segunda-feira, julho 17, 2017

DEFORMAÇÃO PROFISSIONAL

É curioso o facto dos meus amigos julgarem que eu não desligo das minhas actividades, mas isso não é verdade, e como tenho interesses muito diversos, nem sempre falo sobre Património, arte, museus, história e assuntos afins, ainda que as influências venham daí.

Hoje partilho uma foto manipulada (cujo autor está identificado) que me atraiu a atenção, e espero que gostem dela, como eu gostei.

By Norrit

sábado, julho 15, 2017

PONTOS DE VISTA

Há quem ache que aceitar um convite  de uma empresa para viajar e assistir a um jogo de futebol, nada tem de condenável, e que é um absurdo que alguém classifique isso como um crime.

Ferro Rodrigues tem direito a ter uma opinião pessoal, mas acontece que é o presidente da Assembleia da República, e isso não é indiferente, como indiferente não era o caso de a oferta de viagens tivesse sido feita por uma empresa que estava em litígio com o Estado por causa do fisco.

Creio que tudo seria muito mais pacífico se fosse um infeliz funcionário do fisco a aceitar o mesmo convite, porque ele sim, estaria a obter uma vantagem indevida no desempenho das suas funções...

2.412

quinta-feira, julho 13, 2017

MUSEUS, VISITANTES E COMPORTAMENTOS



Há pouco mais de uma semana fui surpreendido pela opinião de um amigo, que dizia que os turistas nos museus se comportavam cordatamente e que a presença de vigilantes era quase desnecessária, podendo ser substituída por câmaras e algum cuidado na exposição das peças.

Fiquei atordoado, até porque ele é um frequentador de museus e monumentos, e resolvi indagar opiniões junto de outros amigos que também são viajados e conhecem bastantes monumentos.

Depois de ouvir as suas opiniões, concordantes quanto ao comportamento dos turistas, resolvi questionar estes amigos com a sua percepção sobre comportamentos de risco.

A abordagem foi feita a meu jeito, e as perguntas feitas foram por eles consideradas estranhas:

- Se as mochilas deviam ser proibidas de entrar, mesmo as de pequena dimensão.
- Se os carrinhos de bebé e as malas trolley deviam ficar cá fora.
- Se os selfie sticks deviam ser proibidos.
- Qual o procedimento aceitável a ter com visitantes que tocam em pinturas, objectos, ou
ultrapassam barreiras delimitadoras.

Foi curioso ver as suas respostas, porque acharam (todos) que as mochilas, os carrinhos de bebé, as malas e os selfie sticks eram inofensivos, e que as pessoas pura e simplesmente não mexem nos objectos expostos nem desrespeitam as barreiras existentes, e que os comportamentos desviantes devem ser tão raros que as probabilidades de acontecerem são praticamente nulas. Quanto às transgressões, quase inexistentes, basta uma repreensão (afinal sempre faz falta o vigilante).

Fiquei ciente que quem aprecia museus o faz verdadeiramente, e aproveita as suas visitas para desfrutar do que lhe é oferecido, sem se deter sobre o que se passa ao seu lado, o que compreendo perfeitamente. O mesmo fazem uns quantos senhores com responsabilidades nestes equipamentos culturais, que não cuidam de expor as peças de modo a estarem o mais protegidas que seja possível, dos comportamentos descuidados ou inconscientes.

Infelizmente a realidade é outra, os comportamentos irregulares são muitos, a exposição das peças é muitas vezes descuidada e torna-se um convite para a asneira, e é impossível ter um vigilante atrás de cada visitante. Os visitantes são como os transeuntes de uma qualquer cidade, e têm em geral bons comportamentos, mas as excepções existem, e todos gostavam de ter um polícia por perto quando os maus comportamentos acontecem…


terça-feira, julho 11, 2017

O PADRE INVENTOR



 A sua primeira proeza terá sido a adução de água para o seminário onde estudou antes de vir para Portugal, onde ficou em casa do Marquês de Fontes, que se sentiu impressionado pela inteligência do jovem, então com 16 anos.

De regresso ao Brasil em 1702, onde foi ordenado, viria alguns anos depois a requerer a patente do seu invento para fazer subir a água, que veio a ser reconhecida por D. João V, sendo essa a primeira patente conseguida por um brasileiro.

Existem registos de que o padre Bartolomeu de Gusmão terá ido à Bolívia em 1705, e conta-se que terá sido lá que conheceu certos “segredos” do Império Inca, quem sabe se algo relativo à sua descoberta seguinte, o aeróstato.

Chegado a Lisboa em 1708, o padre inventor vê ser-lhe concedida pelo rei D. João V uma pensão para desenvolver um projecto secreto.

Em Agosto de 1709, na Sala dos Embaixadores da Casa da Índia, Bartolomeu de Gusmão faz voar um balão de ar aquecido até ao tecto, na presença do rei, da rainha e do núncio apostólico, futuro Papa Inocêncio XIII.

Depois de viajar pela Europa o padre Bartolomeu de Gusmão viria a ser vítima da Inquisição…


Bartolomeu Lourenço de Gusmão, um sacerdote cientista e inventor, nascido no Brasil em 1685, ficou famoso por ter inventado o primeiro aeróstato.



domingo, julho 09, 2017

PELA VOLTA DO DUCHE - SINTRA

De passagem por aqui ao final da tarde de sábado.

Rever uma paisagem bem conhecida...

Até o nevoeiro característico andava por lá.

sexta-feira, julho 07, 2017

POR FAVOR, ENTENDAM-SE

Os horários dos serviços, sejam eles quais forem, devem ser adequados às exigências e devem também ser claros, pelo menos na comunicação das instituições.

O Palácio Nacional de Mafra é um exemplo elucidativo do que não deve acontecer, na matéria de comunicação e de horários.

Deixo-vos com as imagens de dois (?) sítios oficiais do palácio, o primeiro alojado na sítio da Direcção Geral do Património Cultural, que é a tutela do monumento, e o segundo que pelos vistos é o sítio do próprio palácio.

Como se pode ver na imagem acima (sítio da DGPC), o tempo médio da visita é de uma hora, e a última entrada é às 16h 30, o que dá aos visitantes só cerca de 45 minutos de tempo para a visita, pois ainda é necessário fazer todo o caminho de volta até à saída, para se cumprir o horário de fecho, às 17h30.
 
No sítio indicado na página da DGPC, penso que pertencente ao palácio, a indicação da última entrada atira para as 16.45h, mantendo-se o tempo médio de visita em 1 hora, o que significa que o visitante terá só 1/2 hora para realizar a sua visita, o que significa metade do tempo médio da mesma.

Como o texto referente ao horário do palácio está desformatado e pouco legível, penso que deve ser resultado de uma brincadeira do filho (criança) do administrador do sítio, ou então estamos perante um administrador muito incompetente, não só pelo resultado (risível) mas também pela confusão criada aos visitantes, e as dificuldades que os funcionários irão enfrentar por causa desta alteração incompreensível.

segunda-feira, julho 03, 2017

ADORO ESTES INQUÉRITOS



O prazo para apresentação do inquérito aos acontecimentos no Convento de Cristo, em Tomar, terminou há uns dias e eis que chegam a público as suas conclusões.

As conclusões são interessantes começando por, “não foi ateada uma fogueira de 20 metros de altura e as paredes supostamente enegrecidas pelo fumo são o resultado da presença de agentes biológicos sobre as pedras calcárias que já tinha sido identificadas há uma década pelo LNEC”.

Recordo as palavras de Terry Gilliam no Facebook, onde ele dizia que a fogueira tinha sido inspirada em Las Fallas, opinando até que “as pessoas deviam começar por saber dos factos antes de gritarem de forma histérica”. Curiosamente, ou nem tanto, pelas notícias vindas a público nada é dito sobre as dezenas de bilhas de gás dentro do monumento.

Gostei particularmente de saber que os fungos (agentes biológicos) que se vêm pelas paredes e na janela mais conhecida de Portugal, já tinham sido identificados pe LNEC, e talvez por serem de estimação, ainda por lá se encontram, quem sabe se a conservar as pedras. Outra preciosidade é a menção a 20 extintores de CO2, bem menos do que as bilhas “dos efeitos cénicos”.

Como tudo correu bem, e de acordo com as normas, uma das medidas agora reveladas é a da revisão do Regulamento de Utilização de Espaços, o que se percebe perfeitamente…


0

domingo, julho 02, 2017

ORÇAMENTO E BORLAS



A partir de hoje, dia 01 de julho, as entradas nos museus, palácios e monumentos dependentes da DGPC, serão grátis aos domingos e feriados, até às 14 horas, para todos os residentes em território nacional.

Esta medida é popular, e pelos vistos não discriminatória, já que os estrangeiros não residentes e os emigrantes portugueses, residentes no estrangeiro, pagam igualmente as entradas. Pois é!

Para além das dificuldades criadas para as bilheteiras, que na dúvida são aconselhados a dar bilhetes gratuitos, por algumas direcções, para se evitarem reclamações, temos um outro pequeno problema, até agora não discutido, que é o impacto nas receitas da medida em causa.

Não há dinheiro para a contratação de pessoal de vigilância suficiente para garantir a segurança dos equipamentos, não há dinheiro para as grandes intervenções já anunciadas (como o restauro dos carrilhões de Mafra), nem para fazer a manutenção preventiva em muitos locais, mas abdica-se de verbas, o que é estranho.

As subidas de escalão e a revisão das carreiras específicas dos museus, não avança, porque não há verbas, mas que interessa isso.

Talvez seja de se equacionar um aumento do preço das entradas nos equipamentos culturais dependentes da DGPC, mas nada está ainda em discussão, e como se sabe os novos roteiros internacionais vão para o prelo no mês de Setembro, e nelas constarão os preços praticados nessa altura, a menos que sejam já conhecidos novos preços para o ano seguinte, e o mesmo acontece com as agências de viagens, que vão vender os pacotes para o próximo ano com os valores conhecidos antes do final do ano (bastante antes).

Pode ser uma medida muito popular, esta das gratuitidades, mas era muito útil que os políticos conhecessem as regras do mercado turístico, antes de meterem a foice em seara alheia…