Portugal é um dos países onde as
desigualdades são mais gritantes, e onde os impostos são mais injustos, mas há
pessoas que preferem ter uma visão mais centrada no próprio umbigo, do que
tentar perceber que existem muitos outros que estão em situação bem pior, e
desesperam por falta de esperança num futuro melhor.
A leitura dos escritos de Miguel
Sousa Tavares revolta as entranhas de qualquer cidadão com um pingo de
sensibilidade social, porque na sua defesa usa argumentos simplesmente vergonhosos.
Perante críticas de um leitor,
MST não hesita em afirmar que o seu crítico devia fazer parte dos 53% de
portugueses que pagam zero de IRS, e que apesar de pagarem IRS cerca de 47% dos
contribuintes, são os 10% dos que mais recebem que contribuem com 70% de todo o
imposto.
A bravata de MST, que se julga um
injustiçado relativamente à maioria dos portugueses, é tão ignóbil que até mete
dó. Para além da ignorância demonstrada, porque a maioria do dinheiro recolhido
pela via fiscal advém dos impostos indirectos, onde contribuem todos,
independentemente dos rendimentos, também parece ignorar que os tais 53% dos
que não pagam IRS, gostariam de o pagar, mas infelizmente não auferem o
suficiente para serem taxados.
Só por óbvia boçalidade pode um
indivíduo sentir-se prejudicado por haver quem não pague os mesmos impostos por
ter muito menos rendimentos, e é ainda mais revoltante que quem tem tribuna em
mais do que um meio de comunicação social, a use para difundir ideias tão
desprovidas de razoabilidade.
Se o MST ganhasse o salário minimo,ou recebesse 275 € de reforma, ia gostar muito de pagar IRS.
ResponderEliminarUm abraço
O Miguel sempre foi um rapaz do coro
ResponderEliminarconforme a música