Existem ideias feitas,
propagandeadas pelos fazedores de opinião deste país, que sendo propaladas aos
quatro ventos por quem tem tempo de antena, ou espaço em colunas de opinião,
passaram a ser consideradas verdades absolutas e indiscutíveis.
Uma das ideias mais discutíveis é
a de que a dívida pública é a responsável pela crise que atingiu a Europa, e
Portugal muito especial. Nada é mais errado, mesmo relativamente a Portugal que
tinha uma dívida pública elevada, porque o problema estava a montante, ou seja
nas entidades que tinham essa dívida na sua posse. É fácil dizer que a nossa
dívida pública estava, em 2008, nos setenta e tal por cento do PIB, e depois do
remédio (austeridade) está em 130%.
Outra ideia feita é a de que o
Estado está demasiado “gordo” e que tem muitos funcionários, serviços, e é a
origem de grande parte da despesa pública. Talvez fosse muito interessante
dizer-se quanto representa o serviço da dívida, as PPP’s, e as rendas com a
energéticas e outros fornecedores de serviços públicos prestados por privados,
para que tudo ficasse mais claro. O Estado diminuiu muito o número de
funcionários, o número de serviços e continua quase com a mesma despesa. Os
funcionários públicos ficarão em 2016 com rendimentos 10% inferiores aos
praticados em 2010.
Podia dar mais exemplos, mas
bastam estes para se aquilatar das mentiras que se tornam verdades apenas
porque são proferidas por quem tem uma tribuna de onde pode “debitar todo e
qualquer disparate sem direito a contraditório”.
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