Veio agora a lume a intenção do
governo de acabar com a reforma obrigatória aos 70 anos, como está instituído
desde 1926. Pelos vistos a promessa eleitoral de permitir a reforma dos
funcionários públicos com pelo menos 60 anos e 40 anos de serviço, que ainda
não foi cumprida, fica adiada porque a proposta do CDS/PSD é mais importante
para o governo de António Costa.
Foi com um sorriso que vi alguns
senhores, todos ocupantes de altos cargos públicos, falarem da sua vontade de
continuar nas suas funções depois dos 70 anos, e não foi uma grande surpresa.
Ficaria muito surpreendido se fossem subalternos, com carreiras contributivas
de 40 ou mais anos de serviço a manifestar tamanha vontade de continuar a
desempenhar as mesmas funções, depois dos 70 anos.
Não se infira das minhas palavras
que eu seja contra o trabalho depois dos 70 anos, porque não sou contra, mas sou
contra a perpetuação de altos dirigentes em cargos públicos, e acho que a
experiência pode ser aproveitada, na base do voluntariado, quando muito
complementado com uma verba correspondente às despesas acrescidas pelas
deslocações e subsídio de alimentação, para além do valor da reforma.
Já estou naquela idade em que
sinto que os anos pesam, e que apenas a experiência me diferencia dos mais
novos, sendo que me considero perfeitamente capaz, mas também sinto que já
mereço a aposentação por ter ultrapassado o tempo de serviço que me era exigido
quando comecei a trabalhar.
Espero que o Centeno e o Costa
não estejam a usar este tema do trabalho depois dos 70 anos, para legitimar
mais aumentos na idade para a reforma sem penalizações, como se os 40 anos de descontos
para nada contassem.
CARTOON
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