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domingo, julho 29, 2018

O PALÁCIO DE MAFRA E AS CONFUSÕES

Tenham cuidado quando visitarem o Palácio de Mafra, porque as informações que pode obter podem ser confusas e isso pode estragar-lhe a visita.

Numa consulta no sítio da DGPC ficamos a saber que o tempo médio da visita é de cerca de 1 hora, e consultando o horário pode ver-se que a última entrada é às 16h45m e que o palácio encerra às 17h30m.

Parece que é líquido, mas à entrada do monumento, ainda no exterior, vê-se uma placa em que a hora da última entrada és às 16h30m. Vamos até à porta e no vidro da mesma temos duas folhas coladas com a informação de que a última entrada é às 16h45m, e que a Biblioteca (última sala da visita) encerra às 17h15m.

Ficou confuso? Não fique, porque parece que alguém considera que "dar" 30 minutos para visitar um espaço que normalmente demora 1 hora a visitar, é correcto e perfeitamente aceitável, e que ter informações contraditórias é apenas um mero detalhe. 

Já agora, que tal usarem suportes dignos dum monumento nacional para fornecer a informação aos visitantes, que merecem mais respeito por parte de quem é responsável por um edifício público desta natureza. 

Informação do sítio da DGPC

Placa informativa no exterior

Duas folhas A4 coladas na porta de entrada

Versão mais legível

segunda-feira, maio 02, 2016

O SUBSÍDIO DE ALIMENTAÇÃO



O subsídio de alimentação dos trabalhadores da função pública mantém-se há diversos anos no valor de 4.27€ por dia, e esse tem sido o valor de referência para a isenção de descontos para IRS e para a Segurança Social, também no sector privado.

O valor baixo do subsídio de alimentação no sector público deriva do facto de, no passado, existirem os refeitórios públicos, onde no passado eram fornecidas refeições para os funcionários com um valor que era o do subsídio auferido pelos funcionários. Os tempos mudaram, os refeitórios fecharam ou foram entregues a empresas privadas que sem investimento forneciam refeições, mas que já não o faziam aos mesmos preços, sem uma contribuição do Estado, o que levou ao encerramento desses espaços.

Os espaços que estavam reservados para os tais refeitórios públicos foram alugados, ou vendidos a terceiros, com dividendos para o Estado, mas os subsídios não foram actualizados de modo a serem compatíveis com o valor duma refeição digna, tomada fora de casa. Hoje são muito poucos os ministérios que têm refeitórios, especialmente na Administração Central.

Os senhores deputados, que têm acesso a um refeitório com todas as condições e qualidade superior, talvez desconheçam, ou façam por desconhecer esta realidade, mas podiam de vez em quando, pelo menos, vestir a pele dos outros trabalhadores que também prestam serviços para toda a comunidade. 



terça-feira, novembro 03, 2015

PAÍS DE EMIGRANTES



Foi preciso vir o Observatório da Emigração apresentar um estudo para se dar alguma atenção ao facto conhecido por muitos, de que temos a maior taxa de emigrantes dos países europeus, com mais de 20% dos cidadãos a viver fora do país.

Antes do 25 de Abril era por causa do serviço militar e por causa das más condições de vida, depois do 25 de Abril começou por ser por causa do grande número de retornados e pelas dificuldades da economia, depois e com a Democracia razoavelmente instalada e estabilizada, a emigração continuou, e a partir de 2010 voltou a subir dum modo dramático, que continua até hoje.

Os portugueses que emigram fazem-nos porque o país não lhes oferece oportunidades de fazer uma vida decente e relativamente desafogada cá dentro. Governos de má qualidade, empresários de igual qualidade, e cidadãos pouco exigentes, têm permitido que as coisas tenham acontecido deste modo.

Enquanto tudo for comandado do exterior, seja através da União Europeia seja dos pelos mercados e seus agentes, Portugal continuará a assistir a este êxodo, em maior ou menor quantidade. Os cidadãos têm que ser mais exigentes, mais participativos e têm que saber agir sempre que necessário, manifestando a sua opinião, protestando contra o que não concordam e punindo quem tão mal nos tem governado.

Quem não usa dos seus direitos não será nunca ouvido!



quarta-feira, maio 06, 2015

SOBREVIVÊNCIA DIGNA



Um tribunal português decidiu aceitar (e bem) uma providência cautelar contra a Segurança Social, e bem, obrigando a reintegrar uma funcionária dispensada, alegando como motivo a “sobrevivência digna” da mesma, em contraste com o processo de requalificação que implicava cortes substanciais no vencimento.

Vem isto a propósito da decisão deste governo que prevê mais um aumento da comparticipação dos utentes de lares ou instituições de solidariedade social, que vai até 90% dos rendimentos dos idosos, alegando-se que os custos aumentaram e que o Estado tem dificuldades em aumentar as suas contribuições para o sistema.

Esta medida é desumana e atentatória da dignidade da maioria dos nossos idosos, já que nos cálculos não entram muitos outros custos que teriam que ser pagos com os restantes 10%, que incluem despesas de saúde, fraldas e resguardos, que nunca poderão ser pagos pela grande maioria dos utentes dos lares em causa.

Será que está garantida a “sobrevivência digna” dos nossos idosos, com a implementação destas taxas de comparticipação agora decididas? As misericórdias e IPSS que participaram nesta decisão estão realmente preocupadas com os idosos que acolhem, e com o seu direito à dignidade que se exige para qualquer cidadão?

Estaremos a respeitar, todos nós, a respeitar a dignidade da nossa população idosa, ao pactuar com esta lei ignóbil?  



segunda-feira, março 30, 2015

O RESPEITO POR QUEM TRABALHA

O respeito por quem serve o país, é uma característica que define titulares de cargos públicos, e nesse particular devo registar que, em Portugal, só Ramalho Eanes e a sua esposa demonstraram «sempre» o seu respeito pelos mais humildes funcionários públicos, o seu respeito e apreço, e notem que nenhum deles me conhece ou sequer ouviu falar no meu nome.

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sexta-feira, fevereiro 20, 2015

DIGNIDADE



Ao ouvir a afirmação de Passos Coelho dizendo que a dignidade dos portugueses nunca esteve em causa com o ajustamento, contrariando assim o que dissera antes o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker que tinha afirmado que a troika “pecou contra a dignidade de portugueses…”, fez-me recordar uma frase de Millôr Fernandes.

Disse a dada altura o escritor, dramaturgo e humorista brasileiro: “se você agir sempre com dignidade, pode não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa: haverá na terra um canalha a menos.”




1971

domingo, junho 10, 2012

A CLAREZA DOS IRLANDESES

Nestas coisas de resgates económicos na velha Europa temos assistido a um movimento em passo de caracol, com uns quantos armados em castigadores, e outros a fingirem que são bons alunos, ainda que na realidade não vão além de capachos. 

A política económica europeia tinha tudo para dar errado, pois pretendia impor condições iguais a realidades diferentes, sem nunca cuidar de tentar nivelar as condições de vida e a economia dos diferentes países. 

Agora que as economias mais fracas e mais expostas à concorrência de fora da União Europeia, começaram a mostrar as suas debilidades, as medidas exigidas pelos parceiros mais abastados foi a do aumento de impostos e diminuição de salários, com a consequente recessão e subida do desemprego. 

Depois da “queda” dos pequenos a ameaça chegou à Espanha e ronda a Itália. Para a Espanha já se desenha uma “ajuda suave” sem aumento da austeridade, ao contrário do que foi até agora exigido aos mais pequenos. 

A Irlanda já veio exigir igualdade de tratamento, e muito bem. A Grécia colocou sobre a mesa a renegociação do resgate caso a esquerda ganhe as eleições, como pode vir a acontecer. 

E em Portugal? Onde param os defensores da teoria dos “bons alunos” agora que as condições estão a mudar e são necessárias posições firmes e concordantes com as da Irlanda e da Grécia? Será que não há coragem para bater o pé à senhora Merkel, que cada vez está mais sozinha nesta matéria?

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Humor à Irlandesa
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Foto em Tons de Azul

domingo, maio 23, 2010

MUDAR DE POLÍTICOS

É simplesmente hilariante ouvir da boca de um 1º ministro, que o mundo mudou em apenas 3 semanas, para justificar um aumento de impostos que fora negado poucos dias antes. Faltar à palavra dada é grave e também é grave negar-se o que a todos era por demais evidente – que o país estava em maus lençóis.

Um mal nunca vem só, e vai daí que se tomam medidas à pressa, dificilmente enquadráveis com a legislação existente, acompanhadas com explicações confusas e declarações contraditórias.

Pode afirmar-se que o governo foi lesto em aumentar os impostos sobre os rendimentos do trabalho, e a aumentar os impostos indirectos (cegos e injustos), mas é muito mais notável a facilidade com que contornou as disposições legais, o que não é capaz de fazer quando se trata de cobrar a quem evidencia claros sinais de riqueza.

A transparência não é apanágio dos nossos políticos, e bem que podíamos aprender com os bons exemplos nórdicos, que quando não agradam ao poder, nuca por eles são mencionados.

Deixo-vos um vídeo que bem podia servir para abrir os olhos dos nossos políticos.