sexta-feira, novembro 04, 2016

OS COMENTADORES E OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

É simplesmente ridículo ler frases do comentador que acha que é inconstitucional cortar salários contratados, por não ser possível retroactividade da lei, no que se refere aos administradores da Caixa Geral de Depósitos, quando no passado aplaudiu os cortes nos salários dos funcionários públicos. Nesta questão os pormenores são lixados, porque enquanto os funcionários públicos têm contrato com a entidade patronal, o Estado, os administradores nomeados para a CGD não o têm, por muito que se queira esconder o facto.

Também é penoso ler outro artigo, de outra comentadora, dizendo que este é”o Orçamento dos funcionários públicos e de (alguns) pensionistas. Diz a senhora que “é um problema puro de clientela” e que o governo terá de “manter os bolsos cheios dos que garantiram as vitórias eleitorais”.

Pobre senhora, que parte do princípio que a situação que o país atravessa é dos funcionários públicos, esquecendo-se duma certa classe política e duns quantos banqueiros e gestores bancários, que pelos vistos foram uns grandes beneméritos. Vai mais longe a senhora dizendo que “a governação devia assumir que os cortes salariais da era da troika eram definitivos”.


As contradições destes, e de outros comentadores do estilo, são evidentes e nem merecem uma classificação, porque teria que pecar por defeito, por razões de educação, mas há uma frase que vem mesmo a calhar: “pimenta no cu dos outros é refresco”.

Termino com a pergunta: será que os funcionários públicos são portugueses de segunda?


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