Há pouco mais de uma semana fui
surpreendido pela opinião de um amigo, que dizia que os turistas nos museus se
comportavam cordatamente e que a presença de vigilantes era quase
desnecessária, podendo ser substituída por câmaras e algum cuidado na exposição
das peças.
Fiquei atordoado, até porque ele
é um frequentador de museus e monumentos, e resolvi indagar opiniões junto de
outros amigos que também são viajados e conhecem bastantes monumentos.
Depois de ouvir as suas opiniões,
concordantes quanto ao comportamento dos turistas, resolvi questionar estes
amigos com a sua percepção sobre comportamentos de risco.
A abordagem foi feita a meu
jeito, e as perguntas feitas foram por eles consideradas estranhas:
- Se as mochilas deviam ser proibidas
de entrar, mesmo as de pequena dimensão.
- Se os carrinhos de bebé e as
malas trolley deviam ficar cá fora.
- Se os selfie sticks deviam ser
proibidos.
- Qual o procedimento aceitável a
ter com visitantes que tocam em pinturas, objectos, ou
ultrapassam barreiras
delimitadoras.
Foi curioso ver as suas respostas,
porque acharam (todos) que as mochilas, os carrinhos de bebé, as malas e os
selfie sticks eram inofensivos, e que as pessoas pura e simplesmente não mexem
nos objectos expostos nem desrespeitam as barreiras existentes, e que os
comportamentos desviantes devem ser tão raros que as probabilidades de
acontecerem são praticamente nulas. Quanto às transgressões, quase
inexistentes, basta uma repreensão (afinal sempre faz falta o vigilante).
Fiquei ciente que quem aprecia
museus o faz verdadeiramente, e aproveita as suas visitas para desfrutar do que
lhe é oferecido, sem se deter sobre o que se passa ao seu lado, o que
compreendo perfeitamente. O mesmo fazem uns quantos senhores com
responsabilidades nestes equipamentos culturais, que não cuidam de expor as
peças de modo a estarem o mais protegidas que seja possível, dos comportamentos
descuidados ou inconscientes.
Infelizmente a realidade é outra,
os comportamentos irregulares são muitos, a exposição das peças é muitas vezes
descuidada e torna-se um convite para a asneira, e é impossível ter um
vigilante atrás de cada visitante. Os visitantes são como os transeuntes de uma
qualquer cidade, e têm em geral bons comportamentos, mas as excepções existem,
e todos gostavam de ter um polícia por perto quando os maus comportamentos
acontecem…
Uma grande verdade.
ResponderEliminarÀs vezes, são os próprios funcionários dos museus que possibilitam certas coisas. No início do ano fui ao Museu do Chiado, ver a exposição do Amadeo Souza Cardoso. Chovia bastante pelo que levei chapéu de chuva. O funcionário à entrada informou que tinha de deixar o chapéu de chuva na recepção da entrada. Dirigi-me lá para deixar o chapéu, e a empregada diz-me para o levar.
"Mas o seu colega, disse que era proibido, tinha que ficar aqui."
"Meta-o dentro do casaco para não se ver. Aqui não pode ficar, porque vocês vão sair por outra porta."
E pronto, lá fui eu e os demais colegas com os chapéus meio escondidos dentro dos casacos.
Um abraço e bom fim de semana
Falta de funcionários para manter um bengaleiro, o que é comum a muitos outros museus e monumentos.
ResponderEliminarJoca