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quarta-feira, dezembro 28, 2016

POBRE JORNALISMO

É cada vez mais deprimente seguir os meios de comunicação social e dar-lhes o crédito que já mereceram no passado, porque hoje faz-se, em geral, muito mau jornalismo.

Sabemos que os títulos têm que ser convidativos, mas nunca nos deviam levar ao engano, nem devem servir para ocultar a verdade, que deve ser a finalidade mais nobre do jornalismo.

Ler ou ouvir o título “os trabalhadores com rendimentos mais baixos vão ter mais dinheiro disponível já apartir de Janeiro”, e depois chegar-se à conclusão que se referem a 1 ou 2 euros mensais referentes ao fim da sobretaxa do IRS para os escalões de rendimentos mais baixos, é apenas um exemplo do mau serviço que se presta.

Sem qualquer relevo a mesma notícia revela que nos escalões mais altos também vão ganhar devido ao aumento do salário mínimo, que influencia descontos nos impostos, e certamente serão mais relevantes do que os modestos 1 a 2 euros, mas isso não interessa nada para o jornalista.

Para que não fique qualquer dúvida sobre a parcialidade do mesmo jornalista, aqui fica outro título por ele assinada, “salários mais altos do estado com menos um quinto em comparação a 2010”, por causa do aumento dos impostos e dos descontos para a ADSE, curiosamente os funcionários que ganham menos também têm hoje um salário líquido menos do que em 2010, mas que interesse tem isso para opinião pública?


terça-feira, fevereiro 14, 2012

FOMENTAR A DIVISÃO

Já se assistiu em Portugal a manipulações grosseiras da opinião pública, fomentadas por indivíduos e até por governantes, visando dividir a sociedade portuguesa.

Nos últimos anos foi notório o ataque cerrado aos funcionários públicos, transformando-os em privilegiados perante os restantes portugueses, tentando-se assim distrair as atenções dos erros monumentais dos governantes.

Sempre que existem greves lá vem o governo e a comunicação social falar dos inconvenientes causados aos restantes trabalhadores, e uns quantos mais “espertos” a dizer que razões para reclamar têm é os desempregados.

Não nos podemos esquecer que a comunicação social ao dar eco a estas coisas, ou anda distraída ou então coopera com quem fomenta a divisão dos portugueses, defendendo interesses inconfessados.

Ao ler um título do Dinheiro Vivo, “Privados vão pagar até mais 2% de IRS todos os meses”, fiquei com a impressão de que estava perante mais uma ofensiva contra os funcionários públicos, mas lendo a notícia lá estava a explicação lógica dessa diferença entre público e privado, que se prende com os cortes dos subsídios de férias e de Natal.

Devo dizer que o título é infeliz, e que pode induzir muita gente em erro, mas não posso afirmar que seja intencional. Fiquei com a pulga atrás da orelha…

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Humor - Renovação

segunda-feira, outubro 08, 2007

CURTINHAS

Jornalismo – Ao tecer algumas críticas ao jornalismo português no meu post de ontem, tive o cuidado de não generalizar, porque seria injusto, mas também não podia deixar de lado a minha preocupação com o panorama em geral que não é nada famoso. Na área da sociedade e da política é muitas vezes impossível distinguir a notícia pura, do comentário e dos comunicados oficiais emanados das centrais de informação. Não sai deste modo prestigiado o jornalismo e os jornalistas, a credibilidade é assim posta em causa e os consumidores de informação sentem-se defraudados. O jornalismo tal e qual o concebo, é uma actividade que deve ser exercida com total liberdade e responsabilidade, onde os jornalistas possam dizer ou escrever o que realmente pensam, independentemente das suas ideias políticas ou outras, sem constrangimentos impostos por qualquer poder económico, político ou outro.

Opinião curiosa – A liberdade de expressão, de que eu sou um acérrimo defensor, permite dizer o que pensamos numa determinada altura, ainda que nem sempre tenhamos razão. No domingo, por exemplo, li a opinião de um sociólogo sobre a figura de Che Guevara que me fez sorrir. Já tinha lido 6 pequenas reflexões do mesmo autor, referentes a diferentes dias da semana, pelo já tinha feito uma caracterização, muito minha do tipo de pensamento do autor, mas mesmo assim, a última conseguiu arrancar-me o tal sorriso. O título “até nunca, comandante” prenunciava o que se seguia. Os termos utilizados a seguir, ao dizer que os fiéis se babam sobre panfletos ou filmes hagiográficos e excitam-se com a fotografia de Korda, menos fiel ao homem que ao mito, e aos retratos do “Che”, onde “está lá o olhar transtornado, a postura animalesca, a boçalidade arrogante dos desequilibrados e dos assassinos”. Ou mais à frente, “umas vezes, o que se quer dizer é barbárie, barbárie, barbárie. Outras vezes, como acontece no mundo sórdido e superficial da cultura popular, não se quer dizer nada”.
Confesso que de um sociólogo, não estava nada à espera de um escrito destes. Começo a ficar preocupado com a possibilidade de Alberto Gonçalves vir a escrever sobre os retratos de George Bush, Tony Blair ou de Durão Barroso, pois as consequências não serão apenas sorrisos de escárnio, mas provavelmente muito mais gravosas para a sua integridade física e não só. A democracia tem destas coisas, e a superficial cultura popular, que refere, aconselha com razão, mais prudência e uns caldos de galinha, não vá cair na tentação de vir a comentar os retratos que mencionei.

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Fotos - Sinfonia Azul
Blue Flame by *Deb-e-ann
Litvinov_Evgeny

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Humor

Olle Johansson

Randy Bish

domingo, outubro 07, 2007

SE A MODA PEGA...

Em alguns países a imprensa começa a questionar-se sobre a relação a ter com os políticos. O quarto poder, como alguns gostam de referir, tem na generalidade dos países ocidentais mantido uma relação de grande proximidade com os políticos, e especialmente com os que estão no governo, servindo muitas vezes de veiculo de transmissão e difusão das suas políticas. O contraponto tem sido feito pelos tablóides, que enveredam mais pelo sensacionalismo do que propriamente por denúncias objectivas sobre o que está mal no mundo da política. O meio termo, a que eu chamarei por facilidade de bom jornalismo, começou a ficar cada vez mais restrito aos grandes jornais e aos jornalistas que já tinham adquirido um estatuto que lhes permitia entrar por assuntos incómodos ao poder, sem medo das pressões do poder.
O excessivo alinhamento e dependência do poder começou a revelar-se fatal para a classe jornalística, que começou a ver cerceada a sua actividade com cada vez maiores restrições por parte do poder político, o que começou a ser considerado uma ameaça à sua independência e objectividade.
As reacções já começaram, e é sem surpresa que ouvimos alguns dizerem que o papel dos jornalistas e da imprensa “é perseguir, caçar e derrubar os políticos” porque “alguém tem de controlar esta gente”, como Diogo Mainardi da Veja (Brasil).
Sem o mesmo radicalismo, mas igualmente com as baterias apontadas aos privilégios dos políticos surgiu no mês de Maio em Itália, o livro “La Casta”, um autêntico best-seller desde então onde jornalistas de 1ª linha do Corriere della Sera, desvendam uma série de privilégios verdadeiramente escandalosos de políticos italianos.
Por cá os nossos jornalistas estão, ao que parece mais acomodados à sombra do poder, e tem sido muitas vezes a blogosfera a trazer a lume alguns casos, pelo que tem sido o alvo preferido dos políticos que não controlando essas informações se sentem verdadeiramente ameaçados.

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Serviços mínimos - De facto não estou completamente parado, mas enquanto não resolver umas coisas por aqui, não poderei visitar os amigos como de costume. Nos últimos dias foi apenas com a ajuda de amigos que consegui juntar material para compor os meus post's. Prometo voltar em breve às minhas visitas e comentários.
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Fotografia

e-dward

bustushka


Yuriy Kovalev

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Humor Monetário

Stavro




Mike Keefe

quarta-feira, junho 06, 2007

O DESASSOMBRO DE BAPTISTA-BASTOS

O artigo de opinião de hoje, de Baptista-Bastos no DN, é um retrato perfeito da situação dos órgãos de comunicação social em geral.
«O Sindicato dos Jornalistas foi ao Parlamento "denunciar" que "profissionais experientes e incómodos para os órgãos de comunicação social estão a ser expulsos das redacções". A frase está mal construída, por confusa; a "revelação" é extraordinária, por atrasada. Há mais de 25 anos que o fenómeno da exclusão começou a verificar-se
Mais à frente uma frase marcante: «Não há anjos amotinados nestas questões de liberdade - porque de liberdade se trata
Para terminar, acrescenta o autor o que se tem passado e aponta o dedo, com um desassombro que só a sua autoridade lhe permite: «Grandes jornalistas, que lavraram, no armorial do ofício, páginas brilhantes, às quais nunca faltou a marca d'água da honra - e da gramática -, foram desprezados, humilhados, perseguidos. Uma casta parda mas perigosa, com sorriso de bisturi e alma de delinquente, assenhoreou-se de lugares de mando e tripudiou sobre a dignidade da imprensa. À esquerda e à direita. Terá o sindicato capacidade colectiva, autoridade moral e histórica para "denunciar" esta monstruosidade social, dispersa por outras monstruosidades sociais em que o País é fértil?».
Já aqui tenho tecido críticas ao jornalismo, mas devia sempre ter feito a distinção que agora imperiosamente tenho que fazer, há maus jornalistas, mas o jornalismo é e será sempre, enquanto houver quem escreva com verticalidade e coerência, uma profissão respeitável e necessária em qualquer democracia.

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Escolhas fotográficas



Estudiantes de Tai Chi practicando en un acto promocional de los Juegos Olímpicos de Pequín 2008. In http://calmatotal.blogspot.com/

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Humor pouco machista

Todo o cuidado é pouco

quinta-feira, abril 26, 2007

SANTOS SILVA VERSUS MORAIS SARMENTO

Enquanto lemos que Santos Silva “quer todos a lutar contra o jornalismo de sarjeta” também podemos dar um salto, e ler que Morais Sarmento diz “jornalistas têm a mania que não têm sexo político”. Pode-se afirmar que as notícias não são exactamente sobre o mesmo tema e que portanto as abordagens reflectem realidades diversas. Eu penso que estamos perante duas opiniões diferentes e ao mesmo tempo complementares.
Santos Silva, com a inteligência e o tacto político que se lhe conhece, aborda essencialmente o dever de auto-regulação dos jornalistas, mencionando alguns casos onde o código de ética e deontológico não foi respeitado, como a divulgação das identidades de menores vítimas de crimes sexuais e de delinquentes menores. A isto chama jornalismo de sarjeta, expressão de que não é autor, acrescentando que em alguns casos “as más condições de trabalho facilitam erros” dos jornalistas (embora não os justifiquem).
Morais Sarmento, a propósito da nomeação de Pina Moura para a administração da TVI, lança outra abordagem muito realista sobre a possível dependência ou influência dos diversos poderes, político e económico (patronal no caso), no que respeita aos jornalistas. Reconhece que o poder político sempre pretendeu, e pretende, exercer a sua influência sobre os jornalistas, e eu acrescentaria que o poder económico, os grupos que detêm os média, também não vêm com bons olhos críticas aos seus interesses o que condiciona naturalmente o trabalho dos jornalistas. Ao falar do caso de Espanha, mostra um exemplo do que é evidente, a assumpção clara duma ideia política por parte de cada órgão de comunicação social.
Abordagens diferentes sobre o jornalismo, mas interessantes, pois deviam ser alvo de reflexão por parte dos jornalistas, já que todos compreendemos que a isenção é um mito, porque todos temos opiniões próprias e somos todos dependentes de alguém que pode não gostar de tudo o que dizemos, com todas as consequências que daí podem advir.

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Fotos