domingo, junho 24, 2018

O EMPAREDADO DE MAFRA

“Numa certa noite de 1759, o Almoxarife do Paço Real dirigiu-se a Mafra com dois operários de sua confiança (habituados já a trabalhar no convento) depois de prestarem juramento que nada divulgassem do que iriam ver e fazer.

Ao carpinteiro, foi dada a incumbência de executar, um caixão com as dimensões indispensáveis para recolher um corpo humano.

Ao pedreiro, coube o trabalho de abrir numa das paredes do corredor das aulas a cavidade necessária, para receber na posição vertical o tosco caixão.

Já noite avançada, alguém abriu as portas do convento para dar passagem a uma caleça. Do interior desta, saíram 2 homens mascarados, transportando um comprido saco, dentro, dentro do qual se encontrava “gemendo aflitivamente” um ser humano.

O saco foi colocado no caixão, o carpinteiro fechou-o e colocou-o na parede ficando o ser humano emparedado.

Anos depois, já morto o Marquês de Pombal, o pedreiro sentiu chegar os seus últimos momentos e pediu a um padre para que fossem ouvidas as suas declarações.

Por intermédio da confissão, que foi pública, se tomou conhecimento do que se passara no convento de Mafra.

Os religiosos franciscanos retiraram o esqueleto da parede (que se julga ser duma mulher) e enterraram-no no cemitério dos frades.”


Texto antigo do Palácio de Mafra, fornecido por um amigo 

Sala dos Actos

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