terça-feira, novembro 26, 2019
segunda-feira, novembro 25, 2019
CRÍTICAS POUCO RAZOÁVEIS
O politicamente correcto é muitas vezes um perfeito disparate, em que se confunde o que se quer defender com tudo e mais alguma coisa.
Em geral pega-se em algo do passado e vai de tecer condenações a torto e a direito, sem olhar às condicionantes do tempo, dos usos e costumes e até da racionalidade.
Alguém postou numa rede social uma imagem publicitária da vetusta Casa Africana, que sempre foi aceite como razoável e inócua, mas logo surgiram as vozes críticas que só conseguiram realçar a cor da pele do símbolo da empresa em questão.
Infelizmente os críticos da imagem, que a ligaram apenas ao facto de ser de cor negra e à exploração que julgavam evidente pelos embrulhos que segurava, não viveram no século XX, desconhecem completamente as funções dos porteiros e bagageiros de hotel, e até de comboios e navios.
Enfim, a ignorância e a sede de protagonismo de quem apenas segue a onda do politicamente correcto...
domingo, novembro 24, 2019
NO REINO DA ALDRABICE
Portugal continua a ser um país
virtual, em que aquilo que consta não bate certo com a realidade do dia-a-dia
dos seus habitantes.
Os patrões acham que um ordenado
mínimo nacional de 635€ podem ser factor desequilibrador para muitas pequenas e
médias empresas nacionais, o que poderia ser prejudicial para muitos
trabalhadores dessas empresas. É curioso que num país onde a maioria das 1,2
milhões de empresas nacionais não apresentam lucros, e os seu donos e gestores
andam em carros topo de gama, o que não bate muito certo, bem como a baixa
produtividade, que com dados martelados só pode mesmo ser baixa.
O Estado que devia ser o exemplo
para todos, promete aumentos que deviam cobrir a inflação, afinal use dados de
anos anteriores, como se os custos se mantivessem ao nível do modelo utilizado.
Também convém recordar que os salários da função pública estão congelados desde
2009, sim, há dez anos.
Se os políticos (e os governantes são políticos), e os patrões usam destes estratagemas para iludir quem trabalha, então é licito dizer que vivemos num país dominado por aldrabões, tanto na política como no patronato.
segunda-feira, novembro 18, 2019
OS AUMENTOS DE LUXO QUE SE ESPERAM
Chegou o anúncio pomposo da "vontade" de aumentar os salários da Função Pública com base na inflação de 2019 e é ver por todo o lado funcionários a festejar.
Consta que as encomendas de Porsches, Mercedes e BMW's já nem são aceites por não haver produção suficiente para atender aos pedidos já feitos.
Os condomínios de luxo anunciados para toda a zona da Grande Lisboa e Grande Porto já estão vendidos, mesmo aqueles que ainda não foram iniciados.
As agências de viagens estão desesperadamente a lutar por encontrar destinos de sonho para tanta procura.
Desta vez os aumentos não serão percentuais mas sim iguais para juízes e assistentes operacionais, medida que é aplaudida por todos os sindicatos e partidos.
terça-feira, novembro 12, 2019
NOTÍCIAS E MUSEUS
Vamos ouvindo e lendo notícias
boas e menos boas sobre o nosso Património, e enquanto o novo Orçamento de
Estado não for aprovado só podemos fazer suposições baseadas na experiência.
Do Museu Nacional de Arte Antiga
chegam algumas notícias boas, com o restauro dos Painéis de São Vicente e dos
medalhões da oficina Della Robbia. Sobre a contratação de pessoal em falta só
saberemos alguma coisa depois do OE.
Do Museu Nacional da Música pouco
se tem ouvido, mas parece que a intenção de o vir a instalar no Real Edifício
de Mafra se vai concretizar, apesar das resistências que se conhecem, e infelizmente
não creio que isso traga benefícios para o Palácio Nacional de Mafra que está a
necessitar muita atenção e algum investimento, para continuar a merecer a
classificação recentemente atribuída pela UNESCO.
A Cultura tem sido relegada para
os últimos lugares das prioridades dos últimos governos, vamos ver se existe
alguma mudança nos próximos anos.
terça-feira, novembro 05, 2019
A PRODUTIVIDADE E OS ESTÍMULOS
Em Portugal sempre que se fala em
aumentos salariais o patronato vem logo com a falta de produtividade, que não
permite os tais aumentos. Falar da falta de investimento, da modernização das
empresas, da diminuição das disparidades salariais, das condições de trabalho,
ou da sua organização, são temas que apenas decoram os discursos políticos.
Um título da nossa imprensa
“Microsoft introduziu semanas de trabalho de quatro dias e produtividade aumentou 40%”, passou literalmente ao lado da opinião pública, como se fosse
uma coisa que tivesse acontecido em Marte, e não no nosso planeta.
O discurso da cenoura à frente
dos olhos é, por cá, reduzido aos aumentos salariais, o que é redutor. Os
estímulos podem ser de diversas formas e não só de natureza salarial, e é bem
verdade que trabalhadores satisfeitos são trabalhadores mais produtivos.
Há factores que motivam os
trabalhadores, ou as equipas, como as boas condições de trabalho (refeitórios
decentes, subsídios de alimentação razoáveis, horários e folgas compatíveis com
a vida familiar), uma comunicação efectiva e um diálogo frequente entre chefias
e funcionários, estabelecimento de objectivos práticos e razoáveis, formação
contínua, etc.
Podia falar de prémios por
desempenho para todos, e não apenas para as chefias ou administrações, mas já
estava a começar a escandalizar alguns.
Enumerei alguns tipos de
estímulos que estão perfeitamente ao alcance da maioria dos empregadores, e que
ou já estão previstos na lei (e não são cumpridos), ou que podem ser
implementados sem grandes custos, basta haver vontade e menos ganância.
domingo, novembro 03, 2019
ESQUISITO
Portugal é um país muito
interessante, ainda que por vezes se verifiquem coisas estranhas, muito
complexas e mesmo inexplicáveis.
Ainda há poucos dias um ministro
dizia que o Tejo não tinha falta de água, isso era verdade apenas para um
afluente, mas poucos dias depois a gestão que Espanha fez do caudal do Tejo não
é aceitável.
Agora soube-se do ataque ao
quartel de uma associação humanitária, o quartel de bombeiros de Borba, e logo
salta um ministro a dizer que Portugal é um país muito seguro e blábláblá.
Um político da extrema-direita,
eleito para o nosso Parlamento, fez uma tese de doutoramento em que criticava o
populismo penal e a estigmatização de minorias, mas agora afirma que a tese não
era uma questão de opinião, mas sim uma questão de ciência, e que distingue
muito bem a parte científica da parte opinativa.
A eleita dum partido português, mais
conhecida por ser negra, discriminada e gaga, em todas as direcções contra quem
com ela discorda, quem a critica e diz que já gaguejou menos do que
actualmente. Por mero acaso é apenas esta a mensagem que passa para o
eleitorado nestes primeiros dias de mandato.
Os nossos deputados europeus,
mais precisamente alguns, votaram contra uma resolução que defendia mais ajuda
a refugiados no Mediterrâneo, mas agora dizem que foi por engano, ou que não
foi bem assim, e que não passa duma miserável manipulação.
É muito esquisito que nada seja o
que parece, mas lá que parece…
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