A atitude do governo perante as leis laborais começa a gerar os seus resultados, beneficiando de uma certa espécie de chefes e de patrões.
Numa empresa bem conhecida de todos, os trabalhadores foram ontem chamados à chefia que lhes perguntou se nesta quinta-feira iriam trabalhar. Os trabalhadores que conhecem bem a espécie de indivíduo que estava à sua frente, nem se atreveram a dizer que desejavam fazer greve, mas dois disseram que não tinham transporte para se deslocarem de casa para o serviço e vice-versa.
O chefe, com um ar seráfico, diz muito espaçadamente: isso é um problema que cabe a cada um resolver tomando a iniciativa de ir de táxi, pedir uma boleia ou conseguir ultrapassar a dificuldade de outro modo possível. Quem não se apresentasse ao trabalho seria considerado como aderente à greve.
A conversa acabou com a chamada de atenção, muito subtil, para o facto de se estar a ponderar a renovação dos contratos a prazo que ligam a maioria dos trabalhadores à empresa, o facto de o país estar em crise, e também a possibilidade de no próximo ano haver a possibilidade de contratar desempregados, e há muitos, recebendo por parte do Estado um incentivo quase no valor do ordenado mínimo, que aliás é o que auferem aqueles trabalhadores.
Como vêem trata-se de um chefe eloquente, duma boa empresa portuguesa, onde se respeita a lei e os direitos dos trabalhadores. Nada há onde se possa pegar que configure infracção ao Código do Trabalho. É tudo muito civilizado e demonstra na perfeição uma preocupação social extrema.
o típico patrão do eatado novo está de volta mas também estará de volta a determinação do que lutam e as esperança de que tudo isto vai levar uma grande volta: é o capitalismo que está a entrar em colapso, não são os povos!
ResponderEliminaruma abraço 24
Desses há bastantes infelizmente.
ResponderEliminarBjos da Sílvia