O chamado travão às reformas antecipadas, que o ministro Vieira da Silva parece ter retirado da manga na
etapa final da discussão do assunto, é de facto uma grande injustiça e uma
retirada de direitos, por muito que ele argumente em sentido contrário.
Mesmo com a melhor das boas
vontades, é difícil aceitar que o ministro diga que as medidas previstas no OE
para 2019 no que toca a despenalização das reformas antecipadas (nos moldes que
ele defende) são um prémio para os trabalhadores com muito longas carreiras
contributivas. Veja-se por exemplo um trabalhador com 63 anos de idade e com 42
anos de contribuições, que apesar de ter mais 2 anos de descontos e mais 3 anos
idade, terá uma penalização maior do que um colega que tenha 60 de idade e 40
de descontos.
Digam-me por favor onde está a
Justiça das medidas em que Vieira da Silva teima? Um trabalhador mais velho e
com mais anos de descontos será mais penalizado do que outro mais novo e com
uma carreira contributiva menor, dizendo o ministro que está a beneficiar as
grandes carreiras contributivas…
Enquanto o ministro e o Governo
continuarem a pretender ignorar que os 40 anos de descontos (36 para a CGA
quando muitos entraram ao serviço) eram o patamar necessário e suficiente para
a reforma por inteiro, estaremos sempre a discutir o sexo dos anjos com tretas
que são facilmente desmontadas. O factor de sustentabilidade foi apenas uma
invenção para baixar artificialmente o valor das reformas.
Conversa da treta? Conversa fiada! Temos cada vez mais um país em que os velhos trabalham para ganhar para os filhos sem emprego! Não, não é uma questão de contas, é uma questão de de trazer a classe trabalhadora de rastos ou de joelhos.
ResponderEliminarUm abraço guardião.
E ainda há quem acredite na estória da gata borralheira...
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