O abuso dos contratos a termo – A Inspecção do Trabalho decidiu realizar uma investigação para descobrir se a indústria do atum nos Açores está a despedir trabalhadores ilegalmente. O que parece estar em causa é a utilização abusiva deste tipo de contratação para as necessidades regulares de funcionamento das fábricas, pois a sazonalidade (segundo a IT) é uma falsa questão, já que há sempre matéria prima e porque as mesmas empresas que despedem, são as mesmas que voltam a contratar passados um ou dois meses.
Concordo plenamente com a conclusão do inspector que decidiu investigar este assunto, mas não lhe invejo a popularidade e os dissabores que se vão seguir. Sabemos todos que o recurso a contratos a termo, para suprir necessidades permanentes dos serviços, tem sido um maná para os empregadores que beneficiam de mão-de-obra barata e descartável, sendo que em alguns casos ainda amealham umas isenções fiscais. O bom inspector, com esta justa e legítima preocupação legal e social, pode também visar o Estado, também ele useiro e vezeiro deste estratagema manhoso, por exemplo nos museus, palácios e monumentos, pelo menos há uma década.
A cruzada tem tudo para queimar um funcionário preocupado com a legalidade.
O absentismo no privado – Mesmo com uma campanha montada e bem lubrificada contra os funcionários públicos, procurando denegrir a sua imagem para em posição de força lhes diminuir os direitos e quiçá vir a despedir muitos, o governo começa a perder terreno e argumentos. Um dos argumentos iniciais desta insidiosa campanha tinha sido o alto absentismo, e não é que o tiro lhes saiu pela culatra, porque os trabalhadores do sector privado até são mais faltosos? O mesmo já tinha acontecido quando o argumento dos salários tinha sido atirado para cima da mesa, afirmando-se que no sector público as remunerações eram mais altas do que no privado para as mesmas funções, e afinal a realidade era exactamente inversa, exceptuando-se naturalmente uns tantos beneficiários de nomeações governamentais e outras de natureza política. Também era um dado adquirido que havia funcionários públicos em excesso, mas os serviços queixavam-se de falta de pessoal, alguns até tinham de encerrar como os museus.
O ataque aos funcionários públicos é afinal, apenas uma etapa do ataque aos trabalhadores por conta de outrem em geral.
Concordo plenamente com a conclusão do inspector que decidiu investigar este assunto, mas não lhe invejo a popularidade e os dissabores que se vão seguir. Sabemos todos que o recurso a contratos a termo, para suprir necessidades permanentes dos serviços, tem sido um maná para os empregadores que beneficiam de mão-de-obra barata e descartável, sendo que em alguns casos ainda amealham umas isenções fiscais. O bom inspector, com esta justa e legítima preocupação legal e social, pode também visar o Estado, também ele useiro e vezeiro deste estratagema manhoso, por exemplo nos museus, palácios e monumentos, pelo menos há uma década.
A cruzada tem tudo para queimar um funcionário preocupado com a legalidade.
O absentismo no privado – Mesmo com uma campanha montada e bem lubrificada contra os funcionários públicos, procurando denegrir a sua imagem para em posição de força lhes diminuir os direitos e quiçá vir a despedir muitos, o governo começa a perder terreno e argumentos. Um dos argumentos iniciais desta insidiosa campanha tinha sido o alto absentismo, e não é que o tiro lhes saiu pela culatra, porque os trabalhadores do sector privado até são mais faltosos? O mesmo já tinha acontecido quando o argumento dos salários tinha sido atirado para cima da mesa, afirmando-se que no sector público as remunerações eram mais altas do que no privado para as mesmas funções, e afinal a realidade era exactamente inversa, exceptuando-se naturalmente uns tantos beneficiários de nomeações governamentais e outras de natureza política. Também era um dado adquirido que havia funcionários públicos em excesso, mas os serviços queixavam-se de falta de pessoal, alguns até tinham de encerrar como os museus.
O ataque aos funcionários públicos é afinal, apenas uma etapa do ataque aos trabalhadores por conta de outrem em geral.
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Fotos
Mariah DeYoung
F1 by H A S S
No público ou no privado, somos todos portugueses, não é?
ResponderEliminarMuitas amendoas...
Desemprego e contratos a prazo são as pragas da dita globalização e aquilo que nos querem impingir com a flexisegurança. O povo pode continuar a ser sereno mas alguns hão-de reagir e isto vai ficar muito feio.
ResponderEliminarGozem a Páscoa ....
Portugal é um país muito giro e estranho, os outros são todos piores do que nós, aos nossos olhos claro.
ResponderEliminarUma Páscoa feliz para ti