terça-feira, novembro 05, 2019

A PRODUTIVIDADE E OS ESTÍMULOS


Em Portugal sempre que se fala em aumentos salariais o patronato vem logo com a falta de produtividade, que não permite os tais aumentos. Falar da falta de investimento, da modernização das empresas, da diminuição das disparidades salariais, das condições de trabalho, ou da sua organização, são temas que apenas decoram os discursos políticos.

Um título da nossa imprensa “Microsoft introduziu semanas de trabalho de quatro dias e produtividade aumentou 40%”, passou literalmente ao lado da opinião pública, como se fosse uma coisa que tivesse acontecido em Marte, e não no nosso planeta.

O discurso da cenoura à frente dos olhos é, por cá, reduzido aos aumentos salariais, o que é redutor. Os estímulos podem ser de diversas formas e não só de natureza salarial, e é bem verdade que trabalhadores satisfeitos são trabalhadores mais produtivos.

Há factores que motivam os trabalhadores, ou as equipas, como as boas condições de trabalho (refeitórios decentes, subsídios de alimentação razoáveis, horários e folgas compatíveis com a vida familiar), uma comunicação efectiva e um diálogo frequente entre chefias e funcionários, estabelecimento de objectivos práticos e razoáveis, formação contínua, etc.

Podia falar de prémios por desempenho para todos, e não apenas para as chefias ou administrações, mas já estava a começar a escandalizar alguns.

Enumerei alguns tipos de estímulos que estão perfeitamente ao alcance da maioria dos empregadores, e que ou já estão previstos na lei (e não são cumpridos), ou que podem ser implementados sem grandes custos, basta haver vontade e menos ganância.



1 comentário:

  1. Mais vontade e menos ganância. Que é exatamente aquilo que eles não têm.
    Abraço

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