Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra
«Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra,
Ao luar e ao sonho, na estrada deserta,
Sozinho guio quase devagar, e um pouco
Me parece, ou me esforço um pouco para que me pareça.
Que sigo por outra estrada, por outro sonho, por outro mundo,
Que sigo sem haver Lisboa deixada ou Sintra a que ir ter.
Que sigo, e que mais haverá em seguir senão não parar mas seguir?
Vou passar a noite a Sintra por não poder passá-la em Lisboa,
Mas, quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.
Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, nem consequência,
Sempre, sempre, sempre,
Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma.
Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida…»
Fernando Pessoa (1888-1935)
Poesia de Álvaro de Campos
«Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra,
Ao luar e ao sonho, na estrada deserta,
Sozinho guio quase devagar, e um pouco
Me parece, ou me esforço um pouco para que me pareça.
Que sigo por outra estrada, por outro sonho, por outro mundo,
Que sigo sem haver Lisboa deixada ou Sintra a que ir ter.
Que sigo, e que mais haverá em seguir senão não parar mas seguir?
Vou passar a noite a Sintra por não poder passá-la em Lisboa,
Mas, quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.
Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, nem consequência,
Sempre, sempre, sempre,
Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma.
Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida…»
Fernando Pessoa (1888-1935)
Poesia de Álvaro de Campos
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À Noite por Sintra
By Palaciano
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Há belas estradas sinuosas
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