sexta-feira, abril 29, 2022

O TRISTE CASO DA CÂMARA DE SETÚBAL

O Governo aceitou, e bem, receber em Portugal refugiados da guerra na Ucrânia mas ficou com a responsabilidade efectiva de que tudo corra com correcção e que a segurança dos refugiados não possa ser colocada em perigo de modo nenhum.

Este caso da Câmara de Setúbal, e parece que há mais casos idênticos, é simplesmente lamentável e demonstra, no mínimo muito amadorismo e falta de rigor que devia ser exigido em situações desta natureza.

O problema da extinção prevista do SEF pode ser uma razão para que muitos procedimentos tenham tido como intermediários associações de emigrantes, que não foram analisadas quanto à sua credibilidade e implantação entre os ucranianos que já estão em Portugal há muitos anos. Devido aos acontecimentos na Ucrânia dois povos que se consideravam irmãos estão agora desavindos, existindo mesmo já algum ódio entre eles.

Verificou-se que o Estado “despachou” responsabilidades para as autarquias, estas por sua vez recorreram a associações que não foram devidamente escrutinadas e o resultado foi este: desconfianças, acusações e sabe-se lá que mais, pois ficou no ar muita coisa que caberá às autoridades apurar o mais depressa possível.

Mesmo que tudo não passe de desconfianças, o assunto é grave e o Estado português não sai bem disto…

Leituras recomendadas AQUI e AQUI

 


 

segunda-feira, abril 18, 2022

PUTIN ASSUME A RESPONSABILIDADE PELOS CRIMES PRATICADOS...

Depois do que já é público e verificado, que as tropas russas cometeram crimes de guerra e que se sabe quais foram as tropas que estiveram envolvidas em alguns destes episódios, saber-se que Putin condecorou a brigada que esteve em Bucha demonstra duas coisas: em primeiro lugar que as ordens de Putin eram para que fossem utilizados todos os meios para conseguir os seus propósitos, em segundo lugar que vão continuar na mesma senda enquanto durar esta guerra.
 
Não sei se Putin e os seus generais pagarão em vida por todos os seus crimes, mas que estes actos não serão esquecidos e que os seus culpados serão recordados na História como criminosos de guerra. 


 

domingo, abril 17, 2022

PREVISÕES BASEADAS EM FALSIDADES

Quando será que os nossos políticos deixarão de tentar fazer dos portugueses tolos, mostrando dados absolutamente fantásticos tentando mostrar um país encantado e maravilhoso onde todos estão felizes e contentes com a sua governação?
 
Depois de ter decretado um aumento de 0,9% mensais para os funcionários públicos, e de afirmar com toda a convicção que não os iria aumentar mais este ano para não aumentar a inflação, que na opinião do governo é passageira, agora lança umas previsões com o OE que são simplesmente irreais.
 
António Costa e Fernando Medina, responsáveis por este OE, não podem falar em aumentos de 3,1%, que não são reais, não podem falar numa perda do poder de compra na ordem dos 0,9%, nem sequer podem falar numa inflação de 4% porque não será real, nem sequer a inflação será passageira.



 

quinta-feira, abril 14, 2022

AUSTERIDADE NO NOVO DICIONÁRIO DE MEDINA

Alguns amigos disseram-me que devia dar o benefício da dúvida a Fernando Medina no que respeita à competência para ocupar a cadeira das Finanças, quando eu manifestei o meu enorme cepticismo pela sua escolha para a pasta.
 
Eis que hoje ele teve a oportunidade de defender o Orçamento de Estado, que assumiu como seu, e independentemente de eu considerar que se trata dum documento reciclado e muito pouco adaptado à realidade actual, mereceu algumas palavras infelizes e desadequadas a um qualquer economista.
 
Respondendo às criticas de que o OE é de austeridade, eis que ele o nega e responde que "em nenhum dicionário de política económica do mundo esta é uma política de austeridade". É óbvio que nenhum dicionário de economia pode distorcer o significado da palavra "austeridade", e esta significa "Política de redução dos gastos ou da despesa pública".
 
Medina tem à sua disposição mais verbas do IVA e de quase todos os impostos, e em proporção com o "bolo" à sua disposição, o Governo vai gastar menos do que gastou no passado, só assim se explica que apresente o mesmo crescimento que previa ainda no final do ano passado, apesar da subida da inflação que se situa agora em mais de 5%.
Política de redução de gastos ou da despesa pública.

"austeridade", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/austeridade [consultado em 13-04-2022].
 


 

segunda-feira, abril 11, 2022

A RAZÃO DO AUMENTO DOS PARTIDOS POPULISTAS

As eleições na França demonstram que os partidos populistas aproveitam bem os problemas sociais se isso lhes for conveniente, e se os partidos envolvidos na governação forem insensíveis para esses problemas.
 
O aumento da inflação que é transversal aos países europeus, obriga a que os políticos tenham a devida sensibilidade aos problemas dos cidadãos, e não venham com discursos do tipo " não embarcar na ilusão", ao recusar aumentar salários. 
 
Também não é com medidas para certos nichos de população (com rendimentos abaixo dos 415€), que não passam de esmolas. Os salários em Portugal são, há muitos anos, insuficientes para proporcionar um nível de vida decente de quem trabalha, e as pensões são ainda mais miseráveis. Combater as grandes diferenças salariais é um dever de qualquer governo, ainda por cima socialista. 
 


 

sexta-feira, abril 08, 2022

LUCROS ALEATÓRIOS E INESPERADOS?

Uma das coisas que é fácil é fazer promessas, mas todos sabemos que é mais difícil cumprir aquilo que se prometeu. Na política a mentira tem sido uma arma usada com demasiada frequência, mas chega sempre a altura em que isso ficaà vista de todos.
 
Hoje o ministro da Economia e do Mar admitiu via a avançar com um imposto sobre os lucros "aleatórios e inesperados", sem hostilizar as empresas. Muitos poderão pensar que com esse imposto (absolutamente inexequível) o Governo vá cobrar dinheiro sobre os lucros obtidos pelas "empresas gulosas" que aumentaram os preços apesar de estarem ainda a usar matérias primas e produtos comprados a preços muito baixos, como se já as tivessem comprado as novos preços.
 
O senhor ministro ou é ingénuo, ou então quer fazer de nós parvos. O que tinha sido possível fazer, e não foi feito, era fiscalizar os aumentos logo que aconteceram (foi público) exigindo as facturas de compra. Claro que isso não foi feito e os grandes merceeiros ganharam rios de dinheiro, e nem as gasolineiras baixaram os preços na medida que deviam (a gasolina não desceua semana passad em muitos postos).
 
Já agora, aquilo não são lucros "aleatórios e inesperados", aquilo é especulação descarada com o beneplácito de quem devia fiscalizar e não o fez...
 
 
 


 

terça-feira, abril 05, 2022

O SOCIALISMO DO GÁS ENGARRAFADO

António Costa e o seu governo, bem como o PS. parecem pensar que quem ganha mais de 5.808€ anuais já é rico, e portanto pode pagar o gás de garrafa taxado com a taxa máxima de IRS, tal como as jóias os iates e os carros de luxo.
 
Na realidade só recorre ao gás de garrafa quem não tem acesso ao gás natural, e quem mora em casas com instalações eléctricas antigas e não pode aumentar a potência sem substituir toda a instalação da casa.
 
É confrangedor ver que um Governo que se diz socialista sugira (este exemplo é demonstrativo) que alguém que aufira mais de 414,86€ mensais já não necessita de ajudas, nem sequer quando a inflação é galopante e os salários e pensões não a acompanham, nem de longe.