É conhecida a sanha com que este
governo e a maioria parlamentar que o apoia se lança contra os funcionários e
contra os serviços públicos, que nas suas palavras são sempre a causa dos
nossos problemas económicos.
Agora foi António Pires de Lima,
destacado membro do CDS, que veio dizer que os impostos podem vir a sofrer um
aumento em 2014 se o peso do Estado não for repensado.
Não será apenas com mais cortes
nos serviços do Estado e nas prestações sociais que se garantirá a sustentabilidade
do Estado social, até porque se sabe que a origem dos nossos problemas
económicos foi da má governação dos últimos trinta e tal anos. Não será
cortando no Estado social numa altura em que ele é mais necessário, como agora,
que as coisas melhoram.
António Pires de Lima sabe muito
bem que quanto mais serviços do Estado forem entregues a privados, mais caros
serão os serviços prestados e maiores terão que ser os impostos a cobrar, pois
o Estado ficará reduzido apenas às receitas dos impostos. Talvez Pires de Lima
desse falar dos submarinos, do BPN, das PPP’s, da destruição dos sectores
produtivos, como a agricultura e as pescas nos anos dourados do cavaquismo, e
nas incorporações das pensões dos bancários para as quais não temos agora
provisões.
A estratégia de virar os
trabalhadores uns contra os outros, público versus privado, já está gasta, e o
desmantelamento do Estado não evitará que os executivos continuem a colocar
boys em tudo que seja estrutura.
Por último convém dizer que este
governo não tem legitimidade para fazer a discussão apressada sobre que tipo de
Estado social querem os portugueses, sem um referendo ou sem se sujeitar a
votos com um programa que o preveja. Qualquer encenação sobre essa discussão
feita a mata-cavalos, não será mais do que uma fantochada para enganar tolos.
Coelho dixit