Uma boa parte da nossa esquerda,
certamente bem-intencionada, pensa que os impostos castigam mais os mais ricos,
que aproveitam a embalagem e se choram muito, mas é tudo um grande engano.
Começando pelos rendimentos e
lucros, temos que os ricos mesmo tendo salários altos, recebem extras e têm
despesas, como viaturas, viagens, seguros, almoços e jantares, e outras, pagas
pelas empresas, enquanto os trabalhadores mais modestos pagam segundo os seus
salários, geralmente baixos, sem outras benesses, se não forem trafulhas. Registe-se que os capitais dos portugueses
mais modestos são devidamente tributados cá dentro, já os lucros dos grandes
patrões e gestores, viajam para o exterior e são lá taxados, não contribuindo
para a riqueza nacional.
Os impostos indirectos são cegos
e atingem pobres e ricos de igual modo, pelo que nem aí os ricos contribuem
mais.
Dois exemplos da cegueira na
arrecadação de impostos são as novas regras do IMI e do Imposto Sucessório,
porque ao contrário dos pobres, os ricos não têm os seus imóveis e empresas em
seu nome individual, e serão muito poucos os que não tenham as sedes das
empresas e as propriedades em offshores, bem protegidas dos ataques do fisco.
A esquerda necessita de se
modernizar e de ter uma visão mais actual da realidade, porque neste momento
está a penalizar cada vez mais quem vive do seu trabalho e não foge aos
impostos. Taxar a riqueza só será possível com a inversão do ónus da prova,
tendo o contribuinte que justificar os sinais exteriores de riqueza, e por aí
não me parece que esta esquerda esteja preparada para seguir. Por cá qualquer
magnata pode dizer-se falido e viver à grande, declarando o ordenado mínimo
nacional ou recebendo uns empréstimos de amigos.
Eu é que recebo pouco para tantos impostos ;)
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