerido, é despesa e se resume a desperdício e burocracia, por oposição ao sector privado, onde se encontram os melhores exemplos de gestão, onde se minimizam os desperdícios e onde a produtividade é maior.

A teoria não tem pés nem cabeça e leva-nos a pensar que temos dois tipos de portugueses, os que estão no sector público, e os que estão no sector privado, e que têm mentalidades e capacidades diferentes. Claro que a teoria foi lançada por quem tem objectivos concretos, que até já ocorreram, que se resumiram à entrega dos sectores mais lucrativos, que estavam no domínio público, a privados para onde depois se bandearam muitos políticos que abraçavam e defendiam a teoria.

É curioso que muitos dos gestores públicos passaram para o sector privado, e vice-versa, mas a teoria continuava a ser defendida pelos mesmos “iluminados”.
 
O sector bancário tem sido um exemplo perfeito da inadequação da teoria e da sua falta de consistência. Este sector foi e é responsável por grande parte dos nossos problemas económicos e os casos do BCP, BPN, BPP, BANIF e agora do BES, para não falar do recurso da maioria dos bancos a empréstimos com o aval do Estado, são a prova evidente de que a tal dicotomia não existe, e que só um Estado forte e despartidarizado seria capaz de controlar os desmandos económicos a que o liberalismo extremo nos tem conduzido.