Achei interessante uma entrevista
feita ionline ao empresário Álvaro Covões, a propósito da ideia da criação do
Quartel da Cultura, a criar na Calçada da Ajuda no antigo quartel dos
Lanceiros.
Embora seja evidente que estamos perante
um empresário, que naturalmente vê oportunidades de realizar negócios
lucrativos, enquanto eu não encaro a Cultura como fonte de lucro como primeira
prioridade, na realidade vejo que existem alguns pontos em comum na opinião que
temos quanto à falta de visão na obtenção de receitas, que tanta falta fazem à
Cultura, para se afirmar como sector importante na economia nacional.
O espírito de “quintinhas”
existente na nossa sociedade, e muito instalado no sector do Património, faz
com que cada um defenda o seu quintal e não consiga encarar a colaboração como
uma mais-valia. A colecção SEC gerou uma disputa fratricida e uma demissão, os
Mirós foram parar ao Porto, e ninguém achou importante programar grandes
exposições em diversas cidades com estas colecções, criando assim sinergias,
porque apenas importa que fiquem à nossa guarda.
Imagine-se que o Palácio de Mafra
celebra em 2017, 300 anos do lançamento da 1ª pedra, e que o Museu dos Coches
tem alguns coches da embaixada ao Papa Clemente XI, enviada exactamente por D.
João V, e que o Museu Nacional de Arte Antiga comprou recentemente um retrato
de D. João V. Será que não é possível encontrar formas de fazer brilhar esta
comemoração?
O Palácio da Vila de Sintra tem
uma colecção impressionante de azulejos, o Museu Nacional do Azulejo tem
azulejos de todo o tipo, e temos fábricas que reproduzem azulejos com os mesmos
motivos, segundo as mesmas técnicas ou apenas com funções decorativas. Não será
que podiam organizar uma exposição de que todos beneficiassem?
A DGPC e a ATL não podiam
organizar encartes com mapas e fotos dos diversos museus e monumentos da grande
Lisboa (zona de que falo), para distribuir no aeroporto, nos postos de turismo,
em hotéis e rent-a-cars? E que tal fazer sinalética nas estradas com referência
aos museus e monumentos?
Cooperação institucional,
publicidade e divulgação, modernização da comunicação das instituições com os
meios de comunicação social e com as redes sociais e envolvimento de todos, não
só das chefias, seria um bom começo para encontrar caminhos para a saída do
marasmo em que se vive
Quando os principais canais de TV ocupam diariamente um tempo imenso dedicado ao futebol, com conversas sem qualquer conteúdo, está tudo dito.
ResponderEliminarQue fazer com a cultura quando está sempre em segundo plano?
cumpts
Está estabelecido o axioma de que só sendo privada é que a Cultura vale alguma coisa, e escolhem-se ministros e altos dirigentes do sector, que não façam ondas e se limitem a gerir clientelas...
ResponderEliminarBjo da Sílvia
A proposta que faz à ATL é interessante, na medida em que esta entidade,que deveria promover o turismo de Lisboa, apenas dispõem (nos seu postos de turismo) de numerosos folhetos a publicitar restaurantes, empresas de rent-a-car e de animação turística, estando os museus e monumentos totalmente esquecidos... Em Paris, encontra-se nos postos de turismo, publicidade ao museu do Louvre ou a Versalhes, em Lisboa a publicidade a espaços culturais ficou esquecida.
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