Na minha terra costuma dizer-se,
quando estamos a falar de uma evidência, que é como perguntar a um cego se quer
ver, pois a pergunta só tem uma resposta possível.
Vem isto a propósito das
declarações do dirigente da CIP depois de ser recebido por Paulo Portas, a
propósito da chamada “reforma do Estado”. Considerou António Saraiva que o
“guião da reforma do Estado é uma proposta bem desenhada”.
Convém não deixar passar em claro
que A. Saraiva também acrescentou que “o Estado deve sair de determinadas áreas
onde está provado (?) que não é eficiente ou eficaz, deve concessionar, deve
privatizar (…) o guião fala da saúde e educação, são exemplos, mas há outras
áreas.”
Para que dúvidas não restassem
sobre o esvaziamento das funções do Estado, basta juntar as declarações dePassos Coelho, hoje em Borba, que sobre a partilha ou entrega de funções hoje
da responsabilidade do Estado: “À excepção de, por exemplo, a justiça penal e
as áreas de defesa da soberania nacional, todas as outras são partilháveis.”
Se este governo não é neoliberal,
então não sei o que será…
Como disse Saramago: privatizem também a puta que os pariu! Fim do estado só se fôr numa perspetiva anarquista. O que se está a desenhar não é o fim do estado, é um estado de impostos e taxas para alimentar um setor privado cego pelo lucro. Esse setor privado, que se pretende substituir ao próprio estado, tem os mesmos agentes dos senhores que governam a coisa pública. É um fartar de vilanagem! Os partidos da direita - PS/D/PP - já não são partidos, são autênticas organizações empresariais que concorrem entre si na gestão dos impostos dos contribuintes.
ResponderEliminarUm abraço nada cego