Começa a ser preocupante ver que
muitas causas legítimas acabam por descambar em excessos que são condenáveis.
Quando se viraram as atenções
para a existência óbvia da escravatura em determinada época, logo apareceram os
que aos gritos berravam que estes e aqueles povos tinham praticado a
escravatura e que tinham que ser condenados. Poucos se debruçaram sobre o
fenómeno da escravatura no mundo, circunscrevendo as críticas a uma época e
apenas a alguns povos, ignorando tudo o resto. As estátuas começaram a ser
destruídas, sempre que as ligassem colonialismo ou esclavagismo, destruindo
Património que podia, ou não, ser testemunho para gerações futuras dessas
práticas.
Casos de justiça, alguns assassínios
mesmo, estão a ser julgados em praça pública como casos de racismo, mas é
notória alguma selectividade, pois acontece sobretudo quando as vítimas são de
uma determinada etnia, mas quando as vítimas são de qualquer das outras etnias,
o racismo quase nunca se fala de racismo. Há racismo evidentemente, mas será
que só os europeus são racistas?
Com os incêndios perderam-se
ainda há poucos anos imensas vidas humanas, e há poucos dias morreram dezenas
de animais também durante um incêndio, e o tratamento público, e as declarações
políticas foram tão diferentes que muitos se perguntaram se as vidas humanas
são menos importantes que as de cães e gatos. Não se contesta que ambas as situações
são lamentáveis e que nunca deveriam acontecer em lado nenhum, mas convenhamos
que o discurso não foi feliz.
Como disse é importante falar
sobre racismo, sobre o colonialismo, sobre os direitos das pessoas, sobre os direitos
dos animais, sobre a escravatura, mas com serenidade, com conhecimento, com o
distanciamento e conhecimento histórico, e sobretudo com informação e em
diálogo. As sociedades não foram, não são e não serão sempre justas com todos. Não
partir dessa premissa é sempre errado.
Subscrevo inteiramente.
ResponderEliminarAbraço, saúde e boa semana