Este governo de Passos Coelho já demonstrou a sua incoerência social em pouco em pouco mais de um mês. O espírito liberal (guardo o ultra) ressalta aos olhos de todos, como ressalta também a sua insensibilidade social.
A pretexto da crise, ou do acordo com a troika, o ímpeto foi todo para os aumentos de impostos, taxas, preços dos transportes, dos medicamentos, das taxas moderadoras. Se repararem bem não foram apresentados estudos nenhuns para se ir ao bolso dos contribuintes, mas avançou-se assim mesmo, ainda que se tenham deixado uns quantos de fora.
Na política de cortes disseram-nos que deixaram de fora os mais necessitados. Que magnânimos que eles são. Falavam eles dos que auferiam menos do que o salário mínimo, mas não mencionaram os especuladores e as instituições bancárias, que também foram “poupadas” ao esforço patriótico, além de serem “ajudadas” a atravessar as “dificuldades de financiamento”.
O que se desenha, e é cada vez mais evidente, é o surgimento dum Estado assistencialista, que vale apenas aos mais pobres dos pobres, obriga os que trabalham a pagar tudo o que utilizam, para além de pagarem pesados impostos, mantendo os privilégios de quem mais tem e que ficará livre de encargos fiscais que possibilitem a justa repartição da riqueza gerada.
Não serão as tarifas sociais da energia, a isenção de taxas moderadoras na saúde, ou os preços diferenciados dos passes sociais que trarão mais justiça social a este país, mas sim uma justa repartição da riqueza. Os portugueses não querem ficar dependentes da esmola do Estado. O que os portugueses devem exigir são salários dignos e respeito por parte de quem foi eleito para servir os servir.
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Humor - Grandezas e Misérias