Em Portugal sempre que se fala em
aumentos salariais o patronato vem logo com a falta de produtividade, que não
permite os tais aumentos. Falar da falta de investimento, da modernização das
empresas, da diminuição das disparidades salariais, das condições de trabalho,
ou da sua organização, são temas que apenas decoram os discursos políticos.
Um título da nossa imprensa
“Microsoft introduziu semanas de trabalho de quatro dias e produtividade aumentou 40%”, passou literalmente ao lado da opinião pública, como se fosse
uma coisa que tivesse acontecido em Marte, e não no nosso planeta.
O discurso da cenoura à frente
dos olhos é, por cá, reduzido aos aumentos salariais, o que é redutor. Os
estímulos podem ser de diversas formas e não só de natureza salarial, e é bem
verdade que trabalhadores satisfeitos são trabalhadores mais produtivos.
Há factores que motivam os
trabalhadores, ou as equipas, como as boas condições de trabalho (refeitórios
decentes, subsídios de alimentação razoáveis, horários e folgas compatíveis com
a vida familiar), uma comunicação efectiva e um diálogo frequente entre chefias
e funcionários, estabelecimento de objectivos práticos e razoáveis, formação
contínua, etc.
Podia falar de prémios por
desempenho para todos, e não apenas para as chefias ou administrações, mas já
estava a começar a escandalizar alguns.
Enumerei alguns tipos de
estímulos que estão perfeitamente ao alcance da maioria dos empregadores, e que
ou já estão previstos na lei (e não são cumpridos), ou que podem ser
implementados sem grandes custos, basta haver vontade e menos ganância.
Mais vontade e menos ganância. Que é exatamente aquilo que eles não têm.
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