Desde já me declaro como não
sendo um ciclista, para que não restem dúvidas, mas hoje vou escrever algo
politicamente incorrecto sobre os ciclistas, ou pelo menos sobre alguns e uma
associação de ciclistas.
Quando se fala da obrigatoriedade
do uso de capacete por parte dos ciclistas, no parecer sobre o Plano Nacional
de Segurança Rodoviária, eis que surge uma associação de vários ciclistas a
contestar essa obrigação, argumentando que “são os veículos motorizados com a
sua grande massa e elevadas velocidades, e a sua utilização irresponsável, que
constituem a principal fonte desse risco e causa da grave sinistralidade em
Portugal”, e que o que mais contribui para o aumento da segurança de cada
ciclista “é precisamente o incremento do número de bicicletas em circulação”, e
que a obrigatoriedade do uso do capacete teria um efeito dissuasor à adesão de
mais utilizadores.
Não sei o que seria da segurança
rodoviária se cada grupo de utilizadores dos diferentes meios de locomoção
decidisse ser contra as obrigatoriedades decididas nos últimos anos pelas
autoridades. Imagine-se que os condutores dos automóveis decidiam ser contra o
uso do cinto de segurança, ou se os motociclistas decidissem ser contra o
capacete de protecção.
Todos sabemos que existem os mais
vulneráveis, como sejam os peões, ou os ciclistas, e até os motociclistas, mas
é por isso mesmo que se fazem leis para os proteger, não deixando por isso de
continuar a ser vulneráveis. Sabe-se que as leis não conseguem evitar os maus
comportamentos, mas têm a sua utilidade.
Devo lembrar os senhores
ciclistas que a ausência de leis a que os ciclistas estejam obrigados me
incomoda, porque partilham a via pública e quase não têm obrigações nem normas
de segurança para os veículos que conduzem. Estou a lembrar-me de que podem
circular sem qualquer superfície reflectora que os torne mais visíveis, de não
serem obrigados a ter nos veículo espelhos que lhes permitam ver os veículos
que os antecedem, de poderem circular a par e em grupos grandes em estradas de
uma só via, não permitindo que os outros veículos os ultrapassem mesmo quando
vão em passeio e amena cavaqueira a baixíssimas velocidades, etc.
Todos temos direito às nossas
escolhas na locomoção, todos temos que nos respeitar, e não podemos querer partilhar
as estradas sem obrigações.
Os ciclistas têm direito a ter opinião, não podem é considerar se com mais direitos do que os outros nas estradas para as quais outros contribuem mais do que eles.
ResponderEliminarBjo da Sílvia