terça-feira, junho 25, 2019

A TRADIÇÃO E OS SANTOS


Nem sou muito de arraiais, mas nesta época costumo passar por lá uma vez, para comer umas sardinhas e beber uma sangria, o que já faz parte da minha própria tradição.

As tradições dos Santos Populares já não são o que eram, e não se julgue que mudaram para melhor, porque não é verdade.

As barraquinhas dos tiros ou não existem ou estão às moscas, as de argolas sumiram, as rifas também já eram, os carroceis às vezes nem lá estão, e os carrinhos de choques escasseiam. Eu sei que para alguns contam mais as procissões e as sardinhas assadas, mas isso parece-me pouco.

A nova realidade tem mais cerveja, ginjinha e gin, mais hamburguers e pizas, e em vez dos nossos ranchos populares, das bandas filarmónicas, e dos nossos cantores pimbas, oferecem-nos dj’s, música sertaneja e outras coisas semelhantes.

Cada vez mais oferecemos aquilo que se pode encontrar em todos os destinos turísticos de baixo preço, e é com esses que alguns querem competir, porque é essa a essência do turismo de massas. É pena, porque nesse campo só podemos competir empobrecendo o país, e ganhava-se muito mais oferecendo o que é genuinamente nosso.    




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