Diz-se por aí que Portugal está
na moda, que Portugal está mais sexy, e atiram-se números fantásticos da
entrada de turistas, de entradas em museus e monumentos, ou de dormidas nos
hotéis, para justificar as tiradas bombásticas.
Há coisas que ficam na sombra,
para não dizer no esquecimento, como os preços muito baixos da restauração, dos
museus e monumentos e dos serviços em geral, talvez porque não sejam realidades
tão sexys como isso.
O país atrai cada vez mais
estrangeiros por via da oferta pelos baixos preços, pelos baixos impostos, e
talvez por isso mesmo estamos a competir com Malta no aumento do turismo, o que
não será motivo de tão grande orgulho.
Qual é o valor que estamos a
acrescentar à nossa oferta para oferecer ao turismo? O que é que estamos a
fazer para melhorar a qualidade dos serviços, na restauração, na hotelaria, nos
transportes, nos museus e monumentos, e mesmo na segurança?
Os barcos do Douro podem estar a
abarrotar de estrangeiros, mas a pagar miseravelmente aos trabalhadores, os
monumentos podem estar cheios de estrangeiros mas com trabalhadores a receber
pouco mais do que o salário mínimo nacional, a restauração pode estar a ter uma
boa performance mas com baixos salários e grande precariedade, e por aí em diante,
mas nada disto é sexy, pelo que não é notícia.