Um dos ditos populares que mais tenho usado por estes dias é, “não há maior cego do que o que não quer ver”, porque às vezes as coisas estão mesmo em frente dos olhos mas a cegueira ideológica não deixa que os vejamos.
O caso das moradas falsas dadas por alguns deputados, que os fez embolsar verbas indevidas, tem sido alvo de bastantes comentários nas redes sociais, mas até agora para atacar ou defender a deputada do Bloco de Esquerda, Sandra Cunha, ainda que, segundo as notícias, existam mais outros deputados na mira do Ministério Público, e ainda mais dois sob suspeita.
Não sou militante de nenhum partido, nem sequer do Bloco de Esquerda, mas tenho que registar que ela foi a única deputada que renunciou ao mandato logo após a notícia ser conhecida, enquanto que todos os outros se remeteram ao silêncio ou atiraram para canto as suspeitas.
Todos conhecemos este expediente em diversas situações e meios, que se aproveitam ter residências em locais diversos daqueles onde têm o seu posto de trabalho, que no entanto só usam esporadicamente, residindo efectivamente a maior parte do tempo nas imediações dos locais de trabalho.
Dos deputados da nação exige-se muito mais do que a esperteza, ou os expedientes legais mas manhosos, para beneficiarem de verbas indevidas. Os deputados eleitos deviam ser um exemplo para os eleitores, e parece que não o são.
Lamento que muitos portugueses ataquem apenas aqueles de quem não gostam, fingindo não saber nada sobre os outros, e que admitam certas desculpas ou argumentos de uns e não dos outros.
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