quarta-feira, dezembro 17, 2008

PATRIMÓNIO A PATACO, MAS COM CHARME

Quando aqui registei a falta de credibilidade do Ministério da Cultura, nas palavras do próprio, dissertei sobre o papel de Pinto Ribeiro à frente da pasta, e apesar de ter recebido umas quantas críticas de pessoas ligadas ao sector, acertei em cheio.


Na altura, e note-se que estávamos a meio de Novembro, estava ainda em discussão pública um diploma sobre a possível alienação, ou pelo menos concessão de direitos a privados sobre edifícios públicos, mesmo os classificados. Claro que para as redacções passou uma versão mais soft, e falava-se de edifícios abandonados e em ruínas.


O Guardião, nessa altura logo, falou dos casos de Tomar, Alcobaça e Mafra, entre outros, e veja-se que um mês depois, e sem a lei ainda estar em vigor, já se fala do hotel de charme no Mosteiro de Alcobaça. Podem perguntar-me se sou a favor ou contra, mas nem isso é relevante.


Que eu saiba, o senhor ministro da Cultura, ainda não é conhecedor de nenhum plano para se fazer um hotel de charme no Mosteiro de Alcobaça. Seria estranho porque a lei não está sequer em vigor, depois penso que irá abrir um concurso público internacional, com regras claras, que prevejam a manutenção do usufruto do monumento pelos portugueses, e respeitem a arquitectura que a UNESCO já distinguiu.


Ou então, como eu, já viu por aí uns esboços interessantes, o de Tomar então é um delírio, que uns quantos se têm entretido a fazer, e que originaram certamente esta notícia da SIC, onde não é citada nenhuma fonte oficial. O charme não virá evidentemente da venda a pataco do Património Nacional, e é por isso que estranho o silêncio do senhor ministro.



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Fotografia - Estátua
milla

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Humor

8 comentários:

  1. Olá
    aqui há umas semanas atrás deixaste-me um comentário onde dizias que:
    "Nunca me atreveria a rivalizar com o Paulo Coelho..."
    pois, convido-te a ler aquilo que hoje escrevi porque me apeteceu, também influenciada por algo que li de Paulo Coelho.

    Tudo de bom para ti.

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  2. O charme todo está em entregar as coisas de mão beijada a quem se quer. Dois exemplos: A Torre do Relógio em Queluz e Palácio de Seteais. Alguém me informa sobre os proventos que o Estado recebe anualmente pela concessão destes dois espaços? Suponho que alguém, a bem da transparência, esteja disposto a dar esta informação!
    Fui
    Ruca

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  3. Há muitos anos, quando se começou a salvar o país com privatizações lembro-me de, numa conversa de café, ter dito a um amigo:
    - Qualquer dia, por este andar, ainda privatizam a Ponte sobre o Tejo e os Jerónimos!
    A ponte já está quase, os Jerónimos vêm a seguir!
    Um mosteiro poderá ficar caro na sua manutenção, mas se é só para os ricos usufruirem dele e para ser adulterado com banheiras de hidromassagens, então que caias em ruínas e seja para o povo e para estábulo das suas ovelhas!
    Um abraço com um pedido de compreensão

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  4. Não me parece que a venda ou privatização dos palácios seja a melhor forma de proceder.

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  5. Guardião
    Este País cada vez está mais para uns e menos para outros.
    Até o património cultural tem que servir as elites.


    Depois queixem-se.


    Abraço

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  6. Percebi bem?
    Hotel nas instalações do Mosteiro?!
    Estamos no fim!!
    Bom Natal, excelente 2009 e alegres festas para si e quem desejar!
    Tudo de bom.

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  7. Já perguntei noutro local se vamos ter em breve uma casa de alterne em S. Bento?

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  8. Caro Guardião,
    Sou uma ignorante suprema... será isto turismo rural, perdão, turismo cultural?
    Já não percebo nada.
    Fico-me com os teus "bonecos".

    Um abraço

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