Crises – Quando estourou a crise desencadeada pelos empréstimos hipotecários de alto risco (subprime), em 2007, os responsáveis pelos bancos centrais vieram a público afirmando que era uma crise passageira, e que o impacto se circunscrevia em grande medida aos Estados Unidos. Enganaram-se redondamente, ou não nos quiseram dizer toda a verdade. Sabe-se que há muito capital, demasiado até, que nunca entra no investimento produtivo, circulando apenas nos mercados financeiros em negócios altamente especulativos, com a conivência dos grandes grupos financeiros, que aliás também lucram com a especulação. Esses grandes especuladores, fugiram do sector imobiliário e procuraram refúgio noutros mercados, especificamente no dos combustíveis e do sector alimentar, arrastando consigo as práticas especulativas que antes usavam no imobiliário. Que fizeram entretanto os governos? Nada, absolutamente nada, e só agora começam a ter a noção de que a especulação nestes produtos, afectando a maioria da população mundial, que não é propriamente a camada dos que vão ficando cada vez mais ricos, coloca em causa a sobrevivência de povos inteiros, e é uma ameaça real para a segurança, mesmo nos países ditos desenvolvidos.
Decisão política – O senhor ministro do Ambiente veio declarar que a decisão do traçado do TGV entre Poceirão e Caia foi uma decisão política. Já tínhamos percebido isso, mas isso não invalida que seja uma decisão errada. O mais interessante foi vir também dizer que o Governo deu um parecer “muito condicionado”, mas também “naturalmente favorável”, concluindo que na sua opinião, “seria uma tremenda decepção para o país que Portugal não pudesse ter TGV como os restantes países europeus”. Não sei como é que o senhor ministro chegou a esta notável conclusão, já que há muitas outras coisas que os outros países europeus têm, e nós não, mas o governo não gosta que nós manifestemos essa “tremenda decepção”. Podia falar dos impostos espanhóis, dos salários suecos, da saúde norueguesa, do ensino finlandês, e de muitas outras coisas bem mais prementes para os portugueses. Ele preferiu vir falar do TGV, que todos vamos pagar, mesmo os que nunca nele viajam, e que vai dar um prejuízo enorme nos anos mais próximos, e que também vamos pagar, além de reduzir as viagens em apenas alguns minutos, que vamos pagar a peso de ouro. Vivam as preocupações sociais de Nunes Correia, que quanto às ambientais, estamos politicamente falados.
Decisão política – O senhor ministro do Ambiente veio declarar que a decisão do traçado do TGV entre Poceirão e Caia foi uma decisão política. Já tínhamos percebido isso, mas isso não invalida que seja uma decisão errada. O mais interessante foi vir também dizer que o Governo deu um parecer “muito condicionado”, mas também “naturalmente favorável”, concluindo que na sua opinião, “seria uma tremenda decepção para o país que Portugal não pudesse ter TGV como os restantes países europeus”. Não sei como é que o senhor ministro chegou a esta notável conclusão, já que há muitas outras coisas que os outros países europeus têm, e nós não, mas o governo não gosta que nós manifestemos essa “tremenda decepção”. Podia falar dos impostos espanhóis, dos salários suecos, da saúde norueguesa, do ensino finlandês, e de muitas outras coisas bem mais prementes para os portugueses. Ele preferiu vir falar do TGV, que todos vamos pagar, mesmo os que nunca nele viajam, e que vai dar um prejuízo enorme nos anos mais próximos, e que também vamos pagar, além de reduzir as viagens em apenas alguns minutos, que vamos pagar a peso de ouro. Vivam as preocupações sociais de Nunes Correia, que quanto às ambientais, estamos politicamente falados.
*
Festa - Como o nosso escritório ganhou a competição com o de Lisboa, terminando as tarefas agendadas com um avanço de 36 horas sobre o prazo estipulado, hoje estamos em festa. Não levem a mal o tom deste post, nem o seu conteúdo, mas cá no interior todos os motivos são bons para fazer uma festa, com petiscada e convívio até às tantas. O trabalho está feito, vamos festejar.
««« - »»»
Pinturas
o cartoon dos peixes esta demais!
ResponderEliminarcump's
Os tugas pagam a crise, mais o TGV, mais o aeroporto, e ainda os impostos, em defesa do bem estar dos gulosos, bancos, políticos e gestores, que continuam a engordar à nossa conta.
ResponderEliminarA carneirada até que está mais ou menos serena, por enquanto.
Fui
Joca
Só posso estar eternamente grato ao senhor ministro.
ResponderEliminarDesde pequenino, quando brincava com os meus combóios eléctricos que o meu pai construía, que acalento o sonho de ter um TGV em Portugal. Agora, sim, vou ser um homem feliz!
Cumps.
Jorge P.G.
Também ouvi o Nunes Correia a tentar justificar o injustificável e fiquei certo do mau "Ambiente" que nos rodeia.
ResponderEliminarAquele abraço infernal!
P.S. Qualquer dia nem os peixinhos o aplaudem!
Não percebo porque dizem que o tgv será útil a Portugal, sinceramente. Quando a rede ferroviária está na miséria que todos sabemos.
ResponderEliminarCumps
«Esses grandes especuladores, fugiram do sector imobiliário e procuraram refúgio noutros mercados, especificamente no dos combustíveis e do sector alimentar»
ResponderEliminarE o Governo faz algo: Deixa que tudo isto aconteça!
Enfim...em 2009 irão p a rua! ;-)
Bjs e obrigada lá pelas visitas
Crise:
ResponderEliminarMas o governo serve para alguma coisa? Voto sempre mas nunca um governo será eleito com o meu voto!
Se dá para o torto a culpa é da conjuntura, se há melhoria o mérito é do governo!
TGV:
eu já só queria era palha para o meu burro!
Cartoon: deixem os peixes em paz! Solidariedade com os pescadores! Lutar contra os que venderam o "Mar Salgado" ao incontinente europeu!
Um abraço do signo peixe