Quem está em lugares de decisão,
espera-se que as pessoas decidam, As decisões podem ser boas, más ou nem boas
nem más, e isso mede-se na análise dos resultados.
Em Portugal e em situação de
austeridade imposta pela troika e apoiada pelo governo em funções, temos um
ministro da Saúde que não se inibiu de encerrar serviços, cortar no orçamento e
diminuir despesas.
Como sempre acontece em qualquer
situação, as medidas executadas tiveram consequências, e neste caso foi evidente
que os hospitais perderam capacidade para enfrentar situações críticas, bem
evidentes nos aumentos do tempo de espera nas urgências, nas consultas de
especialidade e nas intervenções cirúrgicas e nos exames complementares de
diagnóstico.
O lado mais visível destes cortes
na saúde, foram os originados pela demora nas urgências hospitalares, que podem
ter resultado, sozinhas ou em acumulação com outras carências, na morte de
utentes.
Um ministro com alguma
sensibilidade e responsabilidade política nunca proferiria uma frase como a que
Paulo Macedo proferiu sobre o facto de terem morrido 700 pessoas nas urgências
no mês de janeiro, em que disse “nada tem de assustador”. Mesmo salvaguardando
o facto de ainda não ter terminado o mês de Janeiro, e de que não podemos ainda
apontar que o atraso na prestação de cuidados seja a causa directa de algumas
destas mortes, a frase é brutal.
Quem decide pode falhar, há
sempre esse risco, mas esta falta de sensibilidade por parte de quem não quer
admitir o erro, que é evidente para a generalidade dos portugueses, e que devia
antes ter equacionado essa hipótese, ou mesmo ter pedido desculpas, mostra que
a saúde não pode estar entregue a uma pessoa com este tipo de abordagem a
situações desta natureza.
O que é que se pode esperar dum mero contabilista?
ResponderEliminarbjos da Sílvia
O senhor ministro se estiver doente tem dinheiro para pagar no privado...
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