É sabido que nós estamos inseridos numa Europa que nunca foi realmente sufragada pelos portugueses. Fizeram-se acordos e tratados sem nunca ser dada a voz ao povo e apesar de muitos nos terem prometido um referendo, quando chegou a oportunidade houve quem recuasse com desculpas de mau pagador.
Foi-nos prometida uma Europa de oportunidades, uma união entre países solidários, um espaço inclusivo onde todos tínhamos voto na matéria.
À partida fomos forçados a abdicar de posições na agricultura e nas pescas, a troco de fundos que diversos governos desperdiçaram, e alguns usaram para tudo menos para a modernização do tecido produtivo. A moeda única acabou por cegar os órgãos decisores e foi o que se viu com o crédito fácil e barato.
Chegadas as primeiras dificuldades foi fácil constatar a falta de solidariedade, traduzida nas “ajudas” a juros bem compensadores, e no auxílio tardio. Os países mais expostos à divida externa e com um tecido produtivo mais fraco estão praticamente de rastos, e a Alemanha e a França passam a tomar as decisões sempre em reuniões bilaterais.
Agora temos o nosso ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, a pedir consenso nacional sobre o novo tratado. Dá vontade de perguntar, que tratado? Um tratado que está a ser cozinhado apenas pela senhora Merkel e pelo senhor Sarkozy?
Não sei de que consenso fala Paulo Portas, nem sequer acredito que os portugueses venham a ser consultados sobre isso. Será que o consenso de que fala o ministro continuará a ser a obediência cega às ordens do directório franco-alemão?
Esta Europa não é a Europa dos cidadãos, e que se saiba os portugueses não elegeram nem a senhora Merkel nem o senhor Sarkozy, nem deram legitimidade ao nosso governo para tomarem decisões sobre um novo tratado. A Democracia tem destas coisas, que são os limites da legitimidade dos governos.
"Ajudas Ferrugentas" só servem para degastar a soberânia de um povo. "Não devemos deixar "poucos" terem um conseno "multo".
ResponderEliminarParfusos ferrugentos é o que estas criaturas devem ter na cabeça...
ResponderEliminarTudo de bom
Um consenso entre vendilhões ou uma auscultação ao povo? Da parte do Portas só pode ser a 1ª hipótese.
ResponderEliminarBjos da Sílvia
Já o Delors afirma agora que a UE foi mal parida...
ResponderEliminarcptos