Ontem recebi por correio electrónico mais uma pérola da nossa política cultural que demonstra as incongruências dum ministério sem rumo. Creio que uns dias antes do Natal, José Sócrates concedeu tolerância de ponto aos funcionários públicos na véspera de Natal e na véspera do Ano Novo. Claro que ficou salvaguardada a abertura de alguns serviços “vitais”, como é natural. Pois bem, os Palácios e Monumentos dependentes do Ministério da Cultura estiveram fechados na véspera de Natal, e muito bem, mas passaram a ser considerados vitais no último dia do ano.
Eu talvez seja de compreensão lenta, mas não consigo entender a lógica do conceito da senhora ministra Isabel Pires de Lima. Vejamos então, um mesmo despacho tem duas interpretações no espaço de uma semana, e a obrigatoriedade de trabalhar no dia 31 de Dezembro apenas abrange uma categoria profissional.
Consegui falar com um dirigente do IMC, que naturalmente pediu para não referir o seu nome, e fiquei a saber que “todas as verbas são indispensáveis” porque o orçamento é demasiado curto. Espantoso, digo eu, até porque recentemente até foram dadas umas borlas a pretexto de dias de qualquer coisa, penso que em Setembro, e por altura da festa da assinatura do Tratado de Lisboa, também fizeram umas borlas nos museus de Lisboa, tendo fechado os Jerónimos e o Museu dos Coches. Na altura não havia falta de dinheiro? E o que dizer da explicação dada para se manter a gratuitidade do Museu Berardo, que vai continuar durante 2008, apesar dos encargos assumidos pelo Ministério da Cultura?
Entendam-se lá os dirigentes do Ministério da Cultura, mas não façam dos funcionários e dos contribuintes, uns otários que engolem uma desculpa qualquer. Se os palácios e monumentos são serviços vitais, ou pelo menos alguns dos seus funcionários, reconheçam-no oficialmente e deixem-se de floreados.
Eu talvez seja de compreensão lenta, mas não consigo entender a lógica do conceito da senhora ministra Isabel Pires de Lima. Vejamos então, um mesmo despacho tem duas interpretações no espaço de uma semana, e a obrigatoriedade de trabalhar no dia 31 de Dezembro apenas abrange uma categoria profissional.
Consegui falar com um dirigente do IMC, que naturalmente pediu para não referir o seu nome, e fiquei a saber que “todas as verbas são indispensáveis” porque o orçamento é demasiado curto. Espantoso, digo eu, até porque recentemente até foram dadas umas borlas a pretexto de dias de qualquer coisa, penso que em Setembro, e por altura da festa da assinatura do Tratado de Lisboa, também fizeram umas borlas nos museus de Lisboa, tendo fechado os Jerónimos e o Museu dos Coches. Na altura não havia falta de dinheiro? E o que dizer da explicação dada para se manter a gratuitidade do Museu Berardo, que vai continuar durante 2008, apesar dos encargos assumidos pelo Ministério da Cultura?
Entendam-se lá os dirigentes do Ministério da Cultura, mas não façam dos funcionários e dos contribuintes, uns otários que engolem uma desculpa qualquer. Se os palácios e monumentos são serviços vitais, ou pelo menos alguns dos seus funcionários, reconheçam-no oficialmente e deixem-se de floreados.
PS - Será que a senhora ministra vai trabalhar no dia 31 de Dezembro?
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Fotografias - Ratos
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarVais ver que a desculpa da ministra vai-se radicar na história de que os espanhóis que - nos estão a visitar - querem ver Museus nesta quadra festiva.
ResponderEliminarEu não sou contra desde que paguem bem a quem vai trabalhar ou lhes concedam depois pelo menos dois dias de férias, a partir da quarta feira seguinte...
O teu blogue continua numa forma invejável, eu é que vou tendo cada vez menos tempo desde que tenho os netos :)
Um abração com os desejos de que o ano 2008 te traga o melhor que desejares para ti e tua família.
Amigo Zé Lérias
ResponderEliminarO problema existente é precisamente esse, o pagamento. Com a não existência de horários consagrados na Lei, este ministério exige o trabalho aos sábados, domingos, feriados e tolerâncias de ponto, mas esse esforço e dedicação que lhes é requerido não tem qualquer contrapartida de ordem monetária. É simples, os vigilantes dos museus são ABSOLUTAMENTE VITAIS mas o El Contado é mentira.
Tenha um Bom dia
Se a ministra trabalhar no dia 31 teremos, de facto, um "happening"... seria uma estreia absoluta!
ResponderEliminarMinistra e trabalho podem ser escritas na mesma frase ?
ResponderEliminarAinda por cima dia 31, não me parece.
Caro Guardião,
ResponderEliminarEm resposta à tua última pergunta, direi: claro que a Isabel Pires de Lima não vai trabalhar no dia 31 de Dezembro! Isso fica para os "escravos" do poder arbitrário, que tanto dá como tira tolerâncias de ponto. Esta história faz-me lembrar de quando o Cavaco (primeiro-ministro absoluto na altura) tirou a tolerância de ponto da véspera de Carnaval, que foi um escândalo nacional. Agora, já nem se fazem escândalos...
Estaremos todos mais carneirada?
Feliz Ano Novo!...
Os que menos ganham são sempre os sacrificados, porque não acredito que o ministério esteja a funcionar, nem qualquer direcção geral do mesmo. Os serviços vitais, como é invocado, são afinal grupos profissionais, esses sim vitais para fazer com que os serviços funcionem. Reconhecimento? Isso não, porque os louros e a competência pairam apenas pelas cabeças dirigentes que não têm pejo em abandonar o leme nestas e noutras ocasiões. Afinal são mesmo dispensáveis...
ResponderEliminarFui
Olá Zé, lindo post. Tenho para ti, uma prendinha no FOTOS-FERNANDA.
ResponderEliminarMuitos beijinhos,
Fernandinha
Eu só não entendo é o seguinte:
ResponderEliminarse os funcionários públicos não fazem nada porque é que incomoda tanta gente as tolerâncias de ponto?
Estimado Amigo Guardião,
ResponderEliminarInfelizmente SACANAGEM e Mentirosos é o que mais há por aí.
Era bom que assim não fosse, e que as pessoas (por vezes duvido que o sejam...)fossem mais verdadeiras e assumissem as suas escolhas, critérios e prioridades. Mas, a verdade é que não são. Movem-se por interesses difusos, que não querem confessar e, no meio do turbilhão, muita injustiça se vai cometendo.
O caso que apresenta é, para mim, incompreensível e, somente justificável, por mais alguns interesses políticos difusos, que não convém confessar. Porquê promover o Museu Berardo e não qualquer outro?!...´
Deixo-lhe um abraço amigo, com votos de um Feliz Ano Novo.
Maria Faia
A terminar o ano de 2007 quero agradecer-te a pessoa que és e que me tem visitado e deixado mensagens de valor inestimável.
ResponderEliminarQue o Novo Ano de 2008 te traga tudo o que desejares
Beijinhos