Não posso falar da organização das secretas portuguesas porque nada sei sobre o modo como estão estruturadas, e menos ainda sei sobre as matérias que são investigadas pelas mesmas, e sobre quem tem acesso aos seus relatórios de investigação. É natural que assim seja, afinal para alguma coisa elas são chamadas de secretas.
O que me parece é que são serviços pagos pelo Orçamento de Estado e que portanto não é suposto estarem a coligir informações para empresas privadas, a menos que esteja em causa algum interesse estratégico ou de segurança que afecte a nação.
O caso do chefe das secretas que confirma ter enviado informações a uma empresa privada, mas que garante ao mesmo tempo que não violou nenhum sigilo, e que tudo foi feito com autorização superior, conseguiu intrigar-me.
O que surpreende neste caso é que se constata que os recursos do Estado são “desperdiçados” em benefício de privados, e que a para desta “singularidade”, está também a suspeita de investigação de um possível secretário de Estado que não terá sido nomeado exactamente após essa investigação.
É secretismo a mais, que foi pago com o nosso dinheiro e que ninguém parece interessado em explicar quais os benefícios de interesse nacional é que estavam em causa, ou o que é que estava em risco, num e noutro caso.
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Humor - Condutor no Dentista