domingo, julho 05, 2020

APRESSADOS


Lembro-me bem de ter criticado a abertura prematura dos nossos museus, monumentos e palácios no dia 18 de Maio, Dia Internacional dos Museus, precisamente por causa da data em si mesma, e não por qualquer razão objectiva atendendo à situação que se vivia.

Depois disso também me lembro de ter mencionado a abertura dos museus em Espanha, em França e no Reino Unido, e de ter salientado os cuidados tidos nesses países, especialmente devidos à segurança dos visitantes e dos funcionários dos serviços.

A receptividade em Portugal não foi a melhor, fui mesmo criticado por alguns devido à minha opinião, de que tínhamos aberto os museus muito cedo e sem estarem reunidas todas as condições, mas é sempre um risco que temos de correr quando emitimos uma opinião.

Hoje enfrentamos uma situação, e não é apenas no âmbito dos museus, palácios e monumentos, mas no país na sua totalidade, em que não merecemos a confiança da maioria dos países cujos cidadãos nos costumam visitar, de desconfiança exactamente por ter-mos desconfinado demasiadamente cedo.

Nenhum país esteve verdadeiramente preocupado com a data de 18 de Maio e do Dia Internacional dos Museus, e nós estamos a pagar uma pesada factura pela mania de de ser sempre o melhor aluno. 


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